31.3.06
Dêem-me de volta o património!
Agradece-se a quem conseguir identificar, debaixo desta espessa camada de cimento, a igreja (estimo que quinhentista), situada na Couraça de Lisboa, outrora fachada decadente que a Câmara Municipal de Coimbra sabiamente resolveu preservar. Depois de tão resoluta operação de cosmética, este tesouro do património arquitectónico religioso perdeu de vez a identidade. Enquanto cachopo o assunto não me ocupava, mas agora gostava de saber que edifício jaz ali, irremediavelmente emparedado. Procurei, procurei, mas não cheguei lá. Alvíssaras, então.
30.3.06
__
Olá.
Que te posso eu dizer? Ditar-te mais uma página do "Diário de um desempregado"?
Levantar cedo (8h, hoje, uma proeza!). Ir aos correios enviar CVs. Chegar a casa, lavar a loiça, comer algo, falar um pouco com a companheira de piso (embora sem um fio de paciência para quem quer que seja). Enfurnar-me no quarto em frente ao monitor a lutar com as ligações maradas do Sapo e a pesquisar o que falta por pesquisar, para já, enquanto se põem em dia mais alguns contactos. Já está pronta a carta de candidatura espontânea, ou mais uma de combustão (a enésima variação entre pen drives, CDs e o disco) para __ (um conhecimento antigo). Uma série de versões de cartas e CVs se seguirão, para empresas de __ e outras de __. Aguardo que me liguem da __ para o tal trabalho temporário (afinal não era assim tão fácil...), que já tarda. Entrei na 4ª semana de agonia. Provavelmente muitas mais se seguirão.
Tenho aí uns sites apontados num caderno(nunca me senti verdadeiramente seguro em lado nenhum; um gajo vai apontando...). Depois espreitar o Carga de Trabalhos e outros blogs benfazejos. Já perdi a conta aos CVs
Mais tarde pode ser que me dê vontade de escrever no blog, quem sabe para fazer uma ode a Portugal. Entretanto vou beber mais uma cola de marca branca.
Golden days
"Who said that dreams that you plan
will always slip through your hands to the man
Who always gets in your way, day after day
Who said that love was a thing
for someone else to believe in your heart
You're always running away
Why can't you stay
Hear me when I say
that things are getting better
Never be afraid
In a day what a day
when I'm spending it with you
And every time you say
that life is so much more
then I'm blown away
Golden days
Hey what you say is it time
to free yourself
from yourself in your mind
Like a Phoenix you'll rise
with hope in your eyes
Hey what you say is it time
to face the truth
Have some peace in your life
this I hope and I pray
that you'll find a way
Golden days"
Para ti para mim.
23.3.06
Em maus lençóis
21.3.06
Os nossos valores: Morangos com Açúcar
Quem são eles, porquê, o que fazem exactamente, quanto duram as pilhas, what the f*** is that over that girl’s hair and face?
Uma sugestão criativa para o programa (e para a TVI, genericamente), aqui.
Pupu em descanso
Também há porcos na Dinamarca
Depois de terem lançado sobre o mundo civilizado e, sobretudo, sobre o mundo menos civilizado, a maldição das caricaturas, eis que os temíveis dinamarqueses incorrem agora em mais altas perfídias, emulando os "heróis" de "O Segredo de Brokeback Mountain"... em LEGO!!! O que vai ser das nossas crianças? E das deles? Não bastava irem parar frequentemente às urgências por ingestão acidental das minúsculas peças, têm agora de ver nos supermercados caixinhas de: "A tendinha de Jack" e "A pescaria de Jack e Ennis"?... Oh, Deus, quando irás tu providenciar um raide aéreo sobre Copenhaga, para ver se estes bárbaros se controlam?!
Alguém nota um padrão?
Presidente sentido
Jorge, sabes que tenho por ti a maior estima e preocupação. O retrato da Paula aflige-me. Ver-te assim abandonado, nesse timbre pardacento, nesse teu jeito fechado, de quem mói um sentimento. É que, Jorge, estás mirradinho, consumido, triste e ictérico. Pareces o avôzinho patudo, sem patusquice e com muitos problemas de coluna. O busto da República perde a frescura e a vitalidade só de te contemplar, embora possa ser mera coincidência. O coração fraco não é razão, não explica o súbito nanismo que acometeu os teus membros posteriores. O traço da Paula tende para a robustez e para a emancipação dos movimentos, porquê a pose tão desconfortável nessa cadeira, que quase sou levado a pensar que te aflige a doença do nome feio? E por detrás da cortininha verde, Jorge? Estão as mercearias da Maria José, está o quartinho de hóspedes ou a mulher-cão pronta para te saltar em cima? É por isso que estás receoso? Olha, a Paula é que sabe. Que estejas bem e de saúde.
