Frédéric Chaubin, fotógrafo e editor da revista francesa Citizen K, reuniu, de 2003 a 2010, um acervo documental de edifícios construídos na antiga União Soviética, que abrange desde ministérios a faculdades, de embaixadas (a Embaixada Soviética em Cuba) a memoriais - vários deles entretanto demolidos. Estes colossos erigidos nas décadas de 70 e 80 inscrevem-se numa estética que os entendidos genericamente classificam de Brutalismo, e que o próprio autor designa por "4ª Idade" da arquitectura soviética, entre 1970 a 1991, prenunciando o colapso do sistema. De facto, muitas das fotografias foram captadas nas "zonas periféricas" do regime, concretamente em 14 das suas antigas repúblicas. O resultado deste trabalho, exposto em diversos países e compilado em livro pela Taschen, revela a esquizofrenia latente no Bloco de Leste, onde a "monotonia sóbria" começa a ganhar as formas de um totalitarismo delirante, desconstruindo e retorcendo os seus monolitos até produzir manifestos desesperados de um futuro que se precipita no vazio. E é o monumentalismo emergido de uma melancolia desesperada e sem regras que confere um fascínio sem tempo a estes edifícios.
1.2.13
O Brutalismo soviético
Frédéric Chaubin, fotógrafo e editor da revista francesa Citizen K, reuniu, de 2003 a 2010, um acervo documental de edifícios construídos na antiga União Soviética, que abrange desde ministérios a faculdades, de embaixadas (a Embaixada Soviética em Cuba) a memoriais - vários deles entretanto demolidos. Estes colossos erigidos nas décadas de 70 e 80 inscrevem-se numa estética que os entendidos genericamente classificam de Brutalismo, e que o próprio autor designa por "4ª Idade" da arquitectura soviética, entre 1970 a 1991, prenunciando o colapso do sistema. De facto, muitas das fotografias foram captadas nas "zonas periféricas" do regime, concretamente em 14 das suas antigas repúblicas. O resultado deste trabalho, exposto em diversos países e compilado em livro pela Taschen, revela a esquizofrenia latente no Bloco de Leste, onde a "monotonia sóbria" começa a ganhar as formas de um totalitarismo delirante, desconstruindo e retorcendo os seus monolitos até produzir manifestos desesperados de um futuro que se precipita no vazio. E é o monumentalismo emergido de uma melancolia desesperada e sem regras que confere um fascínio sem tempo a estes edifícios.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
13
(95)
-
▼
fevereiro
(23)
- A brisa dos dias
- À solta na cidade
- Harmonia
- Encorajamento
- Um dia como outro qualquer
- A vida como ela é
- Eficácia
- Amor contratual
- Discrição
- Espiritualidade
- "Love is just a word"
- Hurtiness
- Conhecimento empírico
- Sem título
- Produto com defeito
- Crianças ao Sol
- Abnegação
- Um problema de fundo
- Love is lovely
- Quiproquó
- O estranho e frio mundo de Bernd e Hilla Becher...
- O mundo segundo Tina Fey
- O Brutalismo soviético
-
▼
fevereiro
(23)
Sem comentários:
Enviar um comentário