20.11.08

Carta ao Sr. José

Tenho a dizer-lhe que não canta bem. Não convencionalmente. Isto é, não há na sua voz a espessura de um intérprete nato, não tem a amplitude de um crooner, não tem o vibrato entusiástico de um popster. Mas o que tem, é único. É quente, meigo e íntimo. Chega mais longe do que o virtuosismo treinado dos vendedores de emoções. Confesso que nunca o vi e não construo imagem alguma para além das suas canções. E até em ritmo electrónico a sua entoação soa bem, por isso lhe perdoo as remisturas de “Killing for Love”. Em todo o caso, continue a aplicar a sua voz suave ao abandono folk e a iluminar os meus dias. Ninguém diria que é sueco. Mas também ninguém diria que um sueco se iria chamar José.

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