Hoje aventurei-me pela Almirante Reis abaixo para levar P. ao trabalho, em hora de ponta e dia de greve geral. Mais uma vez fui galvanizado pelo esplendor selvático do trânsito e dos números de circo radical, incluindo motociclistas funâmbulos com trajectórias exuberantes, carripanas das mudanças de prego a fundo e fé na chapa e putas finas de jipe BMW a estrebucharem desde a buzina às pregas da xereca porque eu não me atiro para cima dos carros que não me dão passagem quando fico retido em plena via, visto que uma carrinha de mercadorias está estacionada do lado direito para não interferir com o eléctrico... Depois de reagir, pela enésima vez, com, digamos, alguma visceralidade, entrei em ressaca e pus-me a pensar que, no zoológico, não podes interferir com a rotina da bicharada. Nem sequer podes dar amendoins aos macacos. Por isso, pá, numa próxima ocasião, em vez de te lançares no sprint da desforra e de exibires o dedo maroto, pensa que não é isso que vai fazer com que exista luz onde a natureza decretou escuridão profunda.
Sónia, abrimos um clube?
Ilustração de Jason Naylor
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