O que fazemos quando nos cansamos de lutar? Viramo-nos para a parede e esperamos que passe? Sentamo-nos e agimos como se nada tivesse sido razão suficiente? Onde escondemos a descrença? Que justificações fabricamos? Como lidamos com uma alma que já não reconhece o ímpeto do recomeço? Não há ar fresco para a anestesiar, não há liberdade para a esquecer, não há harmonia para a limpar. O que acontece quando ideias laboriosamente esculpidas se transformam em bibelôs atormentados? Podemos escaqueirá-los um a um e gritar sobre o ruído? E se já não temos voz? E se o ruído nos desgraçou? E o que pensamos, dizemos e fazemos é apenas o vapor de uma proveta reaquecida? E se dos testes nunca se tiraram conclusões? Desiste-se? E quando já nem dói quando a indiferença esmaga de vez a persistência entrincheirada? Quando nos tornamos no partido jamais tomado. Quando nem mudamos de posição, nem reabastecemos a crença, nem traçamos nova estratégia… O que fazemos se tudo o que muda nessa tensão de nada mudar é uma súbita e ácida consciência de inutilidade?
(Foto: Mark King)
8.2.08
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