6.2.09

As minhas aventuras nas PF – Parte 1: A reclamação

Hesitei bastante antes de escrever um post sobre este assunto, mas, vistas bem as coisas, há cada vez menos formas de dar largas à nossa indignação. Há cada vez mais tendência para engolir a indignação e ficar com azia. Exibir publicamente as nossas mágoas é ainda mais improdutivo do que fazê-lo em privado, mas neste caso pode ser que dar a conhecer mais uma faceta das Produções Fictícias, esse tugúrio do humor nacional, evite que alguém vá (ou ande) ao engano.

Tudo começou com um workshop de “Escrita de Humor” pautado pela indefinição de propósitos e de objectivos... Bom, espera, aquilo custou 750 balas. Ora aí está um bom objectivo. Também não houve formadores. O que houve, duas excepções à parte, foi malta com uma auto-estima inflacionada e uma vaga noção do que estava ali a fazer. Mas adiante. Muitos meses depois, aguardávamos nós, cinco bravas criaturas que levaram a penitência até ao fim, um certificado prometido desde o início do curso. Como é natural, como deve ser. Uma papeleta com o crivo da chafarica a confirmar que lá estivemos, que a coisa se deu de forma efectiva entre os prestadores de serviço e a clientela, satisfeita ou não. Mas não. Nada. Um pouco como os recibos que tardavam e tardavam em chegar, ou como as aulas que eram anuladas e não remarcadas, mas em pior. Houve várias tentativas por parte dos interessados, que chocavam invariavelmente contra uma parede de ineficácia e de má vontade, de seu nome fictício, digamos, Fátima. Esta senhora arranjou todo o tipo de desculpas para não nos enviar a coisa, até ao dia em que, simplesmente, já nem se dava ao trabalho de as arranjar. Era simplesmente desagradável. Merece um simples certificado a importância que lhes estávamos a dar? Merece, porque não era um simples certificado. Não é um diploma de participação na conferência “A Fricatização das Oclusivas Sonoras em Português”, na Universidade Aberta. É uma coisa que pode ser pedida ou voluntariamente entregue numa candidatura de emprego. Emprego, malta fixe, aquela coisa que é precisa para se sobreviver, conhecem?
Eu até preferia ter aprendido qualquer coisa realmente significativa, mas nos dias que correm o marketing é tudo, como vós bem sabeis.

E vai daí que me meto ao barulho, dirigindo um mail às pessoas que deveriam e poderiam fazer qualquer coisa lá a partir do seu recantozinho alcochoado.

Subject: Requerimento de 25 linhas
Wednesday, January 7, 2009 3:44 PM

Bom dia.

Meses e meses passados sobre a nossa (onerosa) participação num workshop por vós leccionado, aguardamos ainda, e quiçá em vão, um certificado que nos foi prometido desde o início do mesmo. Depois de inúmeras tentativas de obtenção do dito, por parte de diversos dos discentes – recebidos com respostas tão esclarecedoras quanto “dê-me a sua morada”, “ninguém mais se queixou” e “houve um problema na emissão” –, perguntamo-nos se a secretaria das PF ainda está à espera da revolução tecnológica, se os cartuxos de tinta estão fora do vosso orçamento ou ainda se, pura e simplesmente, não têm qualquer registo de quem paga e frequenta as vossas formações.
Graças à incansável diligência de uma vossa colaboradora, Fátima de seu nome, os documentos devidos, legítimos e exigíveis, pairam algures num limbo de “problemas”, enquanto nós esperamos um milagre: o da competência.

Com os melhores cumprimentos, na eminência de uma provável deslocação colectiva às PF.

2 comentários:

Mono disse...

Sabes que tens de saber jogar PES para sacar alguma coisa às PF, não sabes?

João disse...

PES? O que é PES?

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