Os nossos valores: Rita Guerra
Rita Guerra atingiu recentemente o estrelato depois de há muitos, muitos anos, ter sido apontada como uma das vozes emergentes do panorama artístico nacional. Sinceramente não me lembro – e não me dei ao trabalho de verificar - se Rita foi uma dessas provetas cuspidas por concursos de talento de má memória, mas sei que editou um álbum com o profético título de Pormenores Sem a Mínima Importância. As razões para o reaparecimento discográfico de Rita Guerra e seu subsequente sucesso comercial (dupla platina em Portugal), permanecem um relativo mistério. Após demasiados serões de estertores vocais, a menear o esqueleto talhado pelo cardio-fitness no palco do Casino Estoril, esmagada pelo talento visonário de Júlio César, forçada a adquirir todos os tiques vocais de um pelicano no cio e um repertório limitado de poses de diva, Rita tentou fugir da jaula e reivindicar o lugar de leoa do nacional-cançonetismo. Mas não se pode ser diva só à custa de pechisbeque e muita laca, pelo que a nossa aspirante continuou a snifar o pó do Casino até que o seu momento chegou, junto do congénere Beto. O sucesso de um foi desaguar na outra, como só é possível nas paisagens fértis da Bimbolândia. Aqui a temos, deglutindo e arrotando, em simultâneo, as combinações mais primárias da escala melódica, com o credo para-cima-e-para-baixo-para-baixo-e-para-cima-agora-aguenta-que-é-fadista, amarfanhando em comoção lírica os rabiscos do gajo que teve a ousadia de conceber: “No dia em que te foste embora, anoiteceu / Desde esse dia nunca mais amanheceu / E sei que desde então... / Vivo na escuridão”. Está gravado. Há testemunhas.
Se acaso alguém viu o vídeo de um dos hinos à Mãe Sopeira Universal, nos incontornáveis ecrãs do metro, pôde constatar que o assalto visual ao mainstream se fez em torno da barriguinha rotativa e do piano branco de cauda, com muitos ralentis e fast-forwards, a explorar as possibilidades da DV do Zé Manel. O “Babooshka” foi realizado há 27 anos, bebé.
Pelo que pude perceber, Rita está à espera de muita coisa: do sol, do mar, da lua, do universo, das tostas e da pasta de sardinha, da luz divina, de ti, de mim, de quem a apanhar e do amor... Sobretudo do amor. Quase todas as rimas são feitas com verbos regulares da 1ª conjugação, provavelmente pelo filho pré-adolescente. Eu também espero muita coisa: que a cantadeira, de tanta luz, apanhe um escaldão no abdómen, que o piano de cauda lhe caia em cima do toutiço ou que tenha orçamento para um pôr do sol e muitos corcéis brancos no próximo vídeo. Com sorte passa-lhe um cavalo por cima daquelas cordas vocais tão solenes e hirtas. Vender aulas de pilates com a desculpa de que se faz música parece ser o propósito de Rita Guerra e Cia. Pois eu digo que a Rita devia ser oferecida em fascículos com a Mulher Moderna e acabava-se o assunto.
18.3.06
Bunny luv
Coelhinho faz voz rouca:
"When it gets too much
I need to feel your touch
I'm gonna run to you
I’m gonna run to you
Cause when the feelin’s right I’m gonna run all night
I’m gonna run to you
I got my mind made up
I need to feel your touch
I’m gonna run to you
Ya - I’m gonna run to you
Cause when the feelin’s right I’m gonna stay all night
I’m gonna run to you
Ya - I’m gonna run to you
Oh when the feelin’s right I’m gonna run all night
I’m gonna run to you"
Parabéns. E obrigado.
