22.9.06
O subtil Major
"Não se meta comigo. Não se meta comigo, porque a minha vida é tão digna como a sua", disse Valentim Loureiro, em declarações à SIC Notícias, numa reacção às declarações do presidente do Benfica, que ontem associou o ainda presidente da Liga à obtenção de resultados falseados nos jogos de futebol.
Huum… O que é que ele quererá dizer com isto? “…Amigo, se preza a sua vida, a dos seus, os seus bens e os bens dos que lhe são queridos, não queira entrar nesta disputa complexa, que poderá ter consequências desagradáveis e mesmo pesarosas”. Ou talvez: “A minha vida é tão digna quanto a sua, amigo, não se meta comigo porque eu sei cá de umas coisas que devem interessar aos pasquins” [“digna” com o sentido de parábola saída dos evangelhos do Major: “chafurdice”, “nojeira”, “esterqueira completa”, “imundície sem paralelo”, porqueira viciosa”, “escabrosa espurcícia enferretada”]. Algumas nuances interpretativas poderão conferir um teor insuspeito a estas palavras: “Sou apenas um ser-humano, com os meus defeitos e as minhas falhas. Não me julgue dessa forma sumária, não se meta comigo porque sou, afinal, uma criatura frágil. Não quer ser antes meu amigo?”. Na versão mais arrevesada, mas igualmente válida, poder-se-á encontrar uma manifestação de receios atávicos: “’Tás-te a meter comigo, ‘tás-te a meter comigo, palhaço de merda? Queres levar nos cornos, g’anda paneleiro, queres, queres, queres, queres? Tázolhar? Nunca vistes, ó car***!!!”. Que dizer, é a psique quase insondável de um autêntico major português.
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