20.4.07

Quanto a mim, ponho-me ao fresco







Não me despeço, porém, sem aqui deixar a capa marota de um almanaque "nudista" espanhol de 1933. Epifania está um pouco insegura, revelando alguma timidez. Já Jorgelina é uma moça desprendida, que deita pelo bosque um olhar ambíguo, entre o desdém e a apetência voraz. Uma, frágil rapariga de esmaltagem porcelânica, teme a natureza em festa; a outra, amazona em comunhão com as forças vivas, anseia pelo enleio sumarento do amor sáfico. Digo eu, olhando assim à primeira vista.

Pupu goes on vacation



Before it's too late.

(Pintura de Luke Chueh)

Nunca esquecer o anti-calcário!








Esta semana a loiça riscou-se. Nada que uma mudança de atitude e uma semanita de férias não compense.

18.4.07

O amor é um extracto de espírito



Vivemos no receio de ficar sem liquidez.

17.4.07

Girl in my kitchen


Até já.

Melhor anúncio da semana (guerrilla marketing)



Agência: JWT França, para Pfizer, laxante Microlax

Melhor anúncio da semana (press)



Publicado em páginas consecutivas.

Agência: Ubachs Wisbrun, Holanda, para Bic Safety Razors

Pior anúncio da semana (press)



"Chicken never looked so good in a microwave", LG Electronics.

Agência e país não identificados.

16.4.07

Ao sol do Lumiar

Há locais em Lisboa que permanecem segredos muito bem guardados. Não sei se os autóctones já não procuram os jardins escondidos da sua cidade, mas não-nativos como eu agradecem que eles existam e bem resguardados da mole humana que se escoa para os centros comerciais ao fim-de-semana. Já cá vivo há uns anos, mas nunca suspeitei que o Museu do Traje, que visitei há muito tempo atrás numa excursão escolar, possuísse um jardim tão bonito. Teremos então de passar por coisas como estas:




Mas atravessados os portões do museu, repousaremos o olhar nisto:





E embora a calçada de Carriche esteja mesmo por detrás deste arvoredo



conseguimos abstrair-nos do barulho residual do trânsito e da ideia de uma paisagem opressiva a rondar, a rondar.

13.4.07

Melhor Evocação Expressionista




Menção especial para Catarina Furtado, pelo filme Animal, de Roselyne Bosch.

O belo Infante



Já é desprestígio suficiente ser-se associado romanticamente a José Sócrates. Mas submeter-se voluntariamente à humilhação de integrar o elenco de Animal, um filme tão mau no papel que só poderia ser desastroso no grande ecrã, é indignidade a mais. Sendo um dos actores/ artistas portugueses que mais respeito me merece, por razões não apenas profissionais, é uma lástima
vê-lo a dar o seu melhor, em inglês, note-se, ao argumento paralítico de Roselyne Bosch, a tentar acordar o canastrão Andreas Wilson de um torpor desconcertante e, talvez pior, a ostentar um estranho artefacto na cabeça. Diogo, camarada, mereces melhor sorte.

