31.3.09

Memorabilia



O único e original. Dedicado a ti, Mafs. Temos de jantar mais vezes.

Compra casa e põe a mesa





No site de imobiliária Helena Dias (ora aí está, sorte não ser Marisol ou Monique Fabiana), abrindo o menu "Parceiros" podemos encontrar, entre outros, uma bela cataplana de peixes mistos, o que calha sempre bem para quem anda à procura de casa... Talvez tenham levado o termo "menu" à letra.

28.3.09

Roma



E por falar nisso... Rome não era a série que eu esperava: sangue, sexo e togas. Sei que já deu na RTP2 e antes disso no cabo e que os serialistas já viram tudo o que havia para ver; enfim, os pelintras de vez em quando sacodem o torpor imposto pela rotina e usufruem das aquisições de amigos mais curiosos. Heroes foi uma banhada, desisti ao 7º ou 8º episódio, quando já não havia horda de argumentistas que fizesse sentido daquele conceito. Agora, Rome... Não houve até agora um episódio que me desagradasse. Já nem me lembro há quanto tempo uma série me agarrava assim. É tudo bom, desde os valores de produção, geridos com cautela para que não pareça mais do que é nem menos do que merece, aos actores, passando, claro, pelos argumentos, escritos por diversas mãos competentes sob a batuta de John Milius. Perdoo os excessos no departamento erótico, sobretudo quando já se percebeu a ideia e a acção até avançava, os egípicios de perfil britânico e a voz de hélio de Cleópatra... Mas até quando é mau é bom, nunca deixa de entreter, de informar e de entusiasmar. Um bom compromisso entre comércio e cultura, sem dúvida. Ultimamente, ao fim do dia, todos os caminhos lá vão dar.

Ave António!

"Eu poderia dizer que (...) a comunicação funciona através de convite. Também que não tenha medo de transmitir as suas próprias emoções, que não as esconda. E não esconda o conflito. Se falarmos dos nossos conflitos, falamos também dos de muita gente e podemos assim conectar com eles. (...) O resultado dessa falta de comunicação real é que não temos instrumentos para compreender a realidade em que vivemos (...). Isto é muito perigoso, o indivíduo e a sociedade podem estar a isolar-se e a desestruturar-se de forma gradual."

António Núñez, em resposta à pergunta "Que conselho daria a uma pessoa que queira comunicar com mais eficácia, tanto a nível pessoal como profissional?", em MktOnline.net - O Portal do Marketing

27.3.09

Estava-se mesmo a ver?



Há muito que neste país uma candidatura espontânea a um emprego é encarada como um patético exercício de auto-depreciação. E há muito que neste país uma candidatura a um anúncio de emprego é encarada como uma insolência despropositada. Os responsáveis de “recursos humanos” passaram declaradamente a porteiros de mau feitio e gestores de interesses pessoais. Os gestores, administradores, chefes em geral, esses, a extorsionários verbosos que tremem à menção de “ordenado” e “retribuição justa”, como se pagar a renda e ter comida na mesa fosse uma noção ultrapassada, irrisória, quando não simplesmente enfadonha. Eu que o diga, tendo recentemente prestado os meus serviços “à experiência” a uma agência que, nunca havendo demonstrado queda para a ética profissional, exprimiu todo o seu potencial num revelador silêncio após apresentação do orçamento. Ficam para a história, não um, mas três trabalhos, dois deles apresentados a clientes. “Correu muito bem. Ah, não lhe disseram?”. Estamos imersos numa cultura tão entranhadamente negativa e inquinada que quando uma porta se abre, raramente ou nunca sob o signo do mérito e quase sempre sob o do nepotismo, o primeiro pensamento que passa pela cabeça de qualquer indivíduo é “quando e como é que me vão tramar”? Sendo o segundo, naturalmente, “como é que me posso defender”? Se é produtividade, envolvimento e dinamismo que se espera neste sistema de “valores”, resta dizer que se conseguirá melhores resultados implementando gulags laborais. Quanto a mim, mais uma vez fui vítima da minha ingenuidade e da incapacidade de me adaptar à esterqueira de um mundo onde não me revejo e onde tenho muita, mas muita dificuldade em discernir o aceitável do mais miserável abuso. Triste, mas verdadeiro.

