12.12.07

Conto de Natal: Um marketeer nunca dorme







Chovia torrencialmente. Haviam acendido a lareira porque desanuviava o ambiente e porque a filha lhes pedia insistentemente que “ligassem o fogo”. E não havia nada que a Rita não conseguisse, sobretudo com muita teimosia. Sofia observava-
-a com carinho a ordenar meticulosamente as prendas que a tia Inês lhe tinha oferecido. Afonso estava agarrado ao computador, como sempre. Enxotou a filha para trabalhar numa nova apresentação. A pequena não tinha ainda conseguido terminar o jogo que o pai lhe dera. As coisas não estavam bem. Pensara que o Natal os pudesse reaproximar… A chuva intensificava-se. Parecia que, subitamente, fazia mais frio.

- Estavas a olhar fixamente para a Rita a brincar. Andas meio ausente, Afonso, em que pensavas?

- Estava a pensar que os Touchpoints devem ser criados e avaliados por antecipação, com uma atitude de “business engagement” do princípio ao fim da estratégia definida.

- Afonso, por favor…

- Cada Touchpoint tem características diferentes em termos de funcionalidade, de custo e de alcance. Por isso é essencial pensar de forma abrangente, equacionarmos as variáveis e agirmos cirurgicamente, munidos das ferramentas necessárias…

- Caramba, Afonso, já chega!

- Mas é verdade, Sofia! Elas existem! E comprovadas por muita experimentação.

- …

- Ouve. Sem nunca perder de vista a identidade da marca, dá-se ao consumidor todos os instrumentos que lhe permitem interagir com ela e construir ou reconstruir uma percepção dotada, ela própria, de identidade.

- Até parece que descobriste a pólvora!

- Não, mas o mapeamento dos momentos de verdade está em permanente evolução, não entendes? Os diferentes Touchpoints visam, cada vez mais, conduzir o consumidor à Internet, de forma a completar o ciclo de marketização do produto – ou mesmo a sustentá-lo maioritariamente.

- Estás a assustar a Rita…

- É uma solução combinada que permite analisar, optimizar e planear estrategicamente a quantidade e qualidade da interacção com actuais e futuros clientes – call centers, direct mail, imprensa, PLV, guerrilla marketing, outdoors… a Internet!

- Vou para casa da minha mãe. E levo a miúda.

2 comentários:

Anónimo disse...

É um conto de Natal para o século 21? Very sad... já não há natais como antigamente? E não pode ser antes uma festa...?

João disse...

Achaste triste? Hum... Olha que não, olha que não.

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