Os nossos valores: José Sócrates


José Sócrates é apenas humano. Foi humano ao mentir sobre o curricula à medida dos acontecimentos que moldavam os seus objectivos. Foi humano ao criar confusão até ao ponto em que se duvida agora se ele mantém registo mental do seu próprio percurso. A inconsistência é humana. A capacidade de liderança de um indivíduo não deve ser determinada pela sua preparação formal mas pelo seu percurso vivencial. É portanto irrelevante que a formação académica de Sócrates seja, para o efeito, Engenharia, Oceanografia ou Português - Italiano. Dadas as circunstâncias, a existência de alguns cursos politécnicos no horizonte do Primeiro - Ministro seria até preferível ao término da Licenciatura, caso alguma vez o pondere. Sócrates tentou a sua sorte e os ventos correram-lhe de feição. Com um empurrãozito aqui e além. É muito português uma pessoa saber safar-se mistificando. Quanto ao seu papel de timoneiro, bom, cedo (ou demasiado tarde) se percebeu que a falibilidade é humana. A ambição e o farisaísmo foram vindo ao de cima, associados à obtenção rápida de proveitos pessoais em detrimento do dever estatal. O temperamento fogoso e uma demagogia ora emproada ora dengosa revelavam, porém, um novo estilo de caciquismo, mais desportivo e empenhado em arrumar a casar. Torná-la mais aconchegada para si e para os seus. Quem não o desejaria. Mesmo que para isso tenha tido de sacrificar tantos carneiros (leia-se administração pública) ao altar do Simplex. O poder corrompe e faz crescer. Alguns. Não sejamos invejosos, caramba. Não cobremos a Sócrates o seu suposto estatuto de Engenheiro. Ser Senhor neste país é um castigo demasiado pesado. O nosso Primeiro é claramente um homem de recursos e de espírito sonhador, mas não é de ferro. E o espírito humano é fraco. Talvez não seja o mais adequado para as necessidades estruturais de Portugal, mas é suficiente para manter entretida a nossa essência prosaica. Não é o Homem, por definição, um enigma? Quem é afinal este que nos governa? Um suicida desesperado, capaz de nomear Manuel Pinho como Ministro da Economia e da Inovação? Que charada emocionante. José Sócrates é o paradigma do governante tão flagrantemente humano que nos convenceu de que o é, realmente. Algo que Cavaco nunca tentou e por isso é hoje o máximo representante da Nação: nunca se enganou e raramente teve dúvidas. De Sócrates a História não guardará memória. A não ser do apelido e da infeliz herança que prolongou neste risível país.

T10


Obrigado à iRiver por fabricar PMPs (Portable Media Players) com um design bem diferente do iPod e uma qualidade sonora superior. Acresce o facto de não existirem por aqui quaisquer adereços, lógicos ou heterodoxos. É só o aparelhómetro com os auscultadores. O meu maxa aos 512Mb e funciona com uma pilha AA. E não se parece com um coelho.

Falando de iPod...

A vibrar é que a gente se entende

Num site britânico de produtos diversos, que incluía candeeiros, toalhas de mesa, brinquedos e parafernália de cozinha, descobri uma secção de maroteira que passo a partilhar.


Rockin' Rabbit Clitoral Vibrator
As seen on TV Sex Tips for Girls. Designed to be worn over the penis, stimulates him and her, with 2 control units one for each of you to create the pleasure that only you and your lover can create! Voted the best toy during the trial, a definite WOW !!!

Comentário: com o coelho a bombar a várias velocidades à vez poderão ocorrer cãibras, enjoos, movimentos intestinais indesejados, atrito excessivo e eventuais curtos-circuitos. E a que “trial” se referem eles? A Mrs. Jennings e o marido experimentaram o candeeiro electrostático e a frigideira antiaderente montados no coelhito?


Audio Erotic Sound Activated Vibe
Multi-speed bullet with sophisticated listening chip that responds to every sound from music to moans. 3 levels of sound sensitivity for total erotic control. Enjoy variable intensity with multi-speed pulsation and vibration. 3 CyberSkin pleasure sleeves will perfectly hug your audio erotic vibe. 4 AAA batteries.

Comentário: quanto mais intenso for o ruído, maior o prazer. Aconselha-se o uso em artérias movimentadas, mas afastamento de martelos pneumáticos, estações de comboio e aeroportos. Senhoras com timbre demasiado agudo e tendência para manifestações vocais alvoroçadas durante o coito deverão usar a velocidade mais baixa, pois correm risco de empalamento. Metaleiros poderão sentir cadências erótica inesperadas.


