30.11.10

Coisas que gostaria de ter dito 8


Hard copy 25

O pesadelo de um copywriter



Fresh

Mini

Lollipop

Expo

Shine

Dimsun

Samba

Pop

Puccini

Crystal

Smart

Xenon

Renoir

Incite

Invision

Neon

Secret

Trax

In Touch

Encore

Prime

Quantum

Optimus

Town

Chic

Octane

Rumor

Plus

Pure

Cookie

Wink

Style

Viewty

Snap

Fathom

Vu

Smile

Cafe

Chocolat

Gig

Arena

Joypop

Andro

Xperia

Cedar

Yendo

Bravia

Zylo

Spiro

Aspen

Vivaz

Hazel

Elm

Pureness

Jalou

Greenheart

Naite

Satio

Idou

Aino

Yari

Xpress

Navigator

Slide

Mural

Classic

Gold

Arte

Evolve

Fold

Supernova

Prism

Crystal

Luna

Droid

Spice

Flipside

Bravo

Citrus

Defy

Milestone

Grasp

Charm

Rambler

Quench

Flip Out

Dext

Backflip

Zhishang

Zhiling

Tundra

Renew

Active

Cocktail

Razr

Preston

Propec

Explorer

Beat

DJ

Ultra

Disc

Memoir

Stratus

Duos

Ego

Tobi

Renown

Saga

Eternity

Behold

Epix

Eco

Soul

Impact

Steel

Ace

Access

Serenata

Blast

Katalyst

Blackjack

Serene

Gusto

Wave

Mesmerize

Transform

Omnia

Messenger

Focus

Continuum

Tab

Solstice

Zeal

Evergreen

Mythic

Eco

Flight

Forever

Marvel

Spica

Jet

Pixon

Crest Solar

Solar Guru

Behold

Star

Blue Earth

Scarlet

Code

Double Take

Caliber

Trill

Moment

Intrepid

Instinct

Rogue

Intensity

Comeback

Gravity

Blade

Impact

Beat Techno

Genoa

Lindy

Diva

Shark

Monte

Xcover

Corby

Beat

Ch@t

Beam

Galaxy

Metro

Vibrant

Fascinate

Impression

Magnet

Jack

Champ

Rugby

Apollo

Freeform

Restore

Haven

Captivate

Squash

Smiley

Flight

Tocco

Simon

Ravine

Dynamic

Lite

Glyde

Jest

Devour

Bubble

Honey

Brute

Gratia

Surround

Mozart

Trophy

Desire

Aria

Wildlife

Legend

One

Nexus

Evo

Incredible

Droid

Eris

Tattoo

Hero

Ozone

Snap

Magic

Tilt

Diamond

Dream

Cruise

Max

Viva

Advantage

Dual

Shift

Mteor

Quer a nível linguístico, quer a nível comercial, esta tendência de individualizar todo e qualquer artigo de parafernália electrónica faz-me imensa confusão. E no caso dos telemóveis o cenário é de um absurdo paradigmático. Os fabricantes decidiram deixar cair as "frias" designações alfanuméricas e começaram a oferecer nomes próprios a qualquer pedaço de plástico com botões e um microfone incorporado. Isso leva, a meu ver, à indistinção e desvalorização do objecto, o inverso do que pretendem as marcas. Porque o mercado já está mais que saturado e o processo de naming, ao ter de acompanhar a canibal escalada de novos modelos, debita designações tão rebuscadas quanto indistintas e, não raras vezes, idiotas. Campeão neste domínio é o chaebol Samsung, cuja ânsia de açambarcar o léxico anglo-saxónico e suas corruptelas produz inanidades como "Squash", "Forever" ou "Lite" - banalidade igualada pela irrelevância dos próprios aparelhos -, ou presumíveis acidentes como "Trill". Entre a quota parte de disparates da LG contam-se "Lollipop", "Fresh" e "Wink", possivelmente dirigidos a um target que usa mochilas da Hello Kitty, mas em termos de branding global, nomes absolutamente inúteis, senão mesmo prejudiciais. Possivelmente estas marcas pretendem ganhar quota de mercado à Apple e à tradicionalista Nokia cobrindo todas as bases de forma indescriminada - uma tentativa desesperada de afirmação segmental. Mas por muito que o desparramento linguístico se justifique pela intenção de conectar emocionalmente com diferentes públicos, é muito difícil credibilizar estes intentos com designações como "Citrus", "Incredible", "Lindy" e "Simon", cujo "eco emocional" se dissipa no vazio da gratuitidade. A Sony Ericsson e a Motorola apostam ambas num registo sofisticado e elegante (por vezes grandiloquente, veja-se "Milestone"), com a primeira a conseguir um certo ar de família ("Aino", "Satio", "Andro") e uma personalidade demarcada, entre a linguagem sci-fi e a boutique de alta costura, com a série "Xperia". Mas ainda assim falta algo. Faltam a simplicidade, objectividade e notável capacidade de síntese da Apple que é aqui pioneira e uma referência inultrapassável. O seu objecto de desejo chama-se tão-só "iPhone". E na sua linha de fenómenos globais, ancorados na real ciência do marketing, incorporou elementos lexicais como "pod", "nano", "touch", "pad", "book", "pro" e "life", anexados a um prefixo solitário que diz hoje mais que mil palavras. Nomes que entraram de facto no léxico comum e que se instituiram como sinónimo de qualidade, eficácia, ergonomia e bom gosto. Como sinal de um status democratizado por uma filosofia partilhada. E isto, por muito que me custe admitir, é o que fazem as grandes marcas, numa simbiose perfeita entre produto, estratégia e criatividade. Gerar identidades é uma das tarefas mais difíceis para os criativos e não ajuda quando o mercado está sobrelotado de nomes e formas que não significam coisa alguma, associados a não importa o quê, quando muitas vezes poderíamos reclamá-los para algo que, achamos nós, faria perfeito sentido no contexto que desenvolvemos. Mas a verdade é que um nome, por si só, faz muito pouca diferença, e é isso que cada vez mais sinto ao ver 15 minutos de produto chamados "Soul", "Pure" e "Intensity". As palavras passaram a valer tanto quanto a promessa de realização que apregoam. Nada. E tenho pena, muita pena.

