30.11.12

Hard copy 66


Ora aqui está um caso sério de boa publicidade. O tipo de comunicação sofisticada que só um gestor de eleição poderia produzir, depois de deglutir o belo naco do cachaço, exactamente entre um reconfortante peido neoliberal, a baba de camelo à casa e uma charutada a rematar, satisfeito por ter despachado a equipa de comunicação. Na agência (?) dizem-lhe que o seu arrojo sabe a maminha da alcatra e a coisa sai, espessa e retumbante, na net e e na imprensa escrita, deixando um inconfundível gosto a grossura. Se comprar o carro vou ter de lhe pendurar algures o poster desbotado de uma serrana mamalhuda, enquanto palito os dentes com a unhaca do mindinho. E vou parar forçosamente numa estação de serviço ribatejana para comprar um pack de cassetes de anedotas porcas e música ao (es)gosto popular, com as quais arruinarei o moderníssimo leitor de CD. Ao chegar a casa gravitarei como uma mosca para os pré-gravados da Casa dos Segredos, de modo a não perder os melhores momentos de pintelheira a passar de boca em boca, revendo-me no desafio épico da articulação verbal e sentindo vibrar em mim o mesmo ADN bovino. Tudo para estar à altura desta carrinha. Quem diria que uma simples frase seria capaz de tanto?

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