Sexy Latex Peel Off Suit

Comentário: consta que estas galegas asfixiaram pouco depois de tirada a foto. Não se sabe se lhes conseguiram arrancar o produto do corpo sem usar acetona, mas parece que a coisa se pincela e provoca estremecimentos sensuais inesperados, na ordem do bloqueio dos poros, rigidez motora, obstrução da bexiga, tonturas e eventual colapso.


Nada como os inofensivos chicotes, algemas e botins de couro com salto agulha. Digo eu.

iQuesucesso



A Apple anunciou esta semana que vendeu o seu centésimo milionésimo iPod. Um feito para a empresa de Steve Jobs. Desde que introduziu o aparelho em 2001, a Apple desenvolveu mais de 10 novos modelos, mantendo o essencial do design original, sem largar a revolucionária scroll wheel. Mais tarde, e instituído este leitor de mp3 como um “fashion accessory” e símbolo privilegiado de uma certa forma de estar, democratizariam o conceito, criando os irmãos menores Mini, Nano e Shuffle. A projecção deste aparelho é equivalente, se não superior, à do leitor de cassetes Walkman, da Sony, lançado em 1979. Para além do impacto sociológico e cultural que já pode ser rastreado (100 milhões de unidades!), o iPod deu origem a uma multiplicidade de negócios colaterais que dele se alimentam exclusivamente: mais de 4.000 acessórios, desde estojos, meias e luvinhas, passando por adaptadores de rádio e conectores wireless, até aos mais sofisticados sistemas de home sound. Grande parte dos automóveis topo de gama lançados em 2007 incluem conectividade iPod de série. A iTunes Store vendeu mais de 2,5 biliões de músicas, 50 milhões de séries de TV e 1,5 milhões de filmes (uma parte deste items pertencente ao seu próprio catálogo), transformando-se no mais bem sucedido negócio de media digital online. O sucesso do iPod despertou uma concorrência feroz por parte de marcas como a Samsung, a Sony, a Creative e do gigante do software, a Microsoft, com o Zune, introduzido no mercado em Novembro do ano passado. Nenhuma delas fez sombra ao líder de mercado. O Apple iPhone, recentemente lançado, combina as funcionalidades do iPod (que pelo caminho foi incluindo foto e vídeo) com as de um telemóvel. E mesmo que as vendas iniciais não indiciem o mesmo nível de sucesso, este objecto aspiracional só contribuirá para reafirmar ainda mais a primazia do iPod no imaginário colectivo.

12.4.07

Oh la la, c'est chouette!


O contacto com uma variedade imponderável de manifestações "artísticas", das mais diversas proveniências e com um grau de gravidade variável, é uma das vantagens das pesquisas intensivas que sou obrigado a fazer. O último exemplar pode classificar-se como “caso moderado”, é francês e homem de múltiplos talentos. Aconselho vivamente a visita a este site, cheio de pequenos momentos memoráveis. Mas o melhor de Gilles Langoureau surge sob a forma de belas cançonetas com títulos tão sugestivos como: « J’ai peur des français » 
(« Tenho medo dos franceses » - não estás sozinho, pá), « Je vois du bleu » 
(« Vejo tudo azul »), « Ferme ta gueule pour voir ! Ah ouais, c’est mieux ! » 
(« ‘Tá calada ou vais ver ! Ah bom, assim é melhor ! ») e, a minha favorita, 
« Chercheur d’ ORgasme » (requintado trocadilho), que os mais (e menos, a bem dizer) versados na língua do senhor poderão escutar aqui.

Discos não pedidos







Obrigado pela dica, Ritinha. A estação da Ana não permite passar mais do que 30 segundos de música. Mas vou imitá-la e colocar a letra. Este post é um daqueles programas radiofónicos antiquados, que ainda se transmitem em AM. Só que aqui não é preciso dizer a frase a elogiar os sofás. "How to be invisible" e "Don't Give Up" é para os três da vida airada (e só nós três é que sabemos). "Delius (Song of Summer)" é para o Ito, que anda a trabalhar como um condenado. Já falta pouco para vermos paisagens exóticas. Força, pequeno!


