12.7.11

Tão fofos que eles são todos (e a saga continua 2)



Esta coisa continua a dar-me no nervo e não ajuda que hoje A. tenha enviado um mail onde diz:

"É um trabalho diria com uma 'ampla e abrangente aplicação'. Típico trabalho de agência big size. (Tal como o copy '... agora é o nosso nome que marca a diferença'.)

Onde já ouvi eu a expressão '... que marca a diferença'? Ou melhor, quantas vezes já ouvi eu isto!!!!

(...)

Bom, não estou sozinho, e conto com a solidariedade de um entendido. A opinião no site Brand New também parece contribuir para a ideia de alguma confusão. Mas, muito francamente, eu gostaria de nem me deter muito sobre os méritos da proposta. Estas coisas são tão voláteis quanto a sensibilidade imediata, o grau de especialização e a quantidade e natureza das referências acumuladas. Se fosse uma merda, a resposta seria mais ou menos unânime, mas como não é... Enfim, usando os termos que os designers privilegiam, acho que o script usado (e que atribui à marca, a meu ver, algumas qualidades interessantes que se tenta replicar exaustivamente) é das poucas coisas realmente bem pensadas. De resto, quer o typeface, quer os ícones, como o autor do artigo refere, fazem parte de outro filme. A sombra, mais do que escusada, é foleira. Também não vejo que estas mutações contribuam para o fortalecimento de uma imagem de marca ou para a criação de "brand awareness" além-fronteiras. É moderna, é amiga, é dinâmica, mas não encontro nela aquilo que uma identidade deveria imediatamente traduzir: constância e perenidade. Para um festival? Sim. Para uma identidade corporativa, no way. Quero é continuar a bater na mesma tecla. Porquê um trabalho encomendado a peso de ouro a Sagmeister? Quando terminarão estas ramificações tão saloias quanto sinistras aos salões da criatividade em Portugal? A genuflexão às santas padroeiras do eu é que sei porque conheço fulano? O culto do "name-dropping", arma infalível perante os bois aspiracionais que finalmente franquearam as portas do palácio? 

Porque o novo logótipo da EDP e as suas excentricidades vectoriais são, essencialmente, o reflexo disso.

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