17.3.06
A Loucura do Rei Mário
Consta que Mário Soares se trancou nos lavabos da Assembleia da República, pouco antes da tomada de Posse de Cavaco Silva, com duas granadas Laffite atadas à cintura, apelando à união de todos os patriotas para um golpe de Estado imediato. Desarmado pelo Sr. Cardia, segurança de serviço aos WC, Soares ter-lhe-á surripiado o bastão, desatando pelo corredor fora, desfraldado e desaustinado, aos gritos de "vingança!". Maria Barroso comentou a um presente que o comportamento do antigo presidente se agravou quando Letizia de Borbón lhe recusou colinho e uma chucha. Soares, alegadamente, ameaçou cuspir, esbofetear e dar uma valente cabeçada em Cavaco, sob pretexto de invasão de propriedade, tendo sido escoltado, com fortes medidas de segurança (o Sr. Cardia chamou o Sr. Macedo dos bengaleiros) para um gabinete obscuro da AR, onde lhe ministraram uma potente dose de Lexotan. Enquanto tentavam acalmá-lo, Mário Soares supostamente exigiu que lhe devolvessem o retrato pintado por Júlio Pomar, garantindo que lhe tinha sido roubado das paredes da Fundação e que, além disso, a toga estava mal desenhada. Maria Barroso, que não prescindiu do convívio, dos croquetes e do champanhe, ameaçou retirar todos os quadros do gabinete do marido, se este não fosse acalmar os ânimos para casa. O que o nosso histórico iconoclasta conseguiu fazer sem chocar com os pilares da Assembleia.
Envelhecer com elegância é uma arte, sim senhor.
A defesa Whiterspoon
É compreensível, até certo ponto, a antipatia generalizada da intelligentsia nacional pela actriz Reese Whiterspoon. Reese parece uma cheerleader na pré-reforma, destinada a conciliar a difícil carreira de esposa e de revendedora da Tupperware. É uma dessas jovens mulheres que esperaríamos encontrar no Starbucks da esquina a discutir com as amigas, entre dois golos de Cola Light, muita gestuália e risinhos de fritadeira, a última gama de madeixas da L'Oréal ou o tamanho do rabo de Beyoncé no remake de "A Pantera Cor de Rosa": "Meus Deus, viram? Está enooorme!!". Reese é extremamente popular no norte da Europa - talvez porque parece um brinde saído a uma família loura, no Kinder Surpresa da filha Gigi, a caminho do centro comercial Sunshine Butterfly, em Berna. Dados biográficos revelam que Whiterspoon tem dois filhos do actor Ryan Phillippe, o querubim musculado de "Estúdio 54". Parece impossível esta sulista de gema já não ter hora de regresso à mansão familiar, aos sábados à noite. No entanto, e como dizia a fase promocional de um certo filme: "Look closer". Reese Whiterspoon tem 29 anos e uma carreira sólida, com a sua quota de êxitos populares e de filmes offbeat que pantenteiam versatilidade e um gosto peculiar por personagens perversas. De acordo com uma revista da especialidade, Reese "tem o talento e a ética profissional para ser uma das grandes da sua geração". Onde estão os críticos que se renderam à sua estreia em The Man in the Moon, no longínquo ano de 91? Que descobriram uma mulher sensual e agressiva em Best Laid Plans e Freeway? Todos os que lhe teceram rasgados elogios pela interpretação de uma estudante pernóstica e maquiavélica no celebrado Election, de Alexander Payne (Sideways; "As Confissões de Schmidt")? Até os intranscendentes Sweet Home Alabama ("A Diva da Moda") e Vanity Fair têm uma luz própria graças à determinação dos seus desempenhos. Por detrás da pele braquinha, dos dentes perfeitos e da inocuidade geral da aparência, está uma actriz inteligente, excelente gestora da sua carreira, capaz de enfrentar desafios difíceis sem alardear o quão complicado foi vencê-los. Uma pro. Goste-se ou não, respeitinho é muito bonito e toda a gente comete erros - eu não consegui terminar de ver "Legalmente Loura 2", e depois? Agora que Whiterspoon tem um merecido Oscar na mão, a intelligentsia lembra-se de resfolhar. Calai-vos e ide espreitar as maminhas da menina n'"A Hora Mágica".
15.3.06
Isto & Aquilo
Amel Larrieux, alma dos extintos Groove Theory, é uma artista emancipada. Livre dos condicionalismos mercantis impostos pela sua antiga editora, assinou um álbum independente, maduro, onde funde livremente as influências de R&B que têm marcado o seu percurso (associações aos The Roots, Guru’s Jazzmatazz e Sweetback) com orquestrações requintadas, grooves sensuais e vocalizações harmoniosas. Outro ponto a seu favor: uma qualidade de escrita vários furos acima de muitas das suas jovens colegas. Bravebird é soul feminina ao mais alto nível, daquela que, actualmente, só encontra paralelo na sensibilidade de uma Erykah Badu ou na entrega de uma Angie Stone.