I found a book on how to be invisible
Take a pinch of keyhole
And fold yourself up
You cut along a dotted line
You think inside out
And you're invisible

Eye of Braille
Hem of anorak
Stem of wallflower
Hair of doormat

I found a book on how to be invisible
On the edge of the labyrinth
Under a veil you must never lift
Pages that you must never turn
In the labyrinth
You stand in front of a million doors
And each one holds a million more
Corridors that lead to the world
Of the invisible
Corridors that twist and turn
Corridors that blister and burn

Eye of Braille
Hem of anorak
Stem of wallflower
Hair of doormat
Is that the wind from the desert song?
Is that the autumn leaf falling?
Or is that you walking home?

Is that the wind from the desert song?
Is that the autumn leaf falling?
Or is that you walking home?
Is that a storm in the swimming pool?

You take a pinch of keyhole
And fold yourself up
You cut along a dotted line
You think inside out
You jump 'round three times
You jump into the mirror
And you're invisible


"How to be invisible", Kate Bush, do álbum Aerial (2006)
Foto de Philippe Carly

11.4.07

"Cuckoo Plan"



Uma mostra dos talentos do Carlos Cipriano (a.k.a. Fofi) e da Rita Vieira (a.k.a. Natasha Kostakurta). Parabéns, miúdos: concepção, animação, fotografia notáveis... Um trabalho harmonioso e original. Venham mais!

Loto feat. Peter Hook, do álbum Beat Riot (2006)

Um brinde



Ao meu amigo Rui, recentemente reencontrado no universo virtual, a recomeçar a vida noutras paragens. É preciso um gajo andar à pesca de notícias para as conseguir. Mas são só as más que correm depressa, não é? Hope to see you sometime soon. Here's to you.








P.S.: Nuno, tu que andas pela mesmas paragens, estás incluído no brinde.

Hora pimba

Não fazia ideia até hoje de que existia um site dedicado ao fenómeno "pimba". Francamente não aprofundei o grau de seriedade, mas imagino que a orientação temática fale por si. De qualquer forma, e na sequência da circular recentemente enviada para as nossas instalações e prontamente divulgada, agradeço o empréstimo da foto de capa de tão gracioso disco, que ostenta orgulhosamente o selo dos nossos colegas. Se quiserem espreitar

Directamente de Paris da França


KELLY CELEIROS
2007
(Esta circular anula e substituí as anteriores)

Cachets 2007
Concerto em Play Back Instrumental
(1h00)
Sem equipamento de Som e Luz 450€
+ Alimentação Completa, Alojamento e Viagens com Partida de Paris para 2 pessoas

Concerto com Banda
(1h15)
Sem equipamento de Som e Luz 1450€
+ Alimentação Completa, Alojamento e Viagens
com Partida de Paris para 5 pessoas

Temas do novo trabalho discográfico :

- String - Calcinhas Rachadas - Cuecas de Renda
- Deixa-me viver - Galos atrevidos - Meu amor foi-se embora
- Vestido Sexy - Semente de Amor - Eu só quero beijinhos


Importante :
. Cachet Líquido
. Na facturação acresce o valor do IVA em vigor
. Nos contratos seguem mais em pormenor todas as condições

SEMPRE QUE NECESSITE DE MATERIAL PROMOCIONAL, BASTA QUE NOS SOLICITE

CONTACTOS :

Tm : (0033) 6 71 96 15 62
Mail :
armanda.freitas@wanadoo.fr


Vistas largas para variar

Bolo de chocolate com natas



Thou shalt not covet thy neighbor's delicacies!

Pescada com alho francês















Sílvia possuída pelo prazer da cozinha.

