29.11.11

Publicidade portuguesa, património imaterial



















Espero que tenha havido bastantes WC portáteis durante a rodagem.

Ah, a publicidade. O ímpeto criativo, o reconhecimento, o glamour... Inspiram-me aquelas campanhas épicas onde a bela juventude, envolta numa sempiterna luz diáfana, vive em constante euforia e exaltação sensorial, cantando a uma só voz nesse grande palco de conciliação, civismo e harmonia que é a vida, em cenários jovens, belos (usualmente entre Guimarães e a Av. de Roma com passagens pontuais pelo Cabo da Roca e Chiado), envoltos numa luz diáfana, preenchidos por uma constante euforia jovem, melódica e actual. Como a Popota, também estas declinações nutridas pelo germe da inventividade pertencem a vários mundos: ao do café, do whisky, dos bancos, dos gelados, da roupa, dos iogurtes, dos supermercados, dos refrigerantes, dos pensos higiénicos, da cerveja, da política e das telecomunicações. Ah, haveria tanto para dizer sobre a bela luz diáfana das telecomunicações, dos seus hinos conciliadores, da sua beleza jovem e do seu imaginário sensorial. E das cervejas, as cervejas, meu Deus. A vida... bela, intensa, vivida, em suma.

A publicidade nacional, esse poço sem fundo de recursos criativos, que combate com ardor irreverente o vórtice implacável do materialismo primário, da redundância e da objectificação! Estamos todos juntos agora nesta demanda, e o que nos liga é óptimo, não é?

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