5.1.11
Epitáfio
Não posso negar a solicitude e a simpatia consistentes. Gostaria de poder fazê-lo, mas são inegáveis. Por essa nesga de amizade espreitaria um qualquer interesse de ocasião, uma condescendência com bom motivo?... Alguma coisa viveu aí, ou estava morta na praia desde o início, com uma paisagem de fundo agradável? A honestidade provavelmente não é o teu forte. Não sei, posso apenas especular, e que não haja dúvidas que me deixaste quilómetros de especulação pela frente. A frontalidade e a coragem, não, seguramente não são. Determinação não equivale a coragem. E também não me parece que o oportunismo seja uma das faces do desespero. Há outras manifestações bem mais merecedoras de compreensão. E se porventura te ocorre que o silêncio é esclarecedor, bem, será para quem não deve nem teme. Mas ambos sabemos, meu amigo, que não é o caso. Silêncio desastrado e indolente não passa de ruído malcriado, de vizinho ressabiado do andar de cima. Quem quer ser elegante não sai de cena batendo em tachos e panelas a anunciar ao mundo que lhe beliscaram os sentimentos. Ganha um par deles e resolve as situações, para bem ou para mal. Mas resolve. Esta pequena catarse é o meu número de circo, mas, francamente, antes um número de circo numa arena com público do que um gajo que espreita pela nesga para ver se lhe convém sair.
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