21.12.10
A hora do Goucha
Deixem o gajo em paz. Ele é estridente, vaidoso, o melhor amigo do sopeiral e há dúzias de razões para não o gramar. Mas o não tão simples facto de se ter assumido publicamente como homossexual, reconhecendo o companheiro, camarada, palhaço, amigo, merece o mínimo de respeito. Fê-lo, é certo, sem nomear essa palavra pernilonga e de sibilante reputação, e adicionando a santa mãezinha ao topo dos bookmarks afectivos. Mas não estava confortável a viver no armário perante o seu público e fê-lo. O que me parece de profundo mau gosto é os bazarocos do 5 Para a Meia Noite, esse programa tão jovem e impertinente, chamarem-lhe "apresentadora" porque... hum... deixa lá ver... é gay (excitação!) e a irreverência tem poluções nocturnas? Quanta inteligência e sentido de oportunidade, quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo é servido no cardápio legislativo como bandeira de progresso social. No qual só os turistas acreditam, visto que a mesma adolescência cavernícola que dita os nossos costumes é bem exemplificada por este tipo de graça fina. Mas pior do que isto - de onde não há muito a esperar, seja como for - é ver Herman a fazer o mesmo. Ele que, antes de ser a tia de todos os humoristas, foi um grande cómico. Se isto não é um oxímoro, então não sei o que é.
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