30.11.10
O pesadelo de um copywriter
Fresh
Mini
Lollipop
Expo
Shine
Dimsun
Samba
Pop
Puccini
Crystal
Smart
Xenon
Renoir
Incite
Invision
Neon
Secret
Trax
In Touch
Encore
Prime
Quantum
Optimus
Town
Chic
Octane
Rumor
Plus
Pure
Cookie
Wink
Style
Viewty
Snap
Fathom
Vu
Smile
Cafe
Chocolat
Gig
Arena
Joypop
Andro
Xperia
Cedar
Yendo
Bravia
Zylo
Spiro
Aspen
Vivaz
Hazel
Elm
Pureness
Jalou
Greenheart
Naite
Satio
Idou
Aino
Yari
Xpress
Navigator
Slide
Mural
Classic
Gold
Arte
Evolve
Fold
Supernova
Prism
Crystal
Luna
Droid
Spice
Flipside
Bravo
Citrus
Defy
Milestone
Grasp
Charm
Rambler
Quench
Flip Out
Dext
Backflip
Zhishang
Zhiling
Tundra
Renew
Active
Cocktail
Razr
Preston
Propec
Explorer
Beat
DJ
Ultra
Disc
Memoir
Stratus
Duos
Ego
Tobi
Renown
Saga
Eternity
Behold
Epix
Eco
Soul
Impact
Steel
Ace
Access
Serenata
Blast
Katalyst
Blackjack
Serene
Gusto
Wave
Mesmerize
Transform
Omnia
Messenger
Focus
Continuum
Tab
Solstice
Zeal
Evergreen
Mythic
Eco
Flight
Forever
Marvel
Spica
Jet
Pixon
Crest Solar
Solar Guru
Behold
Star
Blue Earth
Scarlet
Code
Double Take
Caliber
Trill
Moment
Intrepid
Instinct
Rogue
Intensity
Comeback
Gravity
Blade
Impact
Beat Techno
Genoa
Lindy
Diva
Shark
Monte
Xcover
Corby
Beat
Ch@t
Beam
Galaxy
Metro
Vibrant
Fascinate
Impression
Magnet
Jack
Champ
Rugby
Apollo
Freeform
Restore
Haven
Captivate
Squash
Smiley
Flight
Tocco
Simon
Ravine
Dynamic
Lite
Glyde
Jest
Devour
Bubble
Honey
Brute
Gratia
Surround
Mozart
Trophy
Desire
Aria
Wildlife
Legend
One
Nexus
Evo
Incredible
Droid
Eris
Tattoo
Hero
Ozone
Snap
Magic
Tilt
Diamond
Dream
Cruise
Max
Viva
Advantage
Dual
Shift
Mteor
Quer a nível linguístico, quer a nível comercial, esta tendência de individualizar todo e qualquer artigo de parafernália electrónica faz-me imensa confusão. E no caso dos telemóveis o cenário é de um absurdo paradigmático. Os fabricantes decidiram deixar cair as "frias" designações alfanuméricas e começaram a oferecer nomes próprios a qualquer pedaço de plástico com botões e um microfone incorporado. Isso leva, a meu ver, à indistinção e desvalorização do objecto, o inverso do que pretendem as marcas. Porque o mercado já está mais que saturado e o processo de naming, ao ter de acompanhar a canibal escalada de novos modelos, debita designações tão rebuscadas quanto indistintas e, não raras vezes, idiotas. Campeão neste domínio é o chaebol Samsung, cuja ânsia de açambarcar o léxico anglo-saxónico e suas corruptelas produz inanidades como "Squash", "Forever" ou "Lite" - banalidade igualada pela irrelevância dos próprios aparelhos -, ou presumíveis acidentes como "Trill". Entre a quota parte de disparates da LG contam-se "Lollipop", "Fresh" e "Wink", possivelmente dirigidos a um target que usa mochilas da Hello Kitty, mas em termos de branding global, nomes absolutamente inúteis, senão mesmo prejudiciais. Possivelmente estas marcas pretendem ganhar quota de mercado à Apple e à tradicionalista Nokia cobrindo todas as bases de forma indescriminada - uma tentativa desesperada de afirmação segmental. Mas por muito que o desparramento linguístico se justifique pela intenção de conectar emocionalmente com diferentes públicos, é muito difícil credibilizar estes intentos com designações como "Citrus", "Incredible", "Lindy" e "Simon", cujo "eco emocional" se dissipa no vazio da gratuitidade. A Sony Ericsson e a Motorola apostam ambas num registo sofisticado e elegante (por vezes grandiloquente, veja-se "Milestone"), com a primeira a conseguir um certo ar de família ("Aino", "Satio", "Andro") e uma personalidade demarcada, entre a linguagem sci-fi e a boutique de alta costura, com a série "Xperia". Mas ainda assim falta algo. Faltam a simplicidade, objectividade e notável capacidade de síntese da Apple que é aqui pioneira e uma referência inultrapassável. O seu objecto de desejo chama-se tão-só "iPhone". E na sua linha de fenómenos globais, ancorados na real ciência do marketing, incorporou elementos lexicais como "pod", "nano", "touch", "pad", "book", "pro" e "life", anexados a um prefixo solitário que diz hoje mais que mil palavras. Nomes que entraram de facto no léxico comum e que se instituiram como sinónimo de qualidade, eficácia, ergonomia e bom gosto. Como sinal de um status democratizado por uma filosofia partilhada. E isto, por muito que me custe admitir, é o que fazem as grandes marcas, numa simbiose perfeita entre produto, estratégia e criatividade. Gerar identidades é uma das tarefas mais difíceis para os criativos e não ajuda quando o mercado está sobrelotado de nomes e formas que não significam coisa alguma, associados a não importa o quê, quando muitas vezes poderíamos reclamá-los para algo que, achamos nós, faria perfeito sentido no contexto que desenvolvemos. Mas a verdade é que um nome, por si só, faz muito pouca diferença, e é isso que cada vez mais sinto ao ver 15 minutos de produto chamados "Soul", "Pure" e "Intensity". As palavras passaram a valer tanto quanto a promessa de realização que apregoam. Nada. E tenho pena, muita pena.
