



Este senhor de olhar ágil e incisivo compareceu ontem ao debate da RTP1 com os candidatos à Câmara de Lisboa, vindo directamente da adega onde esteve trancado a amadurecer. Dono de um magnetismo quase animal e de um poder discursivo pré-trombótico, Pinto-Coelho brindou os velhacos concorrentes e a população em geral com as coisas que lhe passam num ápice pela cabeça. Com um facies estranhamente assimétrico, que oscilava fortuitamente entre a indignação, a incredulidade, o horror, o susto e o ardor intenso, sobretudo quando intervinha, o candidato impressionou os oponentes com o estado avançado do seu radicalismo. Enquanto tentava não concluir ideia alguma, Pinto, o Coelho, herói do PNR, brilhava quase tanto quanto a sua testa luzidia e preocupantemente enviesada. Vencendo a severa descoordenação verbal e motora que o afligia, provou que nem a ciclotimia e muito menos a política impedem um homem de pôr cá para fora o que tem lá por dentro. Independentemente do que seja.
Não sei se os bernardos e as constanças que fazem desenhos para a campanha terão catrapiscado alguma referência especial, mas ao olhar para o visual deste divertido partido vislumbro um cruzamento entre a sinalética de um aeroporto chinês e o logo do MFA (sendo que entretanto o pacman engoliu o cravo). Hu, kinky!
Já agora, não querendo ser desmancha-prazeres, parece-me que a grande maioria dos portugueses tem perfeita consciência de que Lisboa é, efectivamente, uma cidade portuguesa. Em todo o caso, bem hajam.
2 comentários:
E numa nota diferente mas a propósito da sinalética de aeroporto chinês, uma sugestão para para aligeirar os dias:
www.engrish.com
Bem reaparecido sejas ó Alexandre, o grande.
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