10.4.07

Alguns momentos de culto

Por ordem aleatória, 20 videoclips que me marcaram em dada altura e que continuam a parecer-me inventivos a cada reencontro, pondo de lado uma conjugação de factores que me poderiam sugestionar. Acho que todos eles representaram pedradas num charco muito atafulhafo de ideias, cozinhadas ao sabor do que a indústria convenciona ser o vídeo musical.

"Orpheus", de David Sylvian, realizado por Andrea Conigli
"Criminal", de Fiona Apple, realizado por Mark Romanek
"Ray of Light", de Madonna, realizado por Jonas Åkerlund
"Slave to the Rhythm", de Grace Jones, realizado por Jean-Paul Goude
"What's it gonna be?", de Busta Rhymes feat. Janet, realizado por Hype Williams
"I Got U Under My Skin", de Neneh Cherry, realizado por Jean-Baptiste Mondino
"Being Boring", dos Pet Shop Boys, realizado por Bruce Weber
"Tonight, Tonight", dos Smashing Pumpkins, realizado por Jonathan Dayton e Valerie Faris
"All Is Full of Love", de Björk, realizado por Chris Cunningham
"Human Behaviour", de Björk, realizado por Michel Gondry
"Cloudbusting", de Kate Bush, realizado por Julien Doyle
"Big Time", de Peter Gabriel, realizado por Stephen R. Johnson e Peter Wallach
"Sledgehammer", de Peter Gabriel, realizado por Stephen R. Johnson
"Caught a Lite Sneeze", de Tori Amos, realizado por Mike Liscombe
"Groove Is in the Heart", dos Deee-Lite, realizado por Stéphane Sednaoui
"True Faith", dos New Order, realizado por Philippe Decouflé
"Road to Nowhere", dos Talking Heads, realizado por David Byrne & Stephen R. Johnson
"Pilots", dos Goldfrapp, realizado por James Griffiths
"Human Nature", de Madonna, realizado por Jean-Baptiste Mondino
"Breathe Me", de Sia, realizado por Daniel Askill

Gabriel, o Grande

1986 foi um ano crucial para o videoclip. Graças a “Sledgehammer”, o primeiro single do álbum So, de Peter Gabriel, a percepção deste suporte comercial mudou, dando fruto a insuspeitas possibilidades criativas. Transcendendo a música que ilustrava, sem de forma alguma lhe retirar brilho, “Sledgehammer” venceu nove MTV Music Video Awards nesse mesmo ano, um recorde que ainda hoje sobrevive. Considerado um dos mais importantes e influentes vídeos musicais alguma vez criados, foi colocado no 1º lugar da lista dos melhores videoclips de sempre, da revista Rolling Stone, em 1993. “Sledgehammer” é apenas um exemplo da contribuição de Gabriel para este medium. "Shock the Monkey", “Big Time”, “Steam”, “Mercy Street”, “Games Without Frontiers” e “Don’t Give Up” empregam animação sofisticada e efeitos especiais pioneiros, recorrendo alguns deles a elementos cénicos, fotografia e trabalho de câmara ao nível da 7ª Arte. Neste caso particular, o carácter inovador de Gabriel encontrou em Nick Park um parceiro à altura. O estúdio Aardman foi responsável pela animação de “Sledgehammer”, utilizando as técnicas de stop motion mais desenvolvidas na altura. Lembrei-me de recuperar um exemplo tutelar da cultura vídeo, para contrariar a overdose de machos pejados de ouros y sus muchachas semi-vestidas, em pose eroticamente agressiva e culturalmente caricaturizada, ou as coreografias epilépticas de Beyoncés e Shakiras, com os seus espasmos hedonistas e carpidos pró-emancipação. Eis como ilustrar o sexo de forma criativa (preste-se atenção à letra).

9.4.07

O canteiro de Rosie



Serão prazeres inocentes, quase etéreos, por vezes, mas as canções de Rosie Thomas transportam mais emoção na sua eloquente simplicidade do que alguns estertores barrocos de trovadores contemporâneos (como Rufus Wainwright, por exemplo). Muitos a ultrapassarão em talento e, certamente, em intensidade. Não importa. A música de Rosie Thomas tem a mestria de evocar nas almas melancólicas apenas o essencial: de palavra, de melodia e de sentimento. O mais recente álbum, These Friends of Mine está aí e é tão bonito quanto os anteriores.

