20.9.12

Fragmentos de copy, ou um cadáver esquisito


Já foste exposto à ignorância radioactiva daquela tipa?

Não te conheço, mas porque é que a tua assinatura de email está em itálico?

… É muito estilo Colecções Philae meets plásticos Domplex.

A alma portuguesa com geleia real.

E com um par de ovos se faz a Páscoa.

Olhaa, o que é que a tua mãe faz? És comunista? O teu pai está desempregado? Aaah…

“Estou a ter uma crise existencialista.”

Vem experimentar uma coisa em grande e sente o teu prazer aumentar.

Oxalá chegues àquela idade com a mesma patine na simpatia.

Desculpe, mas a sua finesse não lhe permite assegurar as necessidades básicas da boa educação?

O meu passado sórdido veio estagiar dois dias para a vivenda ao lado.

Eu localhosto, tu localhostas, ele localhosta

“Conheces as Pussy Riô?”

“Boroa”?! Mas quem raio escreve “boroa”?

"Olhaa, 'camarão' é com maiúscula ou minúscula? Aaah…"

- “Ça va?”
- Ça. Já não há orçamento para o va.

- “No tempo do Salazar é que se estava bem.”
- Acima de tudo porque tu não eras nascida.

Não é quaisqueres, é quaisquer. Não é hajam, é haja. Não é eu disse a elas, é eu disse-lhe. Não é há-des, é hás-de. O acento é para a esquerda, não para a direita. Não é vistes, é viste. Não é asterístico…

- “O que é a ri-ã-trê? [n.d.r.: rentrée]”
- É uma festa popular "tunísia".

Podes perfeitamente sacrificar a originalidade à funcionalidade e até à mera conveniência, mas não esperes que a tua dignidade faça a síntese.

Cadavre exquis pintado por Leonora Carrington e o seu filho Pablo Weisz-Carrington

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