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Tudo começou com um workshop de “Escrita de Humor” pautado pela indefinição de propósitos e de objectivos... Bom, espera, aquilo custou 750 balas. Ora aí está um bom objectivo. Também não houve formadores. O que houve, duas excepções à parte, foi malta com uma auto-estima inflacionada e uma vaga noção do que estava ali a fazer. Mas adiante. Muitos meses depois, aguardávamos nós, cinco bravas criaturas que levaram a penitência até ao fim, um certificado prometido desde o início do curso. Como é natural, como deve ser. Uma papeleta com o crivo da chafarica a confirmar que lá estivemos, que a coisa se deu de forma efectiva entre os prestadores de serviço e a clientela, satisfeita ou não. Mas não. Nada. Um pouco como os recibos que tardavam e tardavam em chegar, ou como as aulas que eram anuladas e não remarcadas, mas em pior. Houve várias tentativas por parte dos interessados, que chocavam invariavelmente contra uma parede de ineficácia e de má vontade, de seu nome fictício, digamos, Fátima. Esta senhora arranjou todo o tipo de desculpas para não nos enviar a coisa, até ao dia em que, simplesmente, já nem se dava ao trabalho de as arranjar. Era simplesmente desagradável. Merece um simples certificado a importância que lhes estávamos a dar? Merece, porque não era um simples certificado. Não é um diploma de participação na conferência “A Fricatização das Oclusivas Sonoras em Português”, na Universidade Aberta. É uma coisa que pode ser pedida ou voluntariamente entregue numa candidatura de emprego. Emprego, malta fixe, aquela coisa que é precisa para se sobreviver, conhecem?
Eu até preferia ter aprendido qualquer coisa realmente significativa, mas nos dias que correm o marketing é tudo, como vós bem sabeis.
E vai daí que me meto ao barulho, dirigindo um mail às pessoas que deveriam e poderiam fazer qualquer coisa lá a partir do seu recantozinho alcochoado.
Subject: Requerimento de 25 linhas
Wednesday, January 7, 2009 3:44 PM
Bom dia.
Meses e meses passados sobre a nossa (onerosa) participação num workshop por vós leccionado, aguardamos ainda, e quiçá em vão, um certificado que nos foi prometido desde o início do mesmo. Depois de inúmeras tentativas de obtenção do dito, por parte de diversos dos discentes – recebidos com respostas tão esclarecedoras quanto “dê-me a sua morada”, “ninguém mais se queixou” e “houve um problema na emissão” –, perguntamo-nos se a secretaria das PF ainda está à espera da revolução tecnológica, se os cartuxos de tinta estão fora do vosso orçamento ou ainda se, pura e simplesmente, não têm qualquer registo de quem paga e frequenta as vossas formações. Graças à incansável diligência de uma vossa colaboradora, Fátima de seu nome, os documentos devidos, legítimos e exigíveis, pairam algures num limbo de “problemas”, enquanto nós esperamos um milagre: o da competência.
Com os melhores cumprimentos, na eminência de uma provável deslocação colectiva às PF.
2 comentários:
Sabes que tens de saber jogar PES para sacar alguma coisa às PF, não sabes?
PES? O que é PES?
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