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Um verdadeiro conto de imoralidade. Inclemente, daqueles que não pestanejam e não mostram remorsos. Quase tão frio quanto o ambiente que caracteriza, tão cruel quanto as personagens que o habitam. Os desígnios compulsivos da mentira, da ambição e da vaidade... A maior proeza de Match Point não é devolver vitalidade à obra do velho realizador (nem a mestria havia desaparecido por completo, nem este filme é uma obra-prima), é ilustrar, com o xizato na mão, a monstruosidade vazia e circunstancial com que coabitamos. Woody Allen, o buffoon, corta a sangue-frio as nossas frágeis convenções de moralidade, sem risos de ocasião. Este jogo está fora do nosso controlo, está à nossa volta e é incomodamente familiar.
Como me disse o Paulo: “Gostava de ver a cara de certas pessoas ao saírem deste filme”. Sem cara, provavelmente.
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