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Preciso de sons ao longe. É dessa distância que preciso. De resquícios de conversa, do riso de miúdos subindo pelas copas das árvores, das advertências cruzadas dos pais, de um pavimento solitário, do movimento que fica e do movimento que vai. Passos insituáveis, a borda dos passeios, engrenagens de elevador, ferrugem nos portões, roupa pendurada, um ressoar por acaso, o som do frio e este zumbido reconfortante nos meus ouvidos. É nessa distância de por acaso estar, sem esperar nem ser esperado, que descanso. Finalmente.
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