17.3.06
A defesa Whiterspoon
É compreensível, até certo ponto, a antipatia generalizada da intelligentsia nacional pela actriz Reese Whiterspoon. Reese parece uma cheerleader na pré-reforma, destinada a conciliar a difícil carreira de esposa e de revendedora da Tupperware. É uma dessas jovens mulheres que esperaríamos encontrar no Starbucks da esquina a discutir com as amigas, entre dois golos de Cola Light, muita gestuália e risinhos de fritadeira, a última gama de madeixas da L'Oréal ou o tamanho do rabo de Beyoncé no remake de "A Pantera Cor de Rosa": "Meus Deus, viram? Está enooorme!!". Reese é extremamente popular no norte da Europa - talvez porque parece um brinde saído a uma família loura, no Kinder Surpresa da filha Gigi, a caminho do centro comercial Sunshine Butterfly, em Berna. Dados biográficos revelam que Whiterspoon tem dois filhos do actor Ryan Phillippe, o querubim musculado de "Estúdio 54". Parece impossível esta sulista de gema já não ter hora de regresso à mansão familiar, aos sábados à noite. No entanto, e como dizia a fase promocional de um certo filme: "Look closer". Reese Whiterspoon tem 29 anos e uma carreira sólida, com a sua quota de êxitos populares e de filmes offbeat que pantenteiam versatilidade e um gosto peculiar por personagens perversas. De acordo com uma revista da especialidade, Reese "tem o talento e a ética profissional para ser uma das grandes da sua geração". Onde estão os críticos que se renderam à sua estreia em The Man in the Moon, no longínquo ano de 91? Que descobriram uma mulher sensual e agressiva em Best Laid Plans e Freeway? Todos os que lhe teceram rasgados elogios pela interpretação de uma estudante pernóstica e maquiavélica no celebrado Election, de Alexander Payne (Sideways; "As Confissões de Schmidt")? Até os intranscendentes Sweet Home Alabama ("A Diva da Moda") e Vanity Fair têm uma luz própria graças à determinação dos seus desempenhos. Por detrás da pele braquinha, dos dentes perfeitos e da inocuidade geral da aparência, está uma actriz inteligente, excelente gestora da sua carreira, capaz de enfrentar desafios difíceis sem alardear o quão complicado foi vencê-los. Uma pro. Goste-se ou não, respeitinho é muito bonito e toda a gente comete erros - eu não consegui terminar de ver "Legalmente Loura 2", e depois? Agora que Whiterspoon tem um merecido Oscar na mão, a intelligentsia lembra-se de resfolhar. Calai-vos e ide espreitar as maminhas da menina n'"A Hora Mágica".
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