28.9.07
Talvez um pouco maniqueísta
"A febre modernista de pesquisa, de romper com a tradição de ousar tudo, de perseguir o objectivo de tornar o acto de criação um acto consciente de crítica radical do espírito burguês, do seu racionalismo estreito, de desprezo pelo seu culto pelo dinheiro é substituída pela temperatura zero pós-moderna, de individualismo exacerbado e flutuante, da sobreposição até à amálgama indistinta da arte com a moda, com a produção de pseudo-acontecimentos alinhados pelos mecanismos publicitários."
Mas não desprovido de razão.
In Cultura e Mercado, Manuel Augusto Araújo
Jeff Koons
Cracked Egg (Blue)
High chromium stainless steel with transparent color coating
Bottom: 78 x 62 x 62 inches (198.1 x 157.5 x 157.5 cm)
Top: 18 x 48 x 48 inches (45.7 x 121.9 x 121.9 cm)
Gagosian Gallery, Londres
So you think you have ideas?
"Remember positioning? Remember, before it became all about punch lines, marketers tried to articulate a unique selling proposition, a differentiating benefit or at least a point of view? Nah. Why would you remember that? Positioning is just sooooo analog, sooooo uncool, the client-pandering behavior depended upon by the calcified and unimaginative."
("Wendy's Red Wig Ad: Close to Perfect", Bob Gardfield em Advertising Age)
25.9.07
Para o Rogério: à esquerda e sempre em frente
Ou o MEC toma uma medicação bestial, ou fez um brilharete em demagogia contracorrente ou, pura e simplesmente, gostou. Em todo o caso, no que à ideologia diz respeito, a diferença está toda no defender com unhas e dentes (e foices e martelos) os anacronismos e as contradições, agarrar-se a um mundo acreditado, talvez pleno de utopias mal resolvidas e de realizações apenas bem-intencionadas, mas crível e, ofenda a quem ofender, melhor. Para cada indivíduo que tenha norteado assim a sua vida, resistir às iniquidades que o tempo arrasta consigo é a maior conquista, mesmo que na persistente exteriorização solidária se esconda o egoísmo último de salvaguardar a sua identidade e, até, a sua solidão. Para quem não entende este nosso mundo, como eu, isso é notável. Eu pouco fiz para o aceitar e tentar partilhá-lo da melhor forma. É a deles, não comungo da doutrina mas respeito a dedicação. Talvez porque convivi, em conflito, com ela. E talvez isso tenha feito uma grande diferença. Quanto à Festa, é a experiência de cada um, como se vê, sente e vive, e de que lado. Tenho pena que não desconstruas o texto, mas talvez um dia me possas explicar o que não é verdade. Eu não sei. Nunca fui. Mas coloquei este texto aqui para que o meu pai possa e queira acreditar que aquele microcosmos reflecte bem uma realidade pela qual sempre lutou. Por discutível que isto seja, ele conquistou o direito à sua verdade.
24.9.07
Para o meu pai
“Dizem-se muitas mentiras acerca da Festa do Avante!
Estas são as mais populares: que é irrelevante; que é um anacronismo; que é decadente; que é um grande negócio disfarçado de festa; que já perdeu o conteúdo político; que hoje é só comes e bebes. Já é a Segunda vez que lá vou e posso garantir que não é nada dessas coisas e que não só é escusado como perigoso fingir que é. Porque a verdade verdadinha é que a Festa do Avante faz um bocadinho de medo. O que se segue não é tanto uma crónica sobre essa festa como a reportagem de um preconceito acerca dela - um preconceito gigantesco que envolve a grande maioria dos portugueses. Ou pelo menos a mim.
Porque é que a Festa do Avante faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça! Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?...