Morte aos feios



Hoje sonhei com a Floribella. Enfim, não com a Floribella, com a rapariguinha a quem piedosamente chamaremos actriz, que dá ancas e perninha curta à personagem, no seu sotaque colorido a quem os loucos chamam torpe. Sonhei que ela tinha morrido. Como, não me lembro, mas talvez de tanto a ver nas capas das revistas o meu subconsciente tenha engendrado um despiste de jipe na Rebordosa, a fugir das objectivas. Ou uma overdose de smarties e Raposeira na banheira do Valentim Loureiro. O que mais estranho é esta figura ter-se imiscuído no meu sossego de uma forma tão crua. É assim tão forte esse desejo oculto? Na verdade até senti uma leve angústia. Pobre moça, na flor da vida e tão bem encarreirada para ser flor a vida inteira. Mas eis que acordo e constato, lá para o meio do dia, que tudo segue segundo a ordem natural no meu doce Portugal. Dei até de caras com a capa de uma publicação que me põe ao corrente do actual estatuto da menina. Certifico-me de que, vivas ou mortas, estas eminências do vazio me remetem sem dó para uma permanente realidade paralela, onde o bom-senso sofre um exílio de duração indeterminada.

And I'm just about to snort this yumi looking shit, too


Obrigado a Keith Richards por ter dado um novo sentido a "britcom", ao admitir ter inalado as cinzas do seu pai. Quando a realidade ou o que por ela se faz passar se encontra com a melhor ficção humorística. Richards deve ter inalado as cinzas do pai e do inteiro jazigo familiar, se não o estuque do mesmo, a gravilha do caminho, a erva circundante e um ou dois ciprestes pela raiz. Não deve ter havido hotel onde o Rolling Stone não tenha snifado a totalidade dos ácaros das carpetes, o papel de parede, o incenso dos quartos, os pot-pourris das gavetas e os ambientadores do hall; nem pó de palco que Keith não tenha experimentado, à mistura com alguma boa cola industrial do carpinteiro mais próximo. Fontes próximas da produção de Pirates of the Caribbean: At World’s End, onde Keith figurará como pai de Johnny Depp/"Jack Sparrow", temem pelo areal de Palos Verdes, no Sul da Calfiórnia, durante a sua breve estada.
Diz-se até que Keith Richards continua a abrir garrafas de cerveja com tal poder de sucção. Enquanto estiver vivo para contar a história, nós acreditamos. Uma cara desta não engana, engana?

Miar, nunca, arranhar, sempre!