"The truth is this", instalação de Mark Mumford

26.3.09

A publicidade oprime-me


Em vários sentidos.

Posters clássicos reinventados





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Wishing I was lucky (on Broadway)





Mary-Louise Parker em Hedda Gabler





Rupert Everett e Angela Lansbury em Blithe Spirit





Andre De Shields, Jeremy Irons e Joan Allen em Impressionism





Susan Sarandon e Geoffrey Rush em Exit the King





Marcia Gay Harden e James Gandolfini em God of Carnage





Samantha Mathis, Colin Hanks e Jane Fonda em 33 Variations





Mercedes Ruehl em The American Plan





Thomas Sadoski e Alison Pill em Reasons To Be Pretty

24.3.09

"Life is fine"



I went down to the river,
I set down on the bank.
I tried to think but couldn't,
So I jumped in and sank.

I came up once and hollered!
I came up twice and cried!
If that water hadn't a-been so cold
I might've sunk and died.

But it was Cold in that water! It was cold!

I took the elevator
Sixteen floors above the ground.
I thought about my baby
And thought I would jump down.

I stood there and I hollered!
I stood there and I cried!
If it hadn't a-been so high
I might've jumped and died.

But it was High up there! It was high!

So since I'm still here livin',
I guess I will live on.
I could've died for love--
But for livin' I was born

Though you may hear me holler,
And you may see me cry--
I'll be dogged, sweet baby,
If you gonna see me die.

Life is fine! Fine as wine! Life is fine!

Langston Hughes

Inspiração plastificada



A Barbie fez não sei quantos anos há uns tempos, é irrelevante, mas lá diziam na TV umas pessoas ilustradas em plástico e fibras sintéticas que as meninas podiam sonhar em ultrapassar a sua triste condição de fêmea, foi isso que deduzi, graças às proezas avant la lettre da loira mais artificial do planeta. Ele era ir ao espaço, ele era ficar preta, ele era casar-se com um árabe, etc. Só não referiram que a Barbie foi o primeiro grande símbolo do feminismo, ao rejeitar o sutiã e as cuecas e a favorecer o estilo “junto à pele”, excepto quando usava saias e privilegiava a ventilação natural. Eis aqui um exemplo de emancipação e superação individual: a Barbie Érica, CEO da Confecções Modalinda, envergando um conjuntinho saia-casaco tipo ganga, acessórios em polietileno tereftalato dourado, posando junto ao aparador em verniz salmão glitter com um ramo de rosas oferecido por Tony Carreira. Ah, e um Magalhães. O sonho de qualquer mulher, portanto.

A crise simplificada



Um post de Vera M.

Clowns are insane



I should know. I have one for a boss.

Ilusttração de Nocturnal-Devil

20.3.09

Cenas maradas



Estou certo de que o cientista andava investido em dar ao mundo um trocadilho científico, mas é uma teoria potencialmente mais desagradável para a igreja do que todos os romances do Dan Brown juntos. Falta rematar que o senhor acabou por fumar metade das pedras e assim se perderam imúmeros mandamentos, entre os quais, especula-se, "Addenda: não matarás, excepto um papa mumificado com nome nazi, que é coisa para atrair danação e pestilências". Isto é de arrebitar a batina ao Ratz.

I scare people off




















É oficial.

Suburban sexy 8

Gata voadora



A Arisca atirou-se do 3ª andar para a cave cimentada de uma porteira desaparecida. É o que dá andar a fazer equilibrismo no estendal. Depois de um grande (grande) susto, de um resgate heróico pelos bombeiros - não foi heróico, mas ela gosta de pensar que sim - e de uma estadia no hospital, a gata mais inteligente de Lisboa, se exceptuarmos a imprudência, está de regresso ao lar e confinada a repouso absoluto. Razão pela qual resolveu pôr as leituras em dia. Só não sabe por onde começar.

