10.8.07

"Fosga-se"


















The Salmonettes interpretam o grande sucesso do Verão:

"Fosga-se
Que já não via a hora
De bazar daqui p'ra fora

Fosga-se
Que cena
Ter que aturar tanta mena

Fosga-se
Ó man
Não 'tás bem a ver o stress
De tanto espremer o caroço
Isto já lá não ia nem com esforço

I'm a mess
I'm a mess
I'm a mess
Yeah
Mas vou zarpar para o estrangeiro
Conhecer riquezas do catano
Gastar todo o guito do mealheiro
E folgar, folgar, mano

Fosga-se
Que ano lixado
Andar sempre assim apertado

Fosga-se
Que tripe de sociedade
Um gajo precisa é de liberdade

Fosga-se
Chavala
Sinto que ninguém me conhece
Perdido em mil reboliços
Dá-me vontade de abrir uns toutiços

I'm a mess
I'm a mess
I'm a mess
Yeah
Mas vou zarpar para o estrangeiro
Conhecer riquezas do catano
Gastar todo o guito do mealheiro
E folgar, folgar, mano"


Letra e música: Os 7 Salmonetes & Ricardo Landum

A hora de Laura


Diane Keaton afirmou que Laura Linney era uma das poucas actrizes com as quais era preciso “ter cuidado”. Queria com isto dizer que Linney raramente é previsível e que não está forçosamente disposta a dar-nos aquilo que queremos. Talvez por isso faça poucos filmes de grande público e escolha projectos que se centram em personagens com “trajectos”. E o seu trabalho é tão profundamente humano, e por isso complexo, que se nos distrairmos por um momento podemos perder uma nuance que define toda a acção. Nada nos desempenhos de Laura Linney é supérfluo e, ao mesmo tempo, nada é calculado ou cerebral. Com ela, não assistimos exactamente a uma construção que nasce das exigências do argumento, mas antes a uma existência que é definida apenas pelas próprias características e limitações da personagem. Bom, é isso que os grandes actores fazem. Há quem afirme que é uma forma competente de trabalhar sobre uma base técnica muito sólida. Eu diria que as interpretações de Linney são vitais e autênticas e que ao vê-las estamos a partilhar uma viagem de contornos sempre inesperados.

Três exemplos apenas: Mystic River, de Clint Eastwood, The Life of David Gale, de Alan Parker, e Jindabyne, de Ray Lawrence, actualmente em cartaz.

9.8.07

11.08.2007 - 16:00





The sun is shining aimlessly
just as the wind blows
the earth spins free of care
days pass by
there is nothing to understand
all is to feel
and to love
all and now.


(Texto e desenho de Wieslaw Sadurski)


Se for preciso tu explicas-me, sim?

Em Setembro as coisas vão mudar





















Não há desculpas suficientemente fortes para continuar a evitar o inevitável, urgente e desejável.

(Desenho de Philippe Geluck)

Eu é que sou!





- Pai, tenho uma coisa importante para te dizer.
- O que é?
- Sou gay!
- Não és nada! Eu é que sou! Tu és pgíncipe e a tua mãe é a Gainha. Deixa-te de megdas e vai bgincag com o Oscag.


(Lamento, não me ocorreu nada, hum, erudito. Talvez possa recomendar O Retrato de Dorian Gray?...)

8.8.07

This stuff will kill me

E há-de ser mesmo antes de ir de férias.












(O designer teve a ideia bestial de lhe chamar 'Mugnum')

Em Potugal

há um

Inadaptáveis



Podia ser uma metáfora da vida. À maneira japonesa. Charlie Kaufman não se lembrou disto.

Mais uma investida na vicariedade

De uma manhã quase sem agenda, com dois headlines requentados ao pequeno-almoço, saiu isto. Cansado de estar cansado e de stressar com as incumbências eminentes no regresso ao lar - esfregona, uma máquina, lençóis lavados, mala & mochilas, bem-estar da gata e salada de fruta incluídas -, divaguei para leituras de blogs vizinhos, entre o e e o i nvasivo (a minha educação não perdoa). Já não sei em que post do rnc descobri, por associação, mais uma possibilidade de dizer n'importe quoi, sem consequências funestas. O papel obstrui a visibilidade e a caneta pesa no pulso. É assim que se perde totalmente a vergonha no que se diz e pouco se diz sobre o que se pensa. Agora olha-me bem nos olhos.
Não jantar em casa e evitar a todo o custo sujar a cozinha.

7.8.07

A começar pelo director editorial do diário Metro



O belo do pasquim oferece-nos, com este artigo, um dos mais histriónicos headlines na história do jornalismo português. É caso para dizer: risível.

Did this mean what I think it means?


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Thank You. For visiting

A Christian Internet Code of Ethics

As a Christian who is active on the internet,I hold myself to certain standards of conduct. They are:

I guard my online relationships

I guard my time to assure that my time online is kept in proper balance with the rest of my life and family time

I am careful to visit websites that do not compromise my life in Christ

I take care that my written communications reflect Christ in my life



O site com o nome mais longo que alguma vez vi é também candidato a um dos mais assustadores do ano. As fotos da família, a não perder, aqui. Some fucking creepy shit!