Num país onde nada acontece que não tenha acontecido já e que não continue a acontecer, com a variável colocada no grau de decadência, o cartaz que o Gato Fedorento colocou no Marquês, ao lado do esguicho fascista do PNR é assunto de todas as mentes, bocas e escrevinhações. Junto-me ao curral para celebrar a atitude do quarteto de comediantes, que pagou do seu bolso a diabrura, assumindo uma posição cívica e, sim, não há como negá-lo, política. O PNR talvez seja um exotoxina no panorama político português e, mais importante, na sociedade lusa – que como é notório cada vez menos se revê no carnaval partidário e, privada de colo e autoridade, padece de azia opinativa e de anemia interventiva –, mas talvez não seja um produto assim tão pírrico, dado o contexto que o vê nascer. Muitas razões, portanto, para aplaudir a intervenção pronta de um dos mais influentes pólos de opinião da actualidade, este quarteto de comediantes munido de iconoclastia pontual – e imprevista – e autoderrisão suficiente para eliminar a pomposidade que o acto começa a convocar. Não somos apenas nós que lucramos com a inteligência oportuna e inédita do Gato. Confinados ao púlpito cativo – ok, e ocasionalmente profanado – da TV estatal, a pandilha dos quatro encontra aqui uma forma de superar as limitações que supostamente os confina, num acto que só contribuirá para aumentar a sua notoriedade. Ricardo Araújo Pereira tem toda a razão quando diz que a comunicação social deu uma projecção despropositada ao solitário billboard do partideco da reacção (vide a introdução deste mesmo texto), mas o facto é que nem ele nem os colegas se podem ou devem eximir do "acto político". Refugiarem-se no argumento da “piada” e de “uma coisa “para fazer rir” é seguir o mesmo caminho da indolência que nos esmaga a todos sem remissão. É assumir a posição de meninos bem que fazem travessuras caras para arreliar os senhores crescidos. Fazer humor que se quer inteligente é sempre um acto político e uma afirmação de contra-poder, não fosse o Diz Que É Uma Espécie de Magazine uma reciclagem, ao ritmo dos acontecimentos, das maiores ridicularias, diatribes, aldrabices e outras malfeitorias que minam este país e o transformam num maná de oportunidades para os cómicos. Para os cómicos e para parasitas insidiosos como as criaturas do PNR. Avançar com um “não foi um acto político” ou tergiversar com a história do “dia de sol” é mitigar a investida e não deixar espaço para inquietações. Politizar os discursos e as atitudes não tem um sentido restrito nem facilmente situável, não tem que carregar uma sempiterna conotação negativa. Estamos a falar de comunidade, de interesse público, de muita gente que precisa de boas referências. Não se descartem. Já se viu que têm tomates, carreguem-nos até às últimas consequências. Para dar azo à especulação útil é necessário politizar, não relativizar. Isso é a nossa infeliz cultura e é por isso que “com portugueses não vamos lá”.

3.4.07

...mas logo se desvanece.

De vez em quando bate uma saudade...

Pixmania me mata!

Muito (mas mesmo muito) fica por dizer sobre este revendedor online de produtos electrónicos de grande consumo. Não sei sequer se, baseado na minha experiência, diga liminarmente a quem ler isto que evite tal coisa, se aconselhe a pagarem à cobrança, a encomendarem por pirraça ou a desafiarem a sorte por um bom preço, rezando para que o essencial (a chegada da geringonça) corra bem. Estou convicto de que nem a própria Pixmania conseguiria ver claro nesta questão. Até porque a função deste sites não é ver claro em sítio nenhum. E, se já tinha razões de sobra para desconfiar de dito serviço, mais razões encontrei para me mudar para a concorrente Rebelio, depois de pesquisar informações sobre uma máquina fotográfica:

Fujifilm anunciou a 8.3 megapixel F40fd que caracteriza uma sensibilidade do máximo do ISO 2000. Além, a F40fd usa o sistema novo da deteção da cara de Fuji. A F40fd tem entalhes de cartão duplos da memória (xD e SD).
A FinePix F40fd, a mais tarde em sua escala da capitânia de máquinas digitais do estojo compacto da série de F. Caracterizando o processador real proprietário da foto de Fujifilm II, o CCD Super hora VI e a deteção ferragem-baseada da cara, o modelo novo continuam a tradição da série de F de entregar a tecnologia sofisticada e o estojo compacto, projeto direto. Adicionado a isto, a sensibilidade 2000 do ISO na lente óptica cheia de 8.3 definições do megapixel, de zumbido 3.0x e vida da bateria de 300 tiros faz perfeito para snappers prolific ou os fotógrafos do entusiasta que necessitam um high-performance fazem exame-em qualquer sítio da máquina digital.


