28.1.06

Até amanhã, camaradas



George Clooney merece todo o respeito que lhe queiramos dar. Pagou do seu bolso um filme de 7 milhões de dólares, a preto-e-branco, sem estrelas (o próprio Clooney desempenha um papel secundário, porque os co-produtores exigiram que desse a cara), sobre o homem que deu a estocada final no reinado de McCarthy e seus esbirros. Um filme de mensagem e de missão, numa contemporaneidade povoada por eminências pardas ancoradas em fantoches institucionais. Numa altura em que os destinos do mundo são verbalizados por um ser com o QI (e o mesmo impulso belicoso) do Pato Dónale do Zé Manel ventríloquo, Clooney questiona um dos direitos tidos como inalienáveis, propagandeado até à náusea, pela grande nação americana: a liberdade de expressão. Mr. George "puts his money where his mouth is". Aliás, consta que tem feito uns anúncios a cafés brasileiros e a maltes japoneses para repor a ordem nas suas finanças e investir em novos projectos. Esperam-se mais desafios às convenções.

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