6.8.07

É de se lamber os beiços e ficar algo deprimido









Toca-me particularmente que não se dê trabalho e visibilidade aos verdadeiros ilustradores - temos bastantes e bons. Se houvesse ideias, interesse e brio. E dinheiro... Mas há malta que faria umas coisas por quase nada se o meio de divulgação fosse porreiro. Numa geladaria muito popular, em Alvalade, alguém desenhou estes horrores psicadélicos. Embora qualquer sentido estético minimamente desenvolvido regurgite de imediato, não posso deixar de sorrir perante o delírio convicto do artista que fez isto.

O Sabor da Melancia



















“Taiwan é atingida por uma seca terrível. As estações de televisão fazem recomendações à população para que economize água e beba sumo de melancia. Mas, como é hábito, as pessoas encontram as suas próprias soluções. Shiang-Chyi enche garrafas de água secretamente nas casas de banho públicas, enquanto Hsiao-Kang toma banho à noite nos reservatórios de água dos telhados. Eles vagueiam como nuvens, sem nunca se tocarem. A sobrevivência é difícil, mas a solidão é impossível de suportar. Shiang-Chyi acha uma melancia e, no mesmo dia, encontra Hsiao-Kang. Ela lembra-se de lhe ter comprado um relógio quando ele trabalhava como vendedor de rua. Agora o rapaz é actor porno, mas ela ainda não sabe. Ela não voltou a vê-lo e não faz ideia do que ele faz ali, perto do seu prédio. Apaixonam-se; são duas nuvens que se tocam...”

The Wayward CloudTian Bian Yi Duo Yun, de Tsai Ming-Liang (França/Taiwan, 2005)

Isto & Aquilo



The catacombs
And revolving doors inside of my brain
Preachers and whores
And the neon pulpits burst into flames
I come from both
Sides of me and either side of their tracks
Humbling my ghosts
Letting life that floods my veins bring me back
The unshackling of the chains on my wrists
And the loyalty to pain that resists


"Veins", Charlotte Martin (2005)

Daqui não sais


Existe a culpa boa, a que serve de lubrificante à nossa indolência diária, e existe a culpa má, aquela que escarafuncha inexoravelmente nas nossas inquietações. As dízimas que pagamos com enérgica reactividade não são suficientes para saldar uma dívida tão elevada. Culpa há só uma e é a que nos mantém cativos da tradição. Chamem-me resignado, mas tomai-a, comei-a e fazei o melhor que puderem com ela.

3.8.07

Um adeus




Antonioni já está Al di là delle nuvole.


(Desenhos de Gipi)

The Simpsons go Disney(land)

















Para mim os Simpsons já morreram um bocado. É quase impossível manter a frescura e a irreverência quando se passaram 18 anos e tudo à volta se transformou num gigantesco processador de merchandise. Em todo o caso, o programa parece manter um bom nível de escrita e uma autoderrisão recomendável. Digo "parece" porque deixei de ver regularmente, por cansaço, desinteresse progressivo e sobreabundância de outras solicitações. Mas não vejo necessidade de eleger a Springfield "real" para fazer a estreia do filme. Os cabeçudos medonhos... Não vejo necessidade sequer de haver um filme. É até, em grande medida, um contra-senso. Os executivos da Fox já estão a salivar com os resultados de bilheteira e a garantir a sequela. O número de Agosto da Harpers Bazaar apresenta um especial com as personagens. WTF? Tem alguma graça, mas isto é The Simpsons? E depois vi o filme. Não achei grande piada nem encontrei coerência naquele pastiche da série TV. Preferia os pequenos episódios, a ironia mordaz e a genuinidade das personagens. Os tempos mudam, os Simpsons mudaram de acordo.

Actiongroup Landmine


Aproveitamento inteligente de um suporte reiterativo para veicular uma mensagem especialmente importante.

Cliente: Actiongroup Landmine.de
Agência: JWT Frankfurt

Funciona nos arrumadores?


Encontrei um site que vende todo o tipo de produtos de defesa pessoal. Quando digo "todo o tipo" refiro-me a coisas como um aparelhómetro que interfere com as ondas cerebrais (do agressor, presumo), um anel de noivado que dispara gás mostarda - com a irónica designação de "Knock-out Ring" -, uma garrafinha com concentrado de rugido de urso grizzly e um mini-electrocutor disfarçado de Marlboro Milds. Fiquei particularmente intrigado com o objecto na imagem, em tudo semelhante a um isqueiro de cozinha, mas certamente muito eficaz quando usado contra um meliante. Aconselho vivamente a consulta, porque encontrarão um sortido variado de soluções práticas para o vosso dia-a-dia. Se não resultar no atacante, pode surtir efeito em vós próprios, como medida anti-stress. Dando a coisa para o torto, o site também propõe uma gama de antídotos para as mistelas químicas com que enchem a sua imaginativa parafernália. A frase de combate é dita logo a abrir: "Being prepared is the diffirence [sic] between becoming a crime statistic, and being a survivor".

Depois admiram-se









J.D.Hoyt's é uma churrasqueira de Minneapolis. Se o cliente dispender para cima de 150 dólares por refeição, o restaurante oferece uma cabeça de vaca acabada de decepar e se tiver um enfarte durante a comezaina, a família ganha uma rodada de bifes da vazia mal-passados. O bife "à casa" poderá conter vestígios de glúten, frutos secos e carne humana. Subtil e aconchegante campanha da autoria da Fallon McElligott, entretanto amputada para Fallon.

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