13.10.09

Que delícia (p’rá fogueira)!




Maitê Proença, esse notável agente cultural brasileiro, fez umas tristíssimas figuras neste vídeo caseiro e ainda foi exibi-lo num programa de TV brasileiro, cacarejando alegremente com umas sopeiras conterrâneas. Pegou fogo ao circo e agora só de burka é que volta cá. Até por isso a sua estupidez fere a vista, mas a mim o que me deixa alterado não é a bimbalhice duma tipa que em tantos anos de carreira, nossa, continua a exibir os dotes interpretativos de um bacuripari bem verdinho. A mim o que me mói é que para nos gozar, e por mais que se adentrem na vida e nos costumes portugueses, os brasileiros continuem a usar expressões como “pois sim” e "pois claro" para significar anuência; assim onde, desde que a nossa língua é língua, usaríamos, “claro”, "naturalmente", “com certeza”, “já vai, porca” ou, tão simplesmente, “sim”. “Pois sim” e "pois claro", ó irmãos amantes do primarismo, é uma forma irónica e relativamente culta de manifestar incredulidade. NÃO SE USA como vocês querem. Tá? Se quereis gozar, aprendei como se faz. Fora isso, acho que a Maitê está bem melhor aqui do que em A Selva, do portuguesíssimo Leonel Vieira, onde até as narinas do Diogo Morgado a eclipsavam.
Continua a brindar-nos com o teu peculiar sentido de humor, pá, e vê se agora compram os teus folhetins eróticos na Guiné-Bissau. Do Palácio da Pena (onde vivia o Salazar) para baixo é que ardeu.

Ilustração de Luke Chueh

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