28.11.07

A minha gata até fala inglês












A Arisca descobriu o guerrilla marketing e não quer outra coisa. Ultimamente anda farta do excesso de produção de algumas campanhas que, segundo ela, alimentam caprichos, pervertem a criatividade e tomam o consumidor por tolo. Lá por casa anda a aconselhar-nos formas de reduzir o desgaste, atendo-nos ao essencial: a espontaneidade.

O bardo desaprova


De: Alexandre
Enviada: quarta-feira, 28 de Novembro de 2007 8:50
Para: João
Assunto: Fónix

No Público on-line esta manhã.

Nova rede móvel dos CTT vai chamar-se Phone-ix.

Fónix! Altamente! Tás a ver?


De: João
Enviada: quarta-feira, 28 de Novembro de 2007 11:51
Para: Alexandre
Assunto: RE: Fónix


O focus group descontrolou-se. Pela mesma mesa passaram: Tálax, Liguex, Audiovox, Teleléx, Paraouvidex, Allôx, Ringmybellex e, na shortlist com o vencedor, Phonex. À semelhança de algumas propostas institucionais, nota-se uma clara influência gaulesa.

Disclaimer: por acaso até foi uma dupla, por acaso até sei quem foi um dos criativos, a coisa não foi escolhida à toa e, pelo que me disseram, deu muito trabalho. Só para colocar as coisas em perspectiva. Mas que se põe a jeito, lá isso põe. É Natal, ninguém leva a mal.

27.11.07

Só agora?







"O momento é agora" é a verdadeira epítome do consumismo.

Chris Jordan combina fotografia e estatítica. Como resultado, números abstractos convertem-se em ilustrações concretas. Muitos dos seus trabalhos focam o desperdício e o consumismo extremo. A última foto mostra 426,000 telemóveis. É o número (crescente) de aparelhos inutilizados, por dia, nos Estados Unidos. A peça original tem 4,56 x 1,5o metros.

Masoquismo













Há algo no imaginário norte-americano que se mostra suspeitosamente reiterativo.

Visadron













Quando era puto adorava carros. Coleccionava aquelas miniaturas da Matchbox e sucedâneos, que já toda a gente sabia que me devia dar nos aniversários e no Natal porque era a única coisa a que realmente ligava. As minhas brincadeiras com os carrinhos eram absolutamente apaixonadas e solitárias. Não tolerava que um puto estúpido qualquer andasse a raspar a tinta dos meus tesouros na soleira das portas, que espremesse a delicada suspensão com os dedos sapudos e a inconsciência de catraio, ou, pior, desatasse aos choques entre uma ambulância Ford e um descapotável Mercedes. Além disso, como tinha muitos, era fácil meter um par ao bolso sem se dar logo por isso. Estávamos em Abrantes, os índios das ruas de baixo invejavam os brinquedos dos burgueses da Rua de Angola, já se sabe.
Gostava de carros, ninguém diria. Nunca desejei ter um BMW nem um Lamborghini, sempre me estive nas tintas para o status e os seus carrões e, de qualquer forma, preferia automóveis mais frágeis com um design peculiar e adereços inovadores. Nesse aspecto, os Citroën levavam a palma. Formas fluidas, suspensões hidráulicas e hidropneumáticas, ópticas traseiras em cunha, conta-quilómetros de tambor, limpa pára-brisas de braço único, volantes reguláveis, satélite com os comandos agrupados, permitindo a comutação de funções sem tirar as mãos do volante… Maravilhoso mundo novo. Até o símbolo da marca era insólito, misterioso. Tínhamos uma carrinha GS e quando o meu pai ia à tabacaria, eu ficava no carro e saltava para o assento do condutor a simular uma aventura qualquer. Vir a conduzir uma nave daquelas, no entanto, parecia um sonho inatingível. Modelos como o GS, o GSA, o CX e o BX eram autênticas obras de arte com conta-rotações e emissão de CO2. Mas havia um lugar muito especial no meu coração para outro modelo. Um modelo que recuperava a tradição de freako-versáteis como o 2CV, o Mehari e a Dyane e que antecedeu, infelizmente, a massificação de latas Citroën como o AX e o Saxo, até ao inefável C1, viatura que parece ter sido encomendada pelas lojas Imaginarium.
A Filomena, amiga dos meus pais com um fraquinho por gajos difíceis, alimentava-me o vício mas nunca, nunca conseguiu encontrar a miniatura de um Visa para me oferecer. A alegria que era galopar no primeiro e, depois, no segundo Visa da Filomena, com a sua suspensão mole e o carácter oscilante, manipular o satélite de comandos, sentir a envolvências dos estofos e escutar o inconfundível gorjeio dos 988 centímetros cúbicos, com 45 cavalos em sobresforço determinado (nas subidas, sobretudo)… E jamais, durante a infância, tive a sorte de fazer do Visa o centro da minha colecção. Pobre da Filomena, tão desconsolada. Durante anos, sempre que me via, era um assunto que vinha à baila, mesmo quando os meus sentidos se haviam há muito entregue a outras seduções.
Embora a tara por carros se tenha acentuando nos primeiros anos da adolescência, dando origem a alguns episódios tresloucados – arrancar todos os anúncios das Première do meu irmão Pedro ou recortar as tiras do “Michel Vaillant”, arruinando uma dúzia de revistas Tintin ao meu pai – com óbvias consequências trágico-
-cómicas, continuei a não desejar um Ferrari nem tão-pouco um Alfa Romeo. Continuava a querer um Citroën e, de preferência, um Visa último modelo.