As festas do Avante, por muito que custe aos anti-comunistas reconhecê-lo, são magníficas. É espantoso ver o que se alcança com um bocadinho de colaboração. Não só no sentido verdadeiro, de trabalhar com os outros, como no nobre, que é trabalhar de graça... Porque não basta trabalhar: também é preciso querer mudar o mundo. E querer só por si, não chega. É preciso ter a certeza que se vai mudá-lo... Porque os comunistas não se limitam a acreditar que a história lhes dará razão: acreditam que são a razão da própria história... E talvez sejam. Basta completar a frase "Se não fossem os comunistas, hoje não haveria..." e compreende-se que, para eles, são muitas as conquistas meramente "burguesas " que lhe devemos, como o direito à greve e à liberdade de expressão. Mas não é só por isso que a Festa do Avante faz medo. Também porque é convincente. Os comunas não só sabem divertir-se como são mestres, como nunca vi, do à-vontade. Todos fazem o que lhes apetece, sem complexos nem receios de qualquer espécie. Até o show off é mínimo e saudável.
Toda a gente se trata da mesma maneira, sem falsas distâncias nem proximidades. Ninguém procura controlar, convencer ou impressionar ninguém. As palavras são ditas conforme saem e as discussões são espontâneas e animadas. É muito refrescante esta honestidade. É bom (mas raro) uma pessoa sentir-se à vontade em público. Na Festa do Avante é automático. Dava-nos jeito que se vestissem todos da mesma maneira e dissessem e fizessem as mesmas coisas - paciência. Dava-nos jeito que estivessem eufóricos; tragicamente iluminados pela inevitabilidade do comunismo - mas não estão. Estão é fartos do capitalismo - e um bocadinho zangados.
Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. A Festa do Avante é sempre maior do que se pensa. Está muito bem arrumada ao ponto de permitir deambulações e descobertas alegres. Ao admirar a grandiosidade das avenidas e dos quarteirões de restaurantes, representando o país inteiro e os PALOP, é difícil não pensar numa versão democrática da Exposição do Mundo Português, expurgada de pompa e de artifício. E de salazarismo, claro.
Assim se chega a outro preconceito conveniente. Dava-nos jeito que a festa do PCP fosse partidária, sectária e ideológicamente estrangeirada. Na verdade, não podia ser mais portuguesa e saudavelmente nacionalista.
As brigadas de limpeza por sua vez, estão sempre a passar, recolhendo e substituindo os sacos do lixo. Para uma festa daquele tamanho, com tanta gente a divertir-se, a sujidade é quase nenhuma. É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam. Se a Festa do Avante dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau. A coisa está tão bem organizada que não se vê. Passa-se o mesmo com os seguranças - atentos mas invisíveis e deslizantes, sem interromper nem intimidar uma mosca.
Quando se fala na capacidade de “mobilização” do PCP pretende-se criar a impressão de que os militantes são autómatos que acorrem a cada toque de sineta. Como falsa noção, é até das mais tranquilizadoras. Para os partidos menos mobilizadores, diante do fiasco das suas festas, consola pensar que os comunistas foram submetidos a uma lavagem ao cérebro. Nem vale a pena indagar acerca da marca do shampô. Enquanto os outros partidos puxam dos bolsos para oferecer concertos de borla, a que assistem apenas familiares e transeuntes, a Festa do avante enche-se de entusiásticos pagadores de bilhetes. E porquê? Porque é a festa de todos eles. Eles não só querem lá estar como gostam de lá estar. Não há a distinção entre “nós” dirigentes e “eles” militantes, que impera nos outros partidos. Há um tu-cá-tu-lá quase de festa de finalistas.
É uma sólida tradição dizer que temos de aprender com os comunistas... Infelizmente é impossível. Ser-se comunista é uma coisa inteira e não se pode estar a partir aos bocados. A força dos comunistas não é o sonho nem a saudade: é o dia-a dia; é o trabalho; é o ir fazendo; e resistindo, nas festas como nas lutas. A verdade é que se sente a consciência de que as coisas, por muito más que estejam, poderiam estar piores. Se não fossem os comunistas: eles. Há um contentamento que é próprio dos resistentes. Dos que existem apesar de a maioria os considerar ultrapassados, anacrónicos, extintos. Há um prazer na teimosia; em ser como se é. Para mais, a embirração dos comunistas, comparada com as dos outros partidos, é clássica e imbatível: a pobreza. De Portugal e de metade do mundo, num Portugal e num mundo onde uns poucos têm muito mais do que alguma vez poderiam precisar... resistir é já vencer. A Festa do Avante é uma vitória anualmente renovada e ampliada dessa resistência... Verdade se diga, já não é sem dificuldade que resisto. Quando se despe um preconceito, o que é que se veste em vez dele? Resta-me apenas a independência de espírito para exprimir a única reacção inteligente a mais uma Festa do Avante: dar os parabéns a quem a fez e mais outros a quem lá esteve. Isto é, no caso pouco provável de não serem as mesmíssimas pessoas.
