24.3.09
Inspiração plastificada
A Barbie fez não sei quantos anos há uns tempos, é irrelevante, mas lá diziam na TV umas pessoas ilustradas em plástico e fibras sintéticas que as meninas podiam sonhar em ultrapassar a sua triste condição de fêmea, foi isso que deduzi, graças às proezas avant la lettre da loira mais artificial do planeta. Ele era ir ao espaço, ele era ficar preta, ele era casar-se com um árabe, etc. Só não referiram que a Barbie foi o primeiro grande símbolo do feminismo, ao rejeitar o sutiã e as cuecas e a favorecer o estilo “junto à pele”, excepto quando usava saias e privilegiava a ventilação natural. Eis aqui um exemplo de emancipação e superação individual: a Barbie Érica, CEO da Confecções Modalinda, envergando um conjuntinho saia-casaco tipo ganga, acessórios em polietileno tereftalato dourado, posando junto ao aparador em verniz salmão glitter com um ramo de rosas oferecido por Tony Carreira. Ah, e um Magalhães. O sonho de qualquer mulher, portanto.
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