29.9.09
Hard copy 13
Nesta curta tentativa de fazer o militarismo sair do armário oferecemos este exemplo contundente de propaganda soviética. O copy fica a cargo da imaginação de cada um, ou de alguém versado na respectiva língua.
28.9.09
24.9.09
This song is for you
I've no time for religion
maybe doubt's a modern disease
then I look at you and here's what I do:
I wear holes in both my knees
I pray that God protects you
and if he is busy elsewhere
may his legions speed
in your hour of need
and surround you till he's there
I pray that God protects you
God watch over you every minute,
every moment
God Watch over you -and if you fall-
May he stretch out his arms
and catch you, keep you from harm
Or sweep you into his arms but
God watch over you,
God watch over you
I've told your guardian angel
not to let you out of his sight
or attempt to fly if he sees you cry
He's to stand his ground and fight
God watch over you every minute,
every moment
God Watch over you -and if you fall-
May he stretch out his arms
and catch you, keep you from harm
Or sweep you into his arms but
God watch over you,
God watch over you
"God Watch Over You", de Paddy McAloon
21.9.09
E fizeram o ninho
A minha irmã tinha passarinhos no cabelo. E porquinhos, e castores, gatos e cobrinhas verdes. Estava feliz e comoveu-se. Eu não, porque não faço disso. Foi um dia bem passado, com energia e criatividade, fornecida, entre outros, pela família Wood e super-agregados, num exemplo de colaboração que há muito não se via e que, suspeito, poderá não se repetir. Mas a união ali era outra, e essa foi celebrada sem mácula. Não postei na altura, mas não quero deixar de marcar a data. Pronto, gostei.
17.9.09
11.9.09
Muy linda
A vibrar com a Experimenta
"Sei que ela é provocatória, mas quis expressar o exacto momento em que fui convidada e a excitação inerente a isto."
A cautelosa Guta Moura Guedes não terá previsto que algum dos criadores que gentilmente acederam a promover-se no espaço Coca-Cola incorporasse elementos desestabilizadores nas suas peças. Afinal, era um espaço da Coca-Cola. A marca que se transformou na epítome do capitalismo graças à indução globalizada de um impulso inexplicável: ingerir água gaseificada com açúcar. Que esteja a encher os bolsos da Experimenta Design com um patrocínio desta natureza fará sentido se olharmos para as peças como meros artifícios de marketing, desprovidas de substância e de intencionalidade. Algo que, desde logo, não se esperaria de um evento que se firma no pressuposto “está na hora de fazer alguma coisa, de tomar uma atitude”. ‘Bora lá colaborar com a Coca-Cola. Resultados mais evidentes, até ver, são o choque e o drama. Imagens do Holocausto? Alusões ao 11 de Setembro? Não. Um vibrador. Uma criadora insubmissa decide enfiar um manguito contundente na sua estatueta dourada, eruptindo de umas calcinhas spandex que desafiantemente a revestem. O marketing da Coca-Cola entrou em colapso hiperglicémico e obrigou a organização a retirar a peça. Se tal não fosse feito, fechava a tasca ou contratava uns mercenários galegos para partir aquela porcaria toda. Claro que a bela encantadora de serpentes já veio a público dizer que a artista “não respeitou o briefing” (Cláusula 5: está estritamente proibida a utilização de dildos, vibradores e outros massajadores faciais) e a rapariga, mais a publicidade à borla, levou a peça para onde pudessem admirar a sua singular iconoclastia e, quem sabe, levá-la para casa por uma soma simbólica.
Quem é mais esperto, Guta? Eu voto na Catarina Pestana, que pelo menos tem sentido de humor. De resto, ganham a irrelevância e o provincianismo, como é tão cansativamente recorrente neste belo Portugal.
9.9.09
Misplaced affection
I once lost a brother
Who was ever so frail
Standing flimsy on his feet
He decidedly pursued his trail
Set upon a journey
To unleash misused potential
All smiles along the way
Learning all things essential
Charming and unsteady
Like a tentative piece of jazz
But enough to gain him his place
With earnestness and pizzazz
He eventually fell in love
With someone so eager and assured
That all his needs were replenished
Till needs there were no more
His hesitant spirit
Did pause briefly to reflect
Upon the life he was choosing
And everything he would neglect
His frailty let him know
That he shouldn’t care
About things unsolved and undone
Things that stubbornly remained there
(As he was on his way
For something bold and merry)
Though never admitting
How it could be so scary
To feel alone in his love
And to move away from the shore
So this is how I lost a brother
Who was ever so unsure
Who drifted away unsoundly
Following erratic commands
To an unknown destination
Of overpowering demands
On which he lost himself
Frail
Like always.
8.9.09
Uma prenda para Pepê
"Vou dizer duas polémicas. Em período de desemprego, é prudente ter uma política de imigração mais restritiva. As pessoas sabem que é verdade, mas dizê-lo é cair o Carmo e a Trindade. E entendo que Portugal só deve aceitar quem puder integrar.»
Com políticas tão demagógicas e exclusivistas, Pepê, talvez nem precise do vernáculo recorrente, mas é um toque giríssimo de marketing pessoal, não é?
Com políticas tão demagógicas e exclusivistas, Pepê, talvez nem precise do vernáculo recorrente, mas é um toque giríssimo de marketing pessoal, não é?
