28.6.06

Muita cinza...



O único génio do mal que por aqui espreita é a eminência parda que arquitectou esta enormidade requentada. "The Omen - O Génio do Mal", pisa chão mais do que calcorreado (já o original não era grande espingarda e um sucedâneo de filmes maiores - nomeadamente "O Exorcista", de William Friedkin) de forma pretensamente sofisticada: grandes meios, actores jovens e atraentes e uma arrevesada associação do demónio a acontecimentos históricos que culminam na derrocada das Torres Gémeas. John Moore, que devia ter o diabo no corpo quando realizou o frenético Behind Enemy Lines, o seu primeiro filme, parece ter adormecido atrás da câmara e dado rédea solta ao perchista e ao director de fotografia para combinarem enquadramentos que desafiam o racional.
Entre um anúncio à cerveja Guiness e as sobras de tomadas aéreas de "O Senhor dos Anéis", "O Génio do Mal" é lento, primário, desarticulado e risível, sendo a prestação de Mia Farrow um dos pontos altos da comédia. Por aqui se passeiam também Michael Gambon, Pete Postlethwaite e David Thewlis, para os quais um cheque guloso deve justificar as figuras mais tristes. Quanto ao miúdo, é de uma inexpressividade confrangedora. "O Génio do Mal" é uma enorme campanha de marketing que se esqueceu de trazer um filme associado. Mesmo para os indefectíveis do género, não há tolerância para isto.

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