Hardcopy 7



A rolha, objecto indissociável da nossa essência e metáfora apropriada para a capacidade evolutiva da nação, é altamente dignificada com este anúncio de fino recorte conceptual, ajudado pela famosa assertividade e contundência desta outra reconhecida exportação pátria.

'It makes me mad, when an ad is so bad.'

Portugal em construção

19.3.09

Um mundo melhor



Será sempre o meu maior motivo de orgulho. Não marquei a ocasião no dia exacto. Mas marco todos os dias, acredita. Ok, quase todos os dias.

Faça-se sumo com o pontífice



Havendo tantos lugares destinados na barca, por que razão tem a desgraçada da humanidade de continuar a levar com o pútrido representante dessa gangrena social que é a igreja católica? Porque é que não há um reactor de avião defeituoso, uma virose incontrolável ou um trivial balázio que remeta para o fundo dos infernos esta abjecção que, em cinco minutos de vómito doutrinário, atrasa gravemente décadas de progresso social, cultural e científico, reflectido no esforço imérito de centenas de organizações humanitárias? Porque é que esta massa informe ainda ocupa espaço num mundo que já é suficientemente feio, cruel e estúpido? Porque é que se continua a legitimar, se é que alguém, para além de gente dominada, ignorante e temerária, e respectivos dominadores, legitima essa corja organizada de mafiosos e depravados, que se escondem por trás de saiotes opulentos, toucas ridículas e carros importados de grande cilindrada, destilando ódio e irresponsabilidade? Não estamos no século XXI? Porque no Vaticano continua-se na Idade Média, e na Idade Média os levantamentos eram de outro tipo. Esprema-se o pontífice numa geringonça à maneira e faça-se uma gigantesca e espiscopal fogueira em praça pública.

In Memoriam


Teve dificuldades em sair da sombra incontornável da mãe, Vanessa Redgrave, de quem herdou o porte altivo que um olhar afável se encarregava de contradizer. Mas desbravou o seu próprio caminho. O cinema, como alguém disse, “não soube o que fazer com ela”, pois a sua presença aristocrática não se encaixava no protótipo da beldade de serviço, da esposa amantíssima ou da heroína em apuros. De resto, parecia demasiado orgulhosa e inteligente para se sujeitar a tais tratos. Razão pela qual terá optado por trabalhar, no cinema, com Paul Schrader e Volker Schlondörff, concentrando-se sobretudo no teatro, onde viria a alcançar maior notoriedade. Vi-a em diversos filmes, mas lembrar-me-ei sempre dela em Patty Hearst, de Schrader, Gothic, de Ken Russel, The Handmand’s Tale, de Schlondörff, e em The White Countess, de James Ivory. Em Zelda, telefilme de Pat O’Connor onde desempenhava o papel da mulher de F. Scott Fitzgerald, demonstrava uma honestidade e profundidade dramáticas que nunca foram devidamente aproveitadas. Era uma actriz impecável, com uma classe à parte. Aos 45 anos, Natasha Richardson desaparece tragicamente.

9.3.09

Hard copy 6




Ele há casos em que apetece discorrer sobre a mensagem com um bocadinho de virulência. Não necessariamente quando os textos são ingénuos, pobres ou simplesmente estúpidos, mas quando são, acima de tudo, preguiçosos. Inúteis. E condescendentes. Eis um desses desavergonhados casos, devidamente comentado por um colega norte-americano.

"FUCK YOU! This is my knee-jerk expletive EVERY time I hear this fucking awful tagline. NO, you work hard, and you fly right you flying fuckfaces. I will work any damn well way I fucking please. And—correct me if I'm wrong here Contifuckingnental—I believe it is in fact YOU who is flying the fucking plane, and therefore it is YOU who should fucking fly "right" you preachy fucks. Now, give me my fucking Jack Daniels and hold the fucking ice, fem/manbot."

Suburban sexy 7

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