Uma prenda para Zezé
"Não quero que o meu partido seja prejudicado pela decisão de uma empresa, que a tem de explicar muito bem. Tem de se verificar se estas justificações estão de acordo com a lei."
Pão e circo 2 em 1: à cautela pomos ao fresco uns bugs perniciosos e distraímos a populaça com a falsa polémica (e uma vitimização maneira).
Uma prenda para Chico
Uma prenda para Manela
4.9.09
Mais uma peixeirada corporativa
Tudo bem, a gente sabe que a malta com filhos tem de alimentar a prole. Mas a fúria predatória de algumas mulheres com filhos menores em cargos de chefia é caso para estudo. Alimentam-se com especial sôfrego de outras mulheres com filhos menores, abocanhando a presa e passeando a carcaça pelos corredores, para marcar uma posição. Mesmo se esses cargos são ocupados em multinacionais povoadas por cretinos, incompetentes, parasitas e escroques, ou indivíduos que reúnem todos esses pré-requisitos, normalmente à frente de um departamento de Comunicação ou de Recursos Humanos… Não explica. Não serve. Por mais sapos engolidos, solas lambidas e indignidades sofridas, não explica. Estão lá por que querem, não me lixem que não é por desespero. E são situações recorrentes às quais já assisti. O irracional à solta em todo o seu esplendor. Ontem soube de uma ex-colega (a última pessoa a merecer semelhante filha da putice) que está a ser alvo de um desses ataques viciosos, num dos momentos mais delicados da sua vida, cuidadosamente escolhido pelos facínoras que decidem. E as senhoras da portaria executam sem piscar os olhos, alisando a saia e ouvindo o tilintar do reconhecimento superior. Estas senhoras são aquilo a que se chama, correntemente, umas grandes vacas, e deviam pôr-lhes as crias ao cuidado de uma hiena, que ficavam mais bem servidas.
Quanto à taberna em questão, onde já trabalhei e pude privar com uma chefe bipolar, um chefe degenerado e o maior naipe de energúmenos em cargos de chefia que há no mundo mundial (expressão bipolar), continua a vomitar lojas e a promover-se como uma marca jovem, dinâmica, cheia de cultura e muito tua amiga. Pena que seja um buraco sem alma onde as pessoas são tratadas como as caixas de cartão que os pobres umpa lumpas amontoam no armazém. De resto, a ver pela quantidade de estágios não-remunerados que anda a propor, imagino a quantidade de processos que se vão arrastar durante anos à procura de uma magra compensação pela exploração e trafulhice inflingidas.
A girl called Melody
Melody Gardot é uma flor rara. Uma flor que nasceu e cresceu luminosa no meio do infortúnio. Se pesquisarem a história dela verão que se trata de uma daquelas pessoas que definem “humanidade”, em tudo o que tem de admirável e redentor. Antes de começar a ouvir My One and Only Thrill desconhecia os seus antecedentes. Arranjei o álbum porque era produzido por Larry Klein, que trabalhou nalguns dos meus discos favoritos de Joni Mitchell, e por causa de uma daquelas solícitas sugestões online (“Se gosta de Madeleine Peyroux vai gostar disto”). O encanto de Gardot não é igual ao de qualquer outra vocalista de jazz que tenha ouvido. Não é artificioso, nem portentoso, nem tem a indolência calculada de uma Diana Krall que várias vezes, e erradamente, se lhe associa. O seu embalo é só dela connosco, sem plateia. Suave mas firme, verdadeiro e generoso, sem cálculos. E agora percebo, sofrido. Mesmo quando canta sorrisos, o tom de Melody é quase imperceptivelmente triste. O que só torna a sua música mais rica e distintiva.
A de aviso
De certa forma devíamos dar-nos por felizes por termos uma Gripe A. Não querendo parecer insensível, porque houve e haverá vítimas, se atentarmos no que a História nos tem reservado em termos de pragas e pandemias, este vírus é uma coisa incrivelmente prosaica. Não valem comparações com as condições sanitárias e preocupações higiénicas de outros tempos. Não valem se olharmos para a implosão do equilíbrio
bio-ecológico, com a manipulação genética mais néscia, o desbarato ininterrupto da paisagem natural para fornecimento de recursos civilizacionais (e foi a isto que chamámos civilização), a insalubridade perene e crescente do 3º mundo, com fome e doença, a produção massiva e descontrolada de alimentos artificiais… Não deixa de espantar que não grasse já uma estirpe ainda mais destrutiva de um Ebola, propulsionado a antibióticos da Pfizer, capaz de carcomer a espécie humana em 12 minutos. Se bem que não faço fé na eficácia com dirigentes da indústria farmacêutica e das construtoras automóveis, talibãs, o xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, Kim Jong II, gestores e sociopatas em geral.
Já a Gripe A é uma espécie de diabrura divina para nos lembrar que o aparelho imunitário humano é uma frágil papoila num ecossistema em colapso.
"The Earth is the prey", ilustração de Jose Luis Martinez
3.9.09
When did I get this old?
Dizem-me que estou "muito bem para a idade". Ok, mas a idade não está muito bem para mim. Quando é que perdi tanto tempo? Acho que a expressão "envelhecer com graciosidade" começa a ecoar com alguma insistência. Ou talvez seja muito cedo, não sei. É uma inquietação. Não me sinto com 37. Será que isso conta para alguma coisa, visto que nunca tinha tido 37 antes? Enfim, haja saúde. E polifenóis.
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