Bravebird, Amel Larrieux (2004)
Bravebird, Amel Larrieux (2004)
32 fadas
Reponho por fim a verdade dos factos. O anjo que me pousou no ombro, há muitos anos, é afinal fêmea, corredora de fundo e outrora proprietária de um quase mítico Polo em 2ª mão. Agora tens 32 fadas para te guiarem e não te deixarem perder a asa feérica nesse pragmatismo bem humano. E quanto mais fadas vierem, mais luminosa serás. Parabéns, garota.
L.y.
Supa Dupa Baby
Ar fresco
Tem piada ter visto um filme sobre os terraços de Nova Iorque (mais ou menos) num dia em que me senti irremediavelmente sufocado pelo metro lisboeta. Uma produção discreta da Merchant Ivory, a voar de acordo com as suas limitações. Honesto e tocante, com um surpreendente James Marsden.
S empre G rato
8.3.06
Metodologia laboral
"- Meus senhores... E é isto o que penso dos vossos métodos.
- Muito bem. Tomaremos as medidas adequadas.
- Óptimo. Comprometo-me a rever escrupulosamente as falhas apontadas.
- E nós tomámos nota da sua... insatisfação. Obrigado pela franqueza.
- Obrigado pelo vosso zelo nesta matéria.
- Começaremos por alterar a sinalética no local de trabalho."
A Oscar o que é de Oscar: as manhas de Hollywood e o mérito de Crash
Os Oscars têm a importância que se lhes queira dar e é consensual que não deveria ser muita. Por outro lado, simpatia (e mera simpatia) por vencedores ou perdedores à parte, qualquer pessoa com gosto e o mínimo de autonomia carrega no coração uma outra história e um outro desempenho que encontram eco em meia-dúzia de almas. Ou não. O filme que é só nosso. Aquele que parece ter-nos sido dirigido e merecedor de todas as honrarias. Ou não. Porque não é partilhável nem mundano. São essas emoções secretas, que para muita gente ganharam amplificação planetária através de um filme como “O Segredo de Brockeback Mountain”, que não são ou não deveriam ser qualificadas e hierarquizadas por 6.000 indivíduos anónimos, com as mais diversas (in)formações, cujo traço comum é estarem de alguma forma envolvidos na indústria do cinema. Indústria. Homofobia? Indústria. A distribuidora canadiana Lionsgate Entertainment gastou 2 milhões de dólares na promoção de Crash - “Colisão”. Grande parte dos membros da AMPAS, entre Nova-Iorque e Londres, recebeu o screener (DVD promocional) deste filme antes de qualquer outro, visto a sua estreia se ter verificado bastante cedo nos EUA, e uns quantos mais uma semana antes da data de entrega dos boletins de voto.
Estamos a falar de Hollywood. De uma máquina de fazer dinheiro que, antes mesmo de enfiar o Oscar de Melhor Actriz pela goela dos anti-WASP abaixo, já tinha tornado Reese Whiterspoon a actriz mais bem paga de sempre, com um cachet de 29 milhões de dólares por um filme vindouro. De gente altamente influenciável pelo que lhes é familiar. Los Angeles, tensão racial, fast food, choradeira, vias rápidas... Se o filme trocasse os cowboys intimistas por marines em defesa da pátria, se estes partilhassem um casto beijo em 120 minutos de metragem – e raramente o ecrã –, um deles morresse em cenário bélico e suficientemente esquartejado, falaríamos de outras aspirações. O marine sobrevivente dedicar-se-ia à ascese militarista, em abnegado silêncio (e abstinência), depois de se consultar com o melhor amigo (negro), cuja esposa se encontraria grávida. Ambos lhe emprestariam um sofá e muita compreensão. Seria um amor sujo e suado, nascido da luta comum, em perfeita harmonia com a violência reinante. Um amor único, marcado pelo sofrimento e pela impossibilidade. Brad Pitt no protagonista e a subtileza de Oliver Stone nos arreios e estávamos falados. Sendo uma fita de Stone, haveria uma forte componente humanista e pró-monhé. Querem melhor?
