Ontem à noite estava a dar na TV Innocent Blood, um filme realizado por John Landis em 1991, que capitalizava, por um lado, no sucesso internacional de Anne Parillaud, graças a Nikita, de Luc Besson, e, por outro, tentava reeditar o sucesso de An American Werewolf in London, com a mesma mistura de gore e humor. Por razões que escapam ao entendimento, pelo menos à luz dos nossos dias, Parillaud tornou-se uma pequena sensação na altura, talvez porque aceitasse despir-se ao menor pretexto. De resto, como explicar o nu frontal logo no início do filme, em que vemos o jardim de Inverno da protagonista em toda a sua glória? Decerto um petit rien para consumo entusiástico do mercado europeu e no remanso do leitor de VHS. Mas por muita frescura que se exiba, o perfil da mignone enjoativa, com o fiozinho de voz, a presença inefável e uma inabilidade aflitiva para enfrentar a fonética inglesa, esgotou-se rapidamente no celulóide, longe das mãos do seu criador. Innocent Blood é tão inenarravelmente mau, dos diálogos aos efeitos especiais, que por vezes se torna bom. Nomeadamente graças ao desempenho de Robert Loggia no papel de um mafioso sádico, que dá a cada cena o excesso burlesco de que a coisa desesperadamente precisa, parecendo o único actor com noção do filme em que está e a ter algum gozo nisso. Se fizessem uma reedição em Blu-ray só com as sequências em que ele aparece, talvez valesse a pena perder algum tempo a assistir ao precipitado declínio de John Landis.
Agora podes.
Agora não podes.
Agora estou com um certo calor.
Ah, directo à jugular da minha carreira!
WTF?!...
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