Fuck, here's something that utterly defines my boss.
Ah, a publicidade, essa sempre revigorante (e revigorada) ilusão.
Sonhei que a minha ex-professora de yoga me baixava o salário e que o António Costa era o meu chefe directo. Algures entrava uma antiga apresentadora da meteorologia que tinha acabado de comprar um Saab 9000, uma gata falante que vivia numa pensão por "falta de empatia" com a dona e uma cama onde se caía de trapézio. Enquanto isso, em minha casa amontoavam-se brochuras e folhetos que eu nunca conseguia arrumar e, em Coimbra, este rapaz tratava-me amigavelmente por "Joana Banana". Quero crer que é o PEC, mas o mais certo é ter de mudar a medicação.
A performance "Dance Robot LIVE! - HRP-4C Cybernetic Human" na Digital Content Expo, em Tóquio, juntou no palco estas moçoilas siamesas em animada oscilação biónica.
Se ampliarmos o quadro, já de si sobejamente deprimente, constatamos que uma delas ostenta umas pernocas de alumínio. Chama-se HRP-4C, pois claro que chama, e é fabricada pela Yamaha. As outras também são fabricadas no Japão mas têm articulações mais permeáveis.
Pelo que pudemos apurar, antes de se auto-destruir numa explosão de arco-íris lilazes, hello kitties flamejantes e molho de wasabi fluorescente, tudo ao som de kayokyoku electrónico, esta lata saltitante, produzida pelo National Institute of Advanced Industrial Science and Technology, consegue cantar a partir de uma lista de músicas pré-seleccionadas e ainda desfilar na passadeira. Ena. Sugiro que a enfiem na do ginásio mais próximo, à velocidade 20, arrumem o assunto e evoluam para a próxima extravagância inútil. Estes japoneses têm dinheiro a mais, espaço a menos e muita bizarria nos seus pequenos oshiire.
A foto não é minha. Mas quem a tirou ofereceu à posteridade um monumental exemplo de concupiscência suburbana.
Fuck, it's really hard to break through my bosse's jargon. Trying to follow her line of thought is like attempting to extract juice from a pine cone: you can see it as "disruptive" and "groundbreaking", as long as you don't expect it to produce something. Dah.
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Exactamente 15 segundos antes de se transformar num "reality show" da Fremantle, num jogo de PlayStation, em bonequinhos articulados da Hasbro, em estátuas foleiras numa rotunda chilena e noutra em Mértola (por simpatia), num épico em três episódios da HBO e/ou numa novela produzida pelo Canal de las Estrellas e adaptada à realidade portuguesa pela TVI (que a situará na extracção de tungsténio em Arouca, com o Pedro Granger no papel de um barbiteso mineiro a braços com a pronunciação de "tungsténio"), na ramboiada de "talk shows", entrevistas a revistas cor-de-rosa e uma míriade de artigos sórdidos sobre a vida pessoal de cada um dos mineiros, incluindo acusações de zoofilia e suspeitas de herpes genital, é o momento de celebrar a vitória do homem sobre a adversidade, graças à determinação, à solidariedade e ao engenho. Foi efectivamente um triunfo do espírito sobre a matéria. Se esperarmos 5 segundos e fizermos muita força.
Um colega meu vai ser pai em breve e hoje revelou o nome da criança. Ocorreu-me dizer-lhe que o nome era tão beto, tão beto que o puto já ia nascer com sapatos de vela. O gajo não levou a mal, até porque, numa escala gradativa, não chega ainda aos sapatos de vela estilo mocassin. Isso seria mais um Salvador Gastão. Maria. Porque betarra que é betarra enfiam a Maria algures no desfile onomástico. Eu se fosse pai de um rapaz, como ele, chamava-lhe Espadachim, Samurai, Esgrimista, ou mesmo Flibusteiro. São nomes acutilantes
e com outra grandeza.
"I think you live a fuller life with someone else, you know, you're firing on all cylinders. It can be a nightmare at times, we all know that, but nevertheless in the end I think to have someone else's input on anything – a book, a meal, your children, life, a walk – is fantastic."
Francesca Annis
"Togetherness", desenho de Julia Kennedy
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Se fores DESIGNER, WEBDESIGNER e COPY, tudo ao mesmo tempo, candidata-te a esta formidável oportunidade! Lendo o menu de qualificações percebe-se que é um bom e belo cozido à portuguesa, numa tasca de finíssimo recorte, em Oeiras. Podem também pedir-te carta de camiões, domínio perfeito das línguas siníticas, mestrado em puericultura e que proves as refeições dos teus superiores para veres se estão boas de sal, mas isso não é enunciado, porque um bom profissional identifica um dado adquirido quando o (não) vê. Ah, e quando entrares mantém a "atitude positiva", senão levas com a cana de bambu que tu mesmo talhaste, durante os testes psicóticos, com o abre-cartas do sr. engenheiro que te contratou através de um vago aceno de mão e um magnânimo arquear da sobrancelha direita. Aí está o insight do mercado no que toca a saídas profissionais, a competências exigíveis e, claro, a expectativas de output técnico e criativo. 'Tá cinco estrelas, chefe.
"We have to reinvest, I think, in the idea of articulacy as a form of personal human freedom and power."
Emma Thompson
"I hope we will stop worshiping faux-superhuman qualities of aggression, hyper-decision making, aloof superiority, and non-discursive criticism. I hope we stop empowering such people and stop placing them in top positions (...)."Sameer Chadha, Nova Iorque (lido num fórum online)