17.11.10

E agora para algo completamente irrelevante




Não sei se é a sagacidade do olhar, a imobilidade teutónica e vigilante das pálpebras ou a expressividade geral do conjunto que estimulam a concupiscência de milhares de cibernautas de gosto requintado, se o carisma que emana da sua penetrante filmografia. Poderá eventualmente ser o efeito escravizante do seu grunho viril, fazendo-se sentir algures por onde as deixas deveriam existir. Mas fiquei a saber que essa notável entidade abstracta mobilizadora de inteligência, cultura e civilidade em massa, "elegeu" este neandertal como "homem mais sexy". Dezoito milhões de pessoas manifestaram disponibilidade e interesse em afirmá-lo com galhardia. É bom saber que a evolução não tem limites. Nem a sensualidade.

11.11.10

Hard copy 24



Já é suficientemente mau que a marca se chame Kona. E para piorar existia um modelo chamado Lisa. Agora as senhoras vão poder sentar-se neste novo modelito: Kona Kula Lisa. Isto vende-se em Portugal a pessoas de sentido de humor descomplexado?

The Office - Le Freak Edition 12


Fuck, I knew I'd seen her before.

Os tabliers através dos tempos

























Tamara Drewe




É um divertimento relativamente inconsequente de Stephen Frears, vê-se e passa sem deixar rasto. A protagonista, a muito jovem Gemma Arterton, tem em apelo físico aquilo que lhe falta em convicção, o que talvez sobressaia por estar rodeada de talentos veteranos dos palcos londrinos. Não estou familiarizado com os comics nos quais o argumento se baseia, mas em termos de produção artística e de diálogos a fita parece muito fiel ao meio original. De qualquer modo, um filme razoável de Frears, nos tempos que correm, já é uma benesse nas nossas salas.

Hard copy 23



Obrigado, A.M.

Um (anti-)herói para todos os tempos


Matthew Weiner sobre "Don Draper".

Tagline alternativa

A esta.

"You don't get to a couple of friends by giving a shit about somebody else."






Get it, motherfucker?

10.11.10

Um pensamento pela humanidade


(Devidamente patrocinado.)

Coisas que gostaria de ter dito 7



"If I'm a pain in the ass, use more lubricant."

Ontem um actor, hoje uma anedota










Quantos (muito) maus filmes e quantas cabeleiras (ridículas) são necessários para transformar este gajo no novo Wesley Snipes? O Con Air e O Gone in Sixty Seconds ainda se aguenta (mal), mas assim não há reabilitação possível. Peggy Sue Got Married, Wild at Heart, Leaving Las Vegas, Adaptation, The Weather Man. E R.I.P. (logo a seguir ao Ghost Rider 2).

Chris Ware via The Savages




No outro dia deparei-me com uma bela ilustração de Chris Ware e lembrei-me de um filme que me apeteceu comentar quando o vi, há um par de meses. Chama-se The Savages, já tem uns anos e é um exemplo da qualidade magistral que por vezes o cinema indie norte-americano produz. Esta pérola de sensibilidade e economia narrativa não só é protagonizada por dois dos mais carismáticos actores norte-americanos, como estes ainda nos oferecem o bónus de uma química intensa e palpável. A história de dois irmãos que um passado incómodo afastou e que se reunem para decidir o futuro de um pai demente, evolui com contenção, subtileza, humor e uma enorme elegância formal, não cedendo nem às convenções estridentes do drama familiar nem ao intimismo turtuoso da "onda" independente. O cartaz, da autoria de Chris Ware, dá-lhe muito bem o tom, tal como o seu estilo conciso e sardónico faz aqui.

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