17.11.10
E agora para algo completamente irrelevante
Não sei se é a sagacidade do olhar, a imobilidade teutónica e vigilante das pálpebras ou a expressividade geral do conjunto que estimulam a concupiscência de milhares de cibernautas de gosto requintado, se o carisma que emana da sua penetrante filmografia. Poderá eventualmente ser o efeito escravizante do seu grunho viril, fazendo-se sentir algures por onde as deixas deveriam existir. Mas fiquei a saber que essa notável entidade abstracta mobilizadora de inteligência, cultura e civilidade em massa, "elegeu" este neandertal como "homem mais sexy". Dezoito milhões de pessoas manifestaram disponibilidade e interesse em afirmá-lo com galhardia. É bom saber que a evolução não tem limites. Nem a sensualidade.
11.11.10
Hard copy 24
Já é suficientemente mau que a marca se chame Kona. E para piorar existia um modelo chamado Lisa. Agora as senhoras vão poder sentar-se neste novo modelito: Kona Kula Lisa. Isto vende-se em Portugal a pessoas de sentido de humor descomplexado?
Tamara Drewe
É um divertimento relativamente inconsequente de Stephen Frears, vê-se e passa sem deixar rasto. A protagonista, a muito jovem Gemma Arterton, tem em apelo físico aquilo que lhe falta em convicção, o que talvez sobressaia por estar rodeada de talentos veteranos dos palcos londrinos. Não estou familiarizado com os comics nos quais o argumento se baseia, mas em termos de produção artística e de diálogos a fita parece muito fiel ao meio original. De qualquer modo, um filme razoável de Frears, nos tempos que correm, já é uma benesse nas nossas salas.
Tagline alternativa
"You don't get to a couple of friends by giving a shit about somebody else."
Get it, motherfucker?
10.11.10
Ontem um actor, hoje uma anedota
Quantos (muito) maus filmes e quantas cabeleiras (ridículas) são necessários para transformar este gajo no novo Wesley Snipes? O Con Air e O Gone in Sixty Seconds ainda se aguenta (mal), mas assim não há reabilitação possível. Peggy Sue Got Married, Wild at Heart, Leaving Las Vegas, Adaptation, The Weather Man. E R.I.P. (logo a seguir ao Ghost Rider 2).
Chris Ware via The Savages
No outro dia deparei-me com uma bela ilustração de Chris Ware e lembrei-me de um filme que me apeteceu comentar quando o vi, há um par de meses. Chama-se The Savages, já tem uns anos e é um exemplo da qualidade magistral que por vezes o cinema indie norte-americano produz. Esta pérola de sensibilidade e economia narrativa não só é protagonizada por dois dos mais carismáticos actores norte-americanos, como estes ainda nos oferecem o bónus de uma química intensa e palpável. A história de dois irmãos que um passado incómodo afastou e que se reunem para decidir o futuro de um pai demente, evolui com contenção, subtileza, humor e uma enorme elegância formal, não cedendo nem às convenções estridentes do drama familiar nem ao intimismo turtuoso da "onda" independente. O cartaz, da autoria de Chris Ware, dá-lhe muito bem o tom, tal como o seu estilo conciso e sardónico faz aqui.
Arquivo do blogue
-
▼
10
(158)
-
▼
novembro
(24)
- Coisas que gostaria de ter dito 8
- Hard copy 25
- O pesadelo de um copywriter
- E agora para algo completamente irrelevante
- Hard copy 24
- The Office - Le Freak Edition 12
- Os tabliers através dos tempos
- Tamara Drewe
- Hard copy 23
- Um (anti-)herói para todos os tempos
- Tagline alternativa
- Um pensamento pela humanidade
- Coisas que gostaria de ter dito 7
- Ontem um actor, hoje uma anedota
- Chris Ware via The Savages
- The Office - Le Freak Edition 11
- Rodízio de cultura na Casa Municipal
- Coisas que gostaria de ter dito 6
- True Grit through the years
- Hard copy 22
- No Outono, volta a sorrir
- O cisne mostra a plumagem
- Parole parole
- Para a pequena Alice...
-
▼
novembro
(24)