19.2.08

Este país é uma catástrofe à espera de acontecer



As autarquias atacam o Departamento de Planeamento Estratégico, o DPE acusa os arquitectos da CML encarregues das implementações, os arquitectos referem a descoordenação dos engenheiros das autarquias, os engenheiros chamam a atenção para a inexistência de licenciados em Planeamento Urbano e Territorial na CML, o director do Departamento de Planeamento Urbano defende que as condições de intervenção pública não foram desbloqueadas pelo DPE nem pela EDP, o Ministro das Obras Públicas reafirma a importância das normas mas não garante que tenham sido aplicadas, em todo o caso deposita a sua confiança no Ministro do Ambiente, que por sua vez estava fora e ainda não apurou devidamente a natureza dos danos, ao passo que as autarquias contestam a existência de fundos para obras de reabilitação de toda a zona ribeirinha, alegando que na CML nem dinheiro há para adquirir mais um colector de lixo. O entulho não tem como se defender. O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas diz que assim não é possível trabalhar, o Secretário de Estado da Protecção Civil não comenta e aguarda futuros desenvolvimentos, o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas responsabiliza os patrões de cada área e estabelecimento específicos e reivindica material anfíbio nos locais de trabalho, críticos e observadores diversos informam que as últimas intervenções de fundo foram efectuadas sob a égide do Marquês de Pombal, quando Lisboa e arredores deixaram virtualmente de se ver, declarando que o actual plano de drenagem dos esgotos de Lisboa prevê que o Marquês fique enterrado em merda até ao pescoço. Sob pressão, o Ministro do Ambiente admitiu que Portugal poderá não estar preparado para o Aquecimento Global nem para o Mundial 2018, devendo já não existir nessa altura, ao que Gilberto Madaíl retorquiu com uma valente charutada e a garantia de que se pode vender a casa em planta. A populaça acusa todos os que lhe parece melhor, mas crê na força do espírito santo. Afinal, se tivesse sido um Katrina não teria sobrado ninguém para se queixar. Morra o Dantas, morra! Pim!

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