19.4.12

Uma história do carochinha


Em 1998 a Vokswagen lançou o impossivelmente redondo Beetle de nova geração, um carro tão moderno, antes de todos os carros modernos, que desde logo, e durante pelo menos uma década, figurou em diversos filmes, séries e produções fotográficas como o veículo de eleição num futuro genérico. Com um objecto tão liminarmente desprovido de arestas, tão ao gosto do design intemporal (que, por mais que quadratize, volta sempre ao mesmo, não é, Sr. Mégane?), o que fez a marca alemã? Esticou o capô - que ninguém lhe volte a chamar capô de fusca - e arredondou ainda mais a traseira, no limite do impraticável. Na próxima reincarnação, ou se saem com uma tábua de passar ou com uma esfera de duas portas, para a malta entrar e rolar com aquilo. Talvez um cruzamento improvável das duas coisas. O design tem as suas limitações, sendo a modernidade uma delas, no que às necessidades de consumo diz respeito. Este carro é um bom exemplo disso, mas, por essa mesma razão, e com mais ou menos retoques, continua actual e atraente em 2012.

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