
Teve dificuldades em sair da sombra incontornável da mãe, Vanessa Redgrave, de quem herdou o porte altivo que um olhar afável se encarregava de contradizer. Mas desbravou o seu próprio caminho. O cinema, como alguém disse, “não soube o que fazer com ela”, pois a sua presença aristocrática não se encaixava no protótipo da beldade de serviço, da esposa amantíssima ou da heroína em apuros. De resto, parecia demasiado orgulhosa e inteligente para se sujeitar a tais tratos. Razão pela qual terá optado por trabalhar, no cinema, com Paul Schrader e Volker Schlondörff, concentrando-se sobretudo no teatro, onde viria a alcançar maior notoriedade. Vi-a em diversos filmes, mas lembrar-me-ei sempre dela em Patty Hearst, de Schrader, Gothic, de Ken Russel, The Handmand’s Tale, de Schlondörff, e em The White Countess, de James Ivory. Em Zelda, telefilme de Pat O’Connor onde desempenhava o papel da mulher de F. Scott Fitzgerald, demonstrava uma honestidade e profundidade dramáticas que nunca foram devidamente aproveitadas. Era uma actriz impecável, com uma classe à parte. Aos 45 anos, Natasha Richardson desaparece tragicamente.
Sem comentários:
Enviar um comentário