Com uma geração de estrelas a envelhecer e a planear cuidadosamente o seu futuro no celulóide, seja através de manobras publicitárias histéricas ou de uma escolha realmente judiciosa dos filmes que decidem fazer (ou ambas as coisas), começa a perfilar-se no horizonte uma nova leva de rapazes com ambição e perfil para vestir a pele de galã universal. Infelizmente, e à semelhança dos seus antecessores, nem todos primam pelo talento. Decidi então pegar na “matriz Keanu Reeves” e medir os garbosos candidatos com maior probabilidade de vencer no mundo da 7ª Arte por razões que a razão desconhecerá.
Orlando Bloom
Varrido do ecrã por todo o elenco de “Reino dos Céus”, incluindo os cavalos, restou ao jovem Orlando brandir a espada com tanta convicção quanta a que foi necessária para dar vida aos collants de Legolas, correndo, pulando e retalhando mouros como um cabrito ensandecido. Bloom precisa de voltar à escola e deixar crescer um par de cornos bem rijos se quiser fazer frente a actores a sério.
James Franco
Há uns anos atrás, Franco imitou James Dean num telefilme e, desde então, não tem feito outra coisa. Com a mesma dificuldade com que se imaginaria Dean a usar um escudo, uma cota de malha e um par de mocassins, gritando por Isolda nos penedos da Cornualha, se pensaria em Franco para qualquer outro papel que não fosse o de jovem torturado, com penteado négligée e a melhor pose Abercrombie & Fitch. E no entanto, alguém achou que ele podia desenrascar-se como guerreiro escocês do séc. VIII. Pensava eu que já tinha visto tudo depois de Keanu Reeves em “Drácula de Bram Stoker”.
Jared Leto
Perdido no épico mastodôntico de Oliver Stone, Leto choraminga episodicamente de acampamento em acampamento e de tenda em tenda pela atenção de Alex, o Super Conquistador, demasiado ocupado a fazer coisas varonis para atender à sua boneca. Por trás (e há quem diga que pela frente) de um grande homem havia um Hefaísto de cabeleira longa e olhito sensível, triste por ter diálogos tão maus e tão pouco tempo de antena. Alexandre, farto que estava de lamentos e trancinhas amariconadas, prefere por fim as curvas de Rosario Dawson ao apêndice Leto.
Ian Somerhalder
Não se sabe bem de onde Somerhalder surgiu. Nem porquê. Nem interessa.
Nunca devia ter saído do Havai nem da ilha onde estava perdido e muito bem, porque quem viu Pulse – se teve semelhante azar –, viu um gajo que não tinha a mais pequena ideia do que estava ali a fazer. Com uma manifesta dificuldade em falar e correr ao mesmo tempo, Ian telefona as suas deixas, deixa-se arrastar pela câmara e pela co-protagonista, que sua e grita pelos dois, parecendo genericamente aborrecido e com vontade de ir às compras ou ao solário. A única coisa assustadora neste filme é a sua presença como protagonista.
Ryan Phillippe
Phillippe não tem apenas o azar de ostentar um nome ridículo e um ar de querubim musculado que insiste em resistir aos anos e lhe prejudica a composição das personagens. Também não tem talento. O seu método base é uma mistura de mutismo introspectivo, um olhar ora vago ora hesitante e um sortido de boquinhas preciosas. É preciso muito mais quando se contracena com Chris Cooper e Laura Linney.
5.7.07
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5 comentários:
hmm.. eu não desgosto do James Franco...
Em "City By The Sea" não estava mal, mas a personagem era mais do mesmo. A ver se se redime em "In the Valley of Elah", de Paul Haggis.
a ver vamos :)
oh seu estupido ou estupido ! o orlando bloom e muito bom actor !
oh seu estupido ou estupida ! o orlando bloom e muito bom actor !
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