4.9.09

A de aviso



De certa forma devíamos dar-nos por felizes por termos uma Gripe A. Não querendo parecer insensível, porque houve e haverá vítimas, se atentarmos no que a História nos tem reservado em termos de pragas e pandemias, este vírus é uma coisa incrivelmente prosaica. Não valem comparações com as condições sanitárias e preocupações higiénicas de outros tempos. Não valem se olharmos para a implosão do equilíbrio
bio-ecológico, com a manipulação genética mais néscia, o desbarato ininterrupto da paisagem natural para fornecimento de recursos civilizacionais (e foi a isto que chamámos civilização), a insalubridade perene e crescente do 3º mundo, com fome e doença, a produção massiva e descontrolada de alimentos artificiais… Não deixa de espantar que não grasse já uma estirpe ainda mais destrutiva de um Ebola, propulsionado a antibióticos da Pfizer, capaz de carcomer a espécie humana em 12 minutos. Se bem que não faço fé na eficácia com dirigentes da indústria farmacêutica e das construtoras automóveis, talibãs, o xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, Kim Jong II, gestores e sociopatas em geral.
Já a Gripe A é uma espécie de diabrura divina para nos lembrar que o aparelho imunitário humano é uma frágil papoila num ecossistema em colapso.

"The Earth is the prey", ilustração de Jose Luis Martinez

Sem comentários:

Arquivo do blogue