Hoje reencontrei-me com ele, numa pesquisa aleatória e, claro está, foi como colírio para uns olhos cansados de poluição visual, carros sem inspiração, sem história nem futuro.

23.11.07

Going up


Sam Riley como Ian Curtis em Control, de Anton Corbijn.

Ian Curtis might not have been a tortured soul. Maybe he was just a moderately fucked up kid, with great writing skills, traped by his sickness and eventually caught up in a web of paranoia. He deserves to be reminded in a sweet way, I guess. He wouldn't have liked the legend status. That's one thing I got out of Corbijn's film, but there's a lot more thrown in there, beautifully shot, told and acted. Go see it.

Talvez este ajude


Mais acção? A ver, mal haja oportunidade.

Action Man with a problem




Obsessive Compulsive Action Figure

This 5-1/4" (13.3 cm) tall, hard vinyl Obsessive Compulsive Action Figure is worried about whether or not you washed your hands after you used the bathroom. Just in case, he’s sure you won’t mind if he wears his gloves and surgical mask when he shakes your hand. Or even better, maybe you could just bump elbows with him. Now, as soon as he finishes counting those ceiling tiles, he can get started on alphabetizing the canned foods. Mini surgical mask included. Packaged with a sanitary, hypo-allergenic towelette to clean off the figure before you touch it. Illustrated blistercard.

LET'S DISCUSS THE OBSESSIVE COMPULSIVE ACTION FIGURE

The “Obsessive Compulsive Action Figure” was conceived and created by a group of people who have obsessive compulsive traits.We do not believe we have any reason to be ashamed just because we have such traits.In a humorous way our action figure expresses that our attention to organization, order and cleanliness, is a part of our lives, which we choose to see in a positive light.Having and celebrating OC traits is our clear purpose in making this figure. Like the film, As Good As It Gets, with Jack Nicholson, we are what we are and we choose to present ourselves and our product in a humanizing and humorous way.In a diverse and free society, it is only to be expected that some people may fail to see the humor and positive side to our product. We respect that choice.Because we know that Obsessive Compulsive Disorder (OCD), in contrast to someone who has obsessive compulsive traits, is a serious condition that requires professional help, we refer people to the website of the OC Foundation (http://www.ocfoundation.org/) for more information.

Mais sugestões de prendas bem-dispostas aqui.

22.11.07

Tão cá de casa



Com objectiva (e justa) irascibilidade, Harlan Ellison traduz aquilo que tantas vezes senti ao longo da minha vida profissional - e tenho metade da idade. Declarado, insurgente e pragmático, não deixa nada por dizer.
Gostava de roubar a sua linha de raciocínio, projectar-me no tempo e enfiar alguns fundamentos de política laboral e decência humana no esfíncter de certos cães sarnentos. Em particular de um que me andou a rosnar pretensas obrigações durante anos, à sombra do carreirismo, da inutilidade agressiva e de uma multinacional negligente. Da qual tarde me despedi. Só assim conseguias regurgitar qualquer coisa de jeito, porco. Valente Harlan!