Enfim, Crash é um bom filme, mas a Academia não é o Grande Cérebro .
Lá estavam o Clooney, o Ang, “Munique”, Altman e Syriana. O resto é circo, minha gente! Desfrutem que não engorda.
4.3.06
Land
Land. Wherever I stand I am my own. Land drawn in fear. Land yet to be subdued. Gathered on the go, forlorn course, fleety flow. Land I never embraced, inward space of undefinite lines, fickle trails, codes and rules for ever shifting times. Land out of sight. Still nowhere to find me. Land. Wherever I stand, do you see, it is there. I am my own.
Josey Aimes
Não sei se é ou não é uma das melhores interpretações do ano. Não me interessam os prémios ou os números nas bilheteiras. Não quero desconstruir o que parece ser uma obra acabada. Josey Aimes, a personagem que a sul-africana Charlize Theron encarna no filme “Terra Fria”, tem tudo o que se pode esperar de um marco cinematográfico: é autêntica, complexa e tangível, vive por si própria, dispara ao coração dos espectadores e perdura na nossa memória. Naqueles 126 minutos vivemos com ela, defendemos a sua causa, sentimos a perda e a indignação. Josey ganha todo o respeito que procura no enredo e mais. O sofrimento não é elaborado, as alegrias não são caramelizadas, a determinação não é demagógica. A actriz desaparece por detrás da criação. A entrega é recompensada: participamos do desespero de uma mulher que se bate pelo direito a ser respeitada. Em última análise, eu revi-me na universalidade da sua luta. Charlize Theron pode bem ser uma das actrizes mais fulgurantes da sua geração. Não lhe perdoo ter sido uma coelhinha de uso público, em 1999, ou a lacrimejante amiga de um gorila gigante em 1998 ("O Grande Joe Young"), mas bastavam Aileen Wuornos (“Monstro”) e Josey Aimes no seu CV para a inscrever no curto rol das imprescindíveis da 7ª arte, no dealbar do novo século.
2.3.06
"The future of cold is infinite"
"Catherine: [Reading Robert's Notebook] Let X equal the quantity of all quantities of X. Let X equal the cold. It is cold in December. The months of cold equal November through February. There are four months of cold, and four of heat, leaving four months of indeterminate temperature. In February it snows. In March the Lake is a lake of ice. In September the students come back and the bookstores are full. Let X equal the month of full bookstores. The number of books approaches infinity as the number of months of cold approaches four. I will never be as cold now as I will in the future. The future of cold is infinite. The future of heat is the future of cold. The bookstores are infinite and so are never full except in September..."
Proof, de David Auburn (2001)
Evolução
Eureka!
O que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde o estado de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre a mudar, nunca é a mesma, e para Parménides, ela nunca muda, é sempre a mesma e a sua mudança é uma ilusão. Platão resolve esse problema com a sua Teoria das Ideias. O que há de permanente num objecto é a Ideia, mais precisamente, a participação desse objecto na sua Ideia correspondente. E a mudança ocorre porque esse objecto não é uma Ideia, mas uma incompleta representação da Ideia desse objecto. No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a despeito da sua diferença daquilo que era quando mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e mesmo das da mesma espécie) é a sua participação na Ideia de Árvore, e a sua mudança deve-se ao facto de ser uma pálida representação da Ideia de Árvore.
“A essência da sabedoria de Platão pode ser assim resumida: isto não é aquilo e, portanto, aquilo não é isto.”
(Robert Dodsley)
O verdadeiro sapo de Loveland
Descendente directo do grande pai sapo e membro da casta mais reservada e distinta dos mutantes de Loveland, deu um passo em frente na cadeia alimentar e, tal como o seu antecessor, continua a preparar engenhosamente o terreno para a grande invasão. Ei-lo. Genus Bufo Loveland Authenticus III.
1.3.06
Debush
Uma nova forma de deboche artístico inspirada pelo batráquio mais perigoso do mundo. Nem das páginas da Anti-Justine sairia uma ideia de tão mau gosto.
Lógica
Não existe medida para o carácter do homem. Se a mensurabilidade se baseia no que o ser-humano faz quando ninguém está a ver, até hoje, e que se saiba, não houve testemunhas. Pelo que se pode concluir que o carácter humano é como a árvore que cai na floresta deserta: ninguém lá estava para confirmar. Quem afiança que ela caiu... Ou mesmo que existiu? Pois...
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