E é bom que rezes para que funcionem os valentes ABS de todos os Audi, Mercedes, BMW, Porsche e quejandos, potentes e reluzentes, novinhos e carérrimos, porque vão começar a espetar-se violentamente contra a tua dignidade, a tua moral, o teu pudor, o teu desgosto e, por fim, a tua revolta. Se não contra ti, eventualmente contra as intermináveis paredes de betão que forram este nosso Portugal miolo de cortiça. Mas eles têm airbags. E dos bons. Tu não.
Damn, my computer doesn't have a flash player installed and I'm unable to download it 'cause I don't have enough privileges so I talked to my boss about this and she talked to this weird and smelly guy that occasionally hovers over our computers for no apparent reason, and he said he had to report to the company's headquarters and that they'd open a case and notify both my boss and me, but not before I fill out this form on the human resources page and ask my boss to sign it, so that he can actually report. Guess I won't be flashing me some ass and titties any time soon, will I. Er... What was it that I needed?...
Ilustração: Danny Benson
2010 tem sido um ano extraordinariamente forte para as actrizes, começando a perfilar-se os desempenhos mais elogiados e passíveis de eleição pela Academia. O mais surpreendente é a profusão de candidatas, a avaliar pelas diversas críticas e pela reacção do público. Não tenho memória de, em anos recentes, se ter reunido um naipe tão diverso e alargado de talentos femininos em plano de igualdade. Resta agora aos departamentos de marketing, à visibilidade dos filmes nas bilheteiras e às idiossincrasias da Academia desempatar. Algumas coisas parecem seguras: Nicole Kidman reabilitou a sua carreira com uma das interpretações mais unanimemente louvadas do ano, Jennifer Lawrence é a revelação da temporada e Carey Mulligan veio para ficar.
Sally Hawkins, Made in Dagenham
Natalie Portman, Black Swan
Maria Bello, Beautiful Boy
Halle Berry, Frankie & Alice
Carey Mulligan, Never Let Me Go
Hilary Swank, Conviction
Annette Bening e Julianne Moore, The Kids Are All Right
Rachel Weisz, The Whistleblower
Helen Mirren, The Tempest
Diane Lane, Secretariat
Michelle Williams, Blue Valentine
Nicole Kidman, Rabbit Hole
Ruth Sheen e Lesley Manville, Another Year
Anne Hathaway, Love & Other Drugs
Jennifer Lawrence, Winter's Bone
Naomi Watts, Fair Game
Robin Wright, The Conspirator
Tilda Swinton, Io Sono L'Amore
Annette Bening, Mother and Child
Noomi Rapace, The Girl Who Kicked the Hortnets' Nest
Keira Knightley, Last Night
Shit, now this is what I call an enticing career plan.
Fuck, do I feel like we're headed in the right direction or what?
Shit, I'm amazed at how much my new amazon boss wants to reign vicious and supreme over her feisty women subordinates.
Fuck, my new boss's rise to success has just taken a step back, as the managing director tried to eradicate her with a vacuum cleaner and a really nasty looking
crucifix.
Fuck, my new boss has just asked me if I know what a "parqui pris" is, while mispelling nine out of ten words. Shit, there's a language challenged bitch for you.
Fuck, my new boss dresses like a suburban teenager meets spinster schoolteacher on bingo night!
Fuck, my new boss has just sucked the shit out of the managing director's brain. Talk about making a point!
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Primeiras palavras alheias da manhã, ao cruzar duas velhotas:"De maneira que é assim, coitadinho...".
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E não sei se foi uma manobra inconsciente ou pura ousadia por parte dos editores, mas as revistas FART, uma sueca, já extinta, outra holandesa e galhardamente viva, desafiam qualquer mirada sisuda e minimamente cosmopolita. Ora aí está resitência ao imperialismo da semântica inglesa.
"kill all my demons and my angels might die too."
Tennessee Williams
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Debatia-me no outro dia com o facto de só me recordar dos títulos dos filmes no original, em inglês e em francês, pelo menos. O que poderia ser considerado pretensioso é apenas uma forma natural de apropriação mnemónica, decorrente do envolvimento que tenho com eles. Da mesma forma que decoro o nome dos actores com facilidade. Bom, o certo é que tentei listar os filmes que me marcaram, de formas diversas em períodos específicos, e não conseguia recordar as muitas vezes descabeladas traduções portuguesas. Este é um repositório solipsista da minha memória, uma vez que não posso enfiá-lo no perfil e irá exigir ampliação. O cinema, para mim, continua a valer a pena acima de qualquer outra manifestação artística. É a mais compósita, intensa e verdadeira, onde mais facilmente uma - qualquer uma - personalidade se pode perder e (re)encontrar. E assim aconteceu comigo, na elegância inquieta de André Téchiné, na emotividade visceral de John Cassavetes e na voz única, constantemente reinventada e enriquecida, de Woody Allen e Pedro Almodóvar. E assim será, com estes e muitos outros, espero, embora cada vez mais a indústria cinematográfica (porque a é) tenda a produzir uma polpa genérica de entretenimento para um público grosseiramente entorpecido pelo marketing. Não acredito que a objectificação crescente das expectativas e das ansiedades seja responsável pela morte do cinema enquanto arte, mas acredito que a oportunidade de ver bons filmes irá decrescendo, pelo que tal experiência deve ser estimada e partilhada.
Ao pensar nestas coisas percebi que muitos dos filmes que me impressionaram em tempos idos lidavam com questões então completamente abstractas, mas que se revelariam proféticas, atendendo ao novelo progressivo das situações, sentimentos e relações que a vida me foi oferecendo (e eu a ela). Deve ser assim com toda a gente. Em todo o caso, aqui não pontuam comédias românticas.