Agora vou medir a tensão arterial e tomar um Valdesper.

(Obrigado por partilhares, Alex)

Eufemismo clientelista


"Não 'tá cega, não 'tá tola... então tem razão!"

Outras não.



Desenho de Salah, 13 anos.

Algumas crianças...

...brincam assim.











Nintendo DS Lite Onyx

With impressive 3D rendered graphics and ultra-bright screens, Nintendo DS Lite delivers cutting-edge portable games for fans of any genre. Plus, you can connect wirelessly to Nintendo Wi-Fi Connection and challenge players around the world.

Hasbro Interactive I-Dog

Little dog, big sound. Now plug your MP3 player into I-DOG and hear your tunes through I-DOG’s speaker! Your music helps form its personality by the type of music it hears, and its mood changes depending on how much music you share with I-DOG.

Leapster Reading & Math Learning Games

The Leapster Multimedia Learning system teaches the way your child loves to play. Equipped with the interactive Leapster system and a library of skill-building Leapster Learning books, children can play action-packed learning games, read electronic storybooks, create works of art and watch educational videos. Students play while they learn essential Pre-K through 4th grade skills that include: reading, math, critical and creative thinking, story comprehension, vocabulary, and much more.

Wow Wee RS Media Robosapien V2

Robosapien V2 is a highly evolved robotic fusion of technology and personality, combining fluid biomechanical motion with a multi-sensory, interactive humanoid personality.

VideoNow Color FX Player – Fresh Green

Take your favorite shows with you any time, any place with a new generation of VideoNow players. Portable, pint-sized video players fit in the palm of your hand and now come in a range of high-tech tints to make them fashionable and fun to watch. Simply pop in a PVD (Personal Video Disc), and you’re ready to roll. Includes headphone jack .

Kindle surpresa








O CEO da Amazon, Jeff Bezos, exibe orgulhoso na capa da Newsweek a prenda do gigante da venda online para este Natal: o Kindle. Prenda para eles próprios, porque a coisa vai fartar-se de vender - e, com ela, os downloads. De gadget freaks a intelectuais progressitas, passando pelo ocasional curioso, o Kindle vai ser apontado como o presente e o futuro do livro e das publicações impressas, tidas progressivamente como obsoletas. É certo que ocupa espaço e gasta mais recursos, mas o livro em papel é uma memória que não se nos rouba assim. Acho muito bem que, por razões práticas e pedagógicas, as novas gerações tenham acesso a uma forma útil de assimilar (boa) informação. Mas para tal precisam de a considerar atractiva. Este é um caminho com muito para galgar, potenciando desde logo a interactividade e a conectividade propostas, aumentando a memória, agregando funcionalidades e redimensionando a estrutura: a tecnologia OLED há-de nos dar coisas quase tão finas quanto uma folha de papel. Tecnologicamente, o Kindle é um passinho de pomba.
Se por um lado se avizinham novos e promissores veículos para a palavra escrita, por outro, a convivência com a velha escola de leitores, afectos ao toque, aos cheiros e ao virar físico da página, é um dado adquirido e saudável. Até ver é neste contacto que se intensifica a vontade de ler, de escrever, de partilhar histórias e transmitir conhecimento. É toda uma sensibilidade de longuíssimo historial. Depois, virão novas realidades e terminologias. Mas neste particular não me lixem, que o futuro há-de ser mesmo amanhã.

21.11.07

Cuentos de Venezuela - Chiquititas

"Nós por cá também tínhamos uma deputada fogosa, mas está reformada. Há um político-comentarista-estrela pop que abandona programas em directo, mas não atira com cadeiras. E é da oposição. Acho eu. É pena a Ana Gomes não andar por cá que eu punha-a já a escarrar no Ricardo Araújo Pereira. Olha, ó Hugo, isto da concentração de poderes é uma coisa bem catita, não é? Hás-de me contar umas coisas..."

