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Tenho de admitir que divinizar pessoas desaparecidas é extremamente confortável. Podemos supor que são excepcionais e não há hipótese de nos contradizerem. É a única maneira de acreditar que a natureza humana tem um grão de magia. Não julgues, ó demagogo da pena fácil e intranscendente, que poderás reclamar alguma atenção para ti só porque condenas o entusiasmo laudatório
postmortem. Esses autores de obras pujantes e processadores de pensamentos em filigrana eram seguramente marrecos mais desprezíveis e desinteressantes do que tu. O que fica é o trabalho; quem é que se interessa por uma vida carcomida pela flagrante inutilidade da existência, mau hálito e pior feitio? É assim que deve ser. Vai pôr-lhes flores na tumba e mija-lhes em cima, para adubo.
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