Parabéns! E, para mais, pouquíssimo contrariado.”
Miguel Esteves Cardoso, in Sábado, 13/09/2007
Foto: Chema Madoz
(Obrigado, M.)
21.9.07
Quero uma cozinha na minha vida
É na cozinha que tudo começa, seguindo a receita ou improvisando. É aí que dezenas de objectos diversificados intervêm para um benefício comum. É na cozinha que se misturam sensações, cores e aromas. É um local que requer disciplina e boa gestão. Quem cozinha emprega a sensibilidade, o instinto e a criatividade. Evade-se para ser mais terreno. As cozinhas tomam a forma e as personalidades de quem as ocupa. Seguem modas e estão na moda. Os cozinheiros ditam regras de qualidade de vida, aperfeiçoam-nos o modo de estar, fazem-nos descobrir sabores e experimentar combinações inesperadas. As cozinhas são referências de design, decoração, funcionalidade e bem-estar. É onde tantas, tantas vezes alimentamos o corpo e as ideias, partilhamos a vida, aguardamos pelo poder agregador de um manjar dedicado.
19.9.07
17.9.07
13.9.07
Conflito de gerações
Nos anos 90, Loudon Wainwright III escreveu a pérola country "I Wish I Was a Lesbian". Rufus respondeu com a ainda inédita "I'd Rather Be a Queen".
Outra informação útil
Uma natural de Santarém não é uma "santarena" mas sim uma "escalabitana". Um robalo escalado é normalmente grelhado, mas não é, normalmente, de Santarém.
Informação útil
Uma nativa do Belize não é uma "beliza" mas sim uma "belizense". Um seleccionador nacional com uma carreira notável não é um "mister" mas sim um "bronco".
Javier, o Bardo
Javier Bardem está em grande. Com uma carreira internacional a solidificar-se mais à custa do seu talento e profissionalismo do que de êxitos de bilheteira, o actor impõe um carisma único no panorama cinematográfico actual e institui-se como a primeira grande estrela espanhola pós-Banderas, em versão mais versátil e sofisticada. Sem o epíteto infeliz de latin lover, Bardem é já, na mente de muitos produtores e realizadores, uma escolha natural para protagonista, e não exclusivamente "latino", como se verá em No Country For Old Men, dos irmãos Coen. "Os Fantasmas de Goya", de Milos Forman, está actualmente em exibição entre nós, mas caiu no limbo das grandes distribuidoras e quase ninguém o viu. O mesmo não deverá acontecer com a fita dos Coen, "O Amor Em Tempo de Cólera", de Mike Newell - candidato, desde já, ao pior cartaz da década -, o último e ainda intitulado filme de Woody Allen e, acima de todos, a adaptação do musical Nine, que, na Broadway, foi sintomaticamente protagonizado por... Banderas. O realizador Rob Marshall convidou Bardem para cantar e dançar as desventuras de "Guido Contini", ao lado da sua compatriota Penélope Cruz, da francesa Marion Cotillard, da galesa Catherine Zeta-Jones e da italiana Sophia Loren. O que, apesar de tudo, se olharmos bem para a cara de Javier, não deixa de ser uma surpresa.
Volta, António Ferro, e vê o que fizeste
A Madeira tem um parque temático. Até há bem pouco tempo achava que a Madeira era um parque temático, e bastante assustador. Bom, reservaram espaço, energia e muita, muita criatividade para erigir um parque temático mais pequeno e descontraído. O tema: a Madeira. A Madeira em todas as suas expressões, reais, simbólicas e virtuais: o mar, a terra, a flora, a fauna (ocasionalmente pode ver-se Alberto João a entrar ou a sair da jaula), os arraiais, os autóctones, Gonk e Zark, um delirante labirinto onde os visitantes enfrentam desafios trepidantes, modernos WC para crianças, uma viagem inesquecível no que restou do pavilhão da Polónia para a Expo 92, cadeiras de rodas (noto um simbolismo carregado neste particular) e esta coisa que eu não percebo o que é mas que é muito curiosa e reminiscente das esculturas exóticas da Quinta de Berardo (lá voltaremos), mas em mais poético. Uma iniciativa para colocar a par com o Museu do Cavalinho, o Museu da Gravata e os projectados Museu de Cera Alberto João Jardim - esculturas do grande chefe em diversas posições, com discursos em off - e o Parque Temático do Cozido. Se ainda não foi à Madeira, estou certo de que encontrará incentivos neste post.