Cuentos de Venezuela - "Venezuela murió ayer"

Vale a pena ler, pela pena de quem sabe.

Cuentos de Venezuela - El Pajaso Rabioso



Falta de colinho.

Cuentos de Venezuela - La Loca, Parte 2



Voi você que disse "que não processará judicialmente o apresentador do programa para evitar que a oposição possa dizer que o actual governo persegue os jornalistas"?

Cuentos de Venezuela - La Loca, Parte 1



Voi você que disse "equilíbrio informativo"?

Memory lane



O regresso ao passado traz novas resoluções. Um sentir diferente apontado para o futuro. Com calma.

Recomeço

Uma condutora bloqueada pela incapacidade de estacionar; os transeuntes riem-se, acentuando a vergonha. Não é fácil conviver com o ridículo. Sobretudo quando não se sabe estacionar. Eva Longoria derrete-se sobre um cartaz de gelados da Olá; em breve estará amarelada e será substituída pelos corantes da nova estação. Duas baterias Delphi esquecidas numa montra. Descarregadas, provavelmente. Um gandulo sobe a rua com um saco de supermercado na mão e uma sandes na outra; come vorazmente com a boca aberta arregalando uns bonitos olhos azuis. Também os gandulos têm traços redentores. Tento adoptar o mesmo passo firme e descuidado, perna aberta em arranque de patinagem. Não consigo, o meu andar é determinado mas tenso. Não sou gandulo, por hoje é a minha característica redentora. Clooney está em todo o lado a enjoar os passeios com o selo fatela de D.Juan; we get the idea, George, e se fosses receber benefícios fiscais para outras paragens? À minha frente balança uma rapariga muito parecida com D. Mais baixa, mais magra e mais feia. Sorri com uma confiança despropositada. Gostou de me ver ou compraz-se com a sua própria existência? Procuro sorrir de igual modo, mas não para ela. Percebo que nem com muito treino, só com convicção tonta. Pessoas semi-trôpegas despejam-se aos esses pela plataforma; já devia estar habituado. A faixa etária nesta estação sobe consideravelmente; chegar aqui significa não conseguir reclamar o chão? Publicidade ruidosa a um automóvel de nome improvável, com o website espanhol em evidência. Mais uma coisa bem feita. “If I Ever Feel Better”, Phoenix; que apropriado. Hoje optei por descer a rua. Está sol e para baixo todos os santos ajudam. Para baixo toda a gente ajuda. Sorri, anda lá.

19.11.07

O Natal (LVP Simplify Mix)



"I love mankind. It's people I can't stand."

(Linus Van Pelt)

O Natal (IR Extreme Mix)




"O homem mundial, isto é, o átomo infra-humano, esvaziado de cultura, de sentido e de consciência do outro é o corolário do economicismo."

(Ignacio Ramonet)

O Natal (CFA radio edit)

"Não sei muito bem em que ponto dos séculos o Natal se tornou isto: uma obrigação de comprar, uma recomendação de ser feliz. Não há nada pior que a felicidade obrigatória e a generosidade com calendário."

(Clara Ferreira Alves, in Diário Digital)

Just move on



Real life is messy, inconsistent, and it's seldom when anything ever really gets resolved. It's taken me a long time to realize that.


("Hollis Mason" em Watchmen, de Dave Gibbons e Alan Moore)

14.11.07

Bof (interlúdio enganador)

Miou-miou
Pierrot
Zabou
Albertine
Lily
Mimi
Elsa
Valérie
Colette
Lio
Renaud
Gigi
Lulu
Geneviève
Fanny
Barbara
Zazie
Jordy
Coluche
Anénome
Gabou
Maximilien
Zouzou
Mitsou
Patouche
Bibie
Enzo Enzo

c'est artistique

la France.

13.11.07

A justiça é facciosa


Afinal de contas.

Kit miúda de futuro







Incentive a sua criança com este kit de Natal. Um laptop, um cartão de crédito e, claro está, o indispensável "paper shredder". Tudo da Hello Kitty.

Id & Iota













Aí está um nome realmente estúpido para se dar a um estabelecimento comercial.

Isto & Aquilo



A electrónica encontrou a sua Sade Adu.

Rise, Samantha James (2007)

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