17.4.09

Twitter



"I love talking about nothing. It is the only thing I know anything about."


Oscar Wilde

4 comentários:

M. disse...

Ai João, estás mesmo a pedir uma dissertação... Já falámos sobre isto e é verdade o que dizes: em muitos casos o que se lê são, para usar a tua palavra, inanidades. E não te sei explicar porquê. Sei dizer-te que há um impulso para escrever o que nos passa pela cabeça. E é exactamente o que escreve hoje o Paulo Moura no Público- Ler o Pensamento. Diz ele: "É a velocidade do pensamento. E é ele, o nosso pensamento, que estamos a colocar à disposição de todos. (Clique aqui para entrar no meu pensamento.)" (Lê o artigo) Por isso há tanta gente a escrever inanidades. Não há mediação. Mas esse também é o fascínio da coisa. É todo o esplendor do ser humano à disposição. Quer queiras, quer não, é assim que as coisas se passam. Só adere quem quer, é claro. Acho que o fascínio também é esse: olha como este e este e este pensam o mesmo que eu. Não sei, é só um palpite. Para mim é uma ferramenta de informação. Tenho acesso a coisas que demoraria imenso tempo a descobrir ou que nunca viria a descobrir. Por vezes leio coisas que me deixam horrorizada mas que penso serem publicadas por... provocação. Outras são mesmo autênticas e são igualmente horríveis. Mas muitas vezes também leio coisas mesmo inspiradas e que me deixam a pensar. E outras vezes tenho o mesmo pensamento que tu: apagar tudo, myspace, twitter, tudo. Who cares? Por enquanto ainda encontro motivos de interesse, sobretudo no Twitter. E se se pensar antes de se publicar, não me parece assim tão mau. No fundo tem algumas parecenças com os blogues, com muitos pontos a favor dos blogues. No Twitter eu nunca poderia escrever este testamento:) e por isso agradeço-te que mantenhas este teu cantinho. Muito agradecida, senhor.

M. disse...

Ainda volto aqui para reforçar o que escrevi acima. Eis o que leio na penúltima página do mesmo jornal, logo abaixo do breve texto de M. Esteves Cardoso (sempre de olho vivo): "Sou pai e nada me atormenta mais do que a ideia de um filho meu cair na droga. Pior ainda se fosse uma filha. Qualquer pai com uma filha toxicodependente conhece o dilema dramático: se dá dinheiro à filha, ela compra droga e não se cura; se não dá, sabe que ela se irá prostituir. É brutal, mas é assim. Posso testemunhar porque já vi" Parece-te cómico? Pois não, o sr. escreve mesmo a sério. Este é o tipo de coisas que esperaria ler no Twitter, não num artigo de opinião de um respeitado jornal. Toda a gente gosta de dar opiniões. Bem fundamentadas ou não. Aberrantes ou não. O twitter não é pior do que os blogues, os jornais, as revistas ou os parlamentos. É só mais concentrado.

João disse...

Pois, dava uma dissertação. Fico espantado como consegues usar o twitter ;). A cada um a sua verdade, mas se já me custa ouvir as prelecções dessa besta de cultura que é o Vasco Graça Moura - homem de impressionante conhecimento e com quem muito se aprenderá -, porque a informação de que dispõe e que quer partilhar é submetida ao incontrolável prazer de se ouvir falar, muito mais me custa "ouvir" quem, em boa verdade, não diz nada em poucos ou muitos caracteres. A não ser que seja terapêutico e, nesse caso, eu tenho este blog.
Mas como diz o provérbio: "Falar vem com a natureza. O silêncio vem com a sabedoria".

M. disse...

A cabeça de Vasco Graça Moura, o piano e a Barbara Cartland... talvez não te tenhas dado conta que tinhas aí um best-seller entre os "romances de amor";)... mas bom, sim, a sabedoria tem muito que ver com o silêncio. Hasta, salmonete, é um prazer trocar argumentos contigo:)!

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