Excelente trabalho, rapazes. Para além do verde ser a cor dominante no vosso tasco, eis mais ou menos o que consegui apurar:

Isso parece-se gosto eu constrói em cima

Quer vender livros da treta na net, ou qualquer outra tralha de qualidade duvidosa, sem custos adicionais de tradução? Enfie o paleio no Google Translator e escolha uma língua à discrição que aquilo tudo bem mexidinho, olha, até pode ser que pegue. O primeiro exemplo não é particularmente grave, tendo em conta o produto em causa e o target (?) em vista. Vejamos então como o Português é barbaramente assassinado pelos codex linguísticos da ciberlândia, numa transcrição imaculada.



GRAVAÇÕES AUDIO EXCLUSIVAS!

“Como jogar o tênis” por James Queimadura foi lido e gravado em 13 limas audio que jogarão em seu computador ou em todo o jogador MP3.

Você não pode começar este seja là onde for! Valor $67!

Ouvir uma amostra do livro audio que vem livre com sua compra.
Escutar a sabedoria das queimaduras grandes de James como você pratica!

James queima-se, o autor deste livro, foi reconhecido extensamente enquanto o perito foremost do tênis de seu tempo - e as verdades que revela neste fácil-à-lêem, fácil-à-compreendem que o livro transformará completamente literalmente seu jogo.

Você aprenderá pensar e jogar como um pro. Após ter lido este livro, que está sendo feito agora disponível como um ebook, você começará a ganhar fósforos de encontro aos povos que você nunca pensou que você bate em sua vida! Estalar aqui para mais detalhes

Este ebook vende por se em linha hoje para $37! E é seu livre!




ONE-ON-ONE COM PADEIRO DE SCOTT!

Se você for recursos pesquisando em linha do tênis você terá encontrado já o padeiro de Scott nos peritos pedir em Tennis4you.com.

Nós apresentamos Scott com as mesmas perguntas encontradas no interior “estratégias surpreendentes do FAQ para o tênis ganhando” e você não quer faltar suas respostas! Isto é priceless mas é seu livre!

Você não tem nada preocupar-se aproximadamente com esta compra! Se você não for feliz com o índice para nenhuma razão você tem nossa garantia completa para proteger seu investimento.

O maior inoxidável de todos os tempos


O autêntico maior português de todos os tempos não gostou do plebiscito televisivo e atentou contra a sua própria vida. Eis um instantâneo da sua agonia, momentos antes de a Chica Coxa o resgatar para melhor proveito. O velho e bom 5l está, porém, determinado a não cair no esquecimento, relembrando que até o próprio Dr. António de Oliveira o considerava presença indispensável à mesa frugal da valente nação. O tempo pode oxidar a memória, mas nada, no bom e velho Portugal, oxidará o mítico garrafão.

2.4.07

Receber

Primeiro é preciso dar qualquer coisita. Não te admires, portanto.

Olive oil


Move over, Natália de Andrade e Florence Foster Jenkins. I know present you, ladies and gentlemen, the late and great Olive Middleton. Better late than still singing. Para sensibilidades ousadas, como sempre. A ouvir aqui.

Pequena abrilada


Parabéns atrasados, Madeira júnior. Em boa verdade, não me esqueci, até porque o próprio dia serve de mnemónica. Pensava que ainda estava em Março, preso no meu ciclo perpétuo de rotina(s). Abril vinha longe, como uma ideia vaga de mudança, um lento acordar e um cheque suplementar na minha conta. Mas eis que alguém mais terra-a-terra, entre a salada de beterraba e a pescada com alho-porro, me faz lembrar que já jantávamos sob o céu de Abril. E corro para o telemóvel. E não te encontrei. Por isso, e embora com um pequeno delay (faz de conta que na capital o fuso horário é diferente), aqui te dou um beijo e abraço por umas 27 primaveras perfumadas, esperando que o dia tenha sido marcado condignamente, ó rapariga de muitas prendas.
O irmão desnaturado mas bem-intencionado.

Faça acompanhar a mensagem da musiquinha apropriadamente seleccionada.



(Ilustração de Ian Murray)

Arquivo do blogue