"Confesso"
´
Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final
Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz
Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais
Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais.
Ana Carolina (in Ana Rita Joana Iracema E Carolina, 2001)
(Foto: Fred Hewitt)
Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final
Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz
Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais
Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer
Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais.
Ana Carolina (in Ana Rita Joana Iracema E Carolina, 2001)
(Foto: Fred Hewitt)
12.9.07
Pub: o pior da semana (print)
"Dog", campanha para Sky Movies, Forchets, Milão
"Tongue", campanha para Pharos Dictionaries,
Joe Public, Joanesburgo
"Last Supper", campanha para Mortein, Euro RSCG, Santiago do Chile
"Naked Passion", campanha para Aprilia Shiver 750, Bcube, Milão
"A New Flexibility", campanha para Aquafresh Flexigel, Callegari Berville Grey, Paris
Pub: o melhor da semana (print)
11.9.07
Ludo Goderis
O cartoonista belga Ludo Goderis foi o vencedor do Grande Prémio do Concurso Europeu de Cartoon “Desigualdades, Discriminações e Preconceitos”, organizado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) e Museu Nacional da Imprensa. O desenho de Goderis foi escolhido entre mais de meio milhar de propostas. Este concurso foi uma iniciativa inédita, organizada no âmbito da proclamação de 2007 (pelo Conselho da Europa) como Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos - Por uma Sociedade Justa e teve como objectivo desafiar os artistas europeus a caricaturarem estereótipos, preconceitos e todos os tipos de discriminação em razão do sexo, origem étnica ou racial, religião ou crença, deficiência, idade ou orientação sexual.
Aqui fica o cartoon vencedor, assim como uma pequena amostra do trabalho de Goderis, oriundo de um país com grande tradição na arte do desenho.
Aqui fica o cartoon vencedor, assim como uma pequena amostra do trabalho de Goderis, oriundo de um país com grande tradição na arte do desenho.
Onde divergimos
Chiquitita, you and I know
Sabias que na letra desta ilustre canção que te homenageia está incluído o verso: "So the walls came tumbling down"? Triste ironia, presságio sombrio. Por outro lado, termina numa nota bem alegre:
"Sing a new song, chiquitita
Try once more like you did before
Sing a new song, chiquitita
Try once more like you did before
Sing a new song, chiquitita..."
E podes repetir quantas vezes desejares!
Parabéns, Ceci, e muitos beijos do Björn, do Benny, da Agnetha, da Lena, da Mona, da Ana, da Emma, do Ludvig e do ex-marido da Agnetha, cujo nome me escapa. A Frida está zangada e refugiou-se na quinta de Sodankylä a fazer queijo de cabra.
Em face dos últimos acontecimentos
Oh! sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
Por que seremos mais castos
que o nosso avô português?
Oh! sejamos navegantes,
bandeirantes e guerreiros
sejamos tudo que quiserem,
sobretudo pornográficos.
A tarde pode ser triste
e as mulheres podem doer
como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos).
Teus amigos estão sorrindo
de tua última resolução.
Pensavam que o suicídio
fosse a última resolução.
Não compreendem, coitados,
que o melhor é ser pornográfico.
Propõe isso ao teu vizinho,
ao condutor do teu bonde,
a todas as criaturas
que são inúteis e existem,
propõe ao homem de óculos
e à mulher da trouxa de roupa.
Dize a todos: Meus irmãos,
não quereis ser pornográficos?
"Em Face dos Últimos Acontecimentos", Carlos Drummond de Andrade (in Brejo das Almas, 1934)
E a luta continua
Estás aí para as curvas
8.9.07
Judgementalism
11 things I liked about Greece
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