14.1.16

R.I.P. Alan Rickman

Truly, Madly, Deeply, de Anthony Minghella

Há muitos anos atrás, numa das providenciais sessões especiais do cinema Avenida, em Coimbra, deparei-me com uma pequena pérola chamada Truly, Madly, Deeply. O segundo filme de Anthony Minghella, uma história bonita e despretensiosa sobre a perda e a possibilidade de reencontro com o amor, revelava-me também outras facetas de um actor que até então associava essencialmente a papéis de contornos mais aristocráticos e/ ou mefistofélicos: Alan Rickman. A sua interpretação, de uma surpreendente sensibilidade, associada à gravitas do tom e figura, tornaram-no possivelmente no mais improvável herói romântico que vi no cinema na década de 90. Não seria este o papel a definir a sua carreira. A generalidade do público e crítica optará pelas composições severas com uma dose de humor corrosivo, em vários blockbusters. Mas é por este filme que eu preferirei lembrá-lo. Ou pelo Colonel Brandon de Sense and Sensibility. Ou a emprestar a sua voz inconfundível a Marvin the Paranoid Android em The Hitchhiker's Guide to the Galaxy. E pela inteligência e dignidade como actor e figura pública. Deixou-nos um dos grandes.

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