29.12.06

Per semprum Elvium



Directamente da Finlândia, Dr. Ammondt dá asas ao seu estremecimento artístico em Latim musicado. Encomendas online. Imperdível.

Um balanço



20 boas razões para ter ido ao cinema em 2006

Little Miss Sunshine, Jonathan Dayton e Valerie Faris
The Departed, de Martin Scorsese
The Queen, de Stephen Frears
L’ Enfant, de Luc e Jean-Pierre Dardenne
Le Temps qui Reste, de François Ozon
The Squid and the Whale, de Noah Baumbach
United 93, de Paul Greengrass
Murderball, de Henry Alex Rubin e Dana Adam Shapiro
Munich, de Steven Spielberg
Syriana, de Stephen Gaghan
Inside Man, de Spike Lee
Hard Candy, de Davis Slade
Good Night, and Good Luck, de George Clooney
Match Point, de Woody Allen
Play, de Alicia Scherson
An Inconvenient Truth, de Davis Guggenheim
The Chumscrubber, de Arie Posin
Happy Endings, de Don Roos
Brokeback Mountain, de Ang Lee
Capote, de Bennett Miller

10 boas razões para colocar seriamente em questão o “Arte” na 7ª

20,13, de Joaquim Leitão
Mary, de Abel Ferrara
Freedomland, de Joe Roth
The DaVinci Code, de Ron Howard
The Omen, de John Moore
Pirates of the Caribbean: Dead Man’s Chest, de Gore Verbinski
Aeon Flux, de Karyn Kasuma
Basic Instinct 2: Risk Addiction, de Michael Caton-Jones
American Dreamz, de Chris Weitz
Hostel, de Eli Roth

5 boas opções de takeaway

Running Scared, de Wayne Kramer
Underworld: Evolution, de Len Wiseman
Wolf Creek, de Greg McLean
Le Petit Lieutenant, de Xavier Beauvois
Grizzly Man, de Werner Herzog

Preparados para 2007?

... ainda aqui

Every day I write the list
Of reasons why I still believe they do exist
(a thousand beautiful things)
And even though it's hard to see
The glass is full and not half empty
(a thousand beautiful things)
So... light me up like the sun
To cool down with your rain
I never want to close my eyes again
Never close my eyes
Never close my eyes

I thank you for the air to breathe
The heart to beat
The eyes to see again
(a thousand beautiful things)
And all the things that's been and done
The battle's won
The good and bad in everyone
(this is mine to remember)
So ...
Here I go again
Singin' by your window
Pickin' up the pieces of what's left to find

The world was meant for you and me
To figure out our destiny
(a thousand beautiful things)
To live
To die
To breathe
To sleep
To try to make your life complete
(yes yes)
So ...
Light me up like the sun
To cool down with your rain
I never want to close my eyes again
Never close my eyes
never close my eyes ...
That is everything I have to say
(that's all I have to say)


"A 1000 Beautiful Things", Annie Lennox

Dia a dia

Não foram caminhos à toa, nem serão esquecidos os dias que demorámos a percorrê-los. Lembra-te do que ouviste nos "momentos de graça", nunca quis contradizer-me. Nada disto é propositado, não houve intenções programadas. Vais acreditar apenas naquilo em que decidires acreditar, que posso eu fazer… Independentemente de tudo, sei que vais salvar o que importou. Que importa. Sei?



Morning Sun
, Edward Hopper (1952)

A propos



"REVIEW SUMMARY

Virtually a two-hander clocking in at less than 90 minutes, Brad Silberling’s '10 Items or Less' is a lovely antidote to the bloated, self-important movies that tend to dominate the season. This is a picture with nothing to prove, and not all that much to say, but its modesty and good humor make it hard to resist. Morgan Freeman, who is also the executive producer, plays a kind of parallel-universe version of himself. His character, who is never named, is a famous actor who hasn’t worked in a while. This actor seems somewhat adrift but not bitter or depressed. He thrives on attention and loves to observe human behavior. The obligation to do so is what brings him to a shabby supermarket far from his home in Brentwood, Calif. His next role will involve playing a store manager — or something like that; it isn’t entirely clear — and he hangs around to do research. And there he meets Scarlet (Paz Vega), who channels her frustration into her work at the express checkout line." — A. O. Scott, The New York Times

Movies All NYT
Friday, December 29, 2006

Fiz-me ao caminho

Foi-me colocado o desafio por um amigo. Não te conhecia mas estava relativamente familiarizado com o teu trabalho. “Desafio”, entenda-se, para quem encara a realidade de forma irremediavelmente solipsista. Este foi um acto isolado, até à data. Muni-me de ânimo leve para ser conduzido (ou conduzir-me?) a quebrar os moldes de um quotidiano céptico e escrupulosamente controlado. Poderia, quando muito, entrar nalgum tipo de manipulação jovial... Em vez disso, deparei-me com um observador algo críptico mas muito determinado. Percebi que o percurso que nos propúnhamos não se iria pautar pela previsibilidade e que qualquer ideia feita cairia por terra. De repente ali estava eu, cavaleiro teutónico apeado, sem arma de recurso. Expus-me despropositadamente, investi na sinceridade (talvez contra ela, em determinados momentos), calibrei os meus gestos à medida do que achava ser conveniente, sem nunca encontrar o tom certo. Não porque os momentos fossem átonos. Pelo contrário, estava eu a falar alto demais, a pensar alto demais, a agir alto demais. Só tarde percebi que não se tratava de um passeio peripatético. Encontrava-me já demasiado encorreado para admitir que, no meu caso, se tratava de silêncio e de aceitação. Tratava-se de perceber que o auto-controlo é proporcional às expectativas que construímos. O domínio sobre a nossa percepção dos outros e dos espaços que nos rodeiam é um desígnio inútil. Foi uma experiência interessante e dolorosa de descentração. Até pelos locais escolhidos ou encontrados – pontos cardinais (mas até então afastados) da minha vivência feliz em Lisboa. Disso, porém, só me apercebi mais tarde. Na altura só via reflexos intransigentes das minhas inquietações, destacados dos cenários. Senti frio mas agradeço teres puxado o edredon. O frio desperta.

10.12.06

Vou ali buscar o meu Das Kapital



Tantas e tantas vezes que me diverti a ler os Schtroumpfs (agora, em versão globalizada, os Smurfs)... Quem diria que estava a ser alvo da mais pérfida lavagem cerebral.

7.12.06

Fez-se luz


Com uma profundidade de pensamento notável (a síntese é o mais difícil de obter, já se sabe) e uma admirável contenção de meios, a McCann-Erickson Bélgica criou este cartão de Natal para a unidade de prematuros do Hospital Edith Cavell. Uma mensagem enviada em meados de Outubro a outros departamentos e a ex-pacientes. Se a estratégia é do Hospital ou da agência não sabemos, mas ganham os dois e a McCann alcança um posicionamento estratégico de muito respeito. É um daqueles anúncios que quase nos faz voltar a acreditar na publicidade.

Arte didáctica




Embora a Arte Moderna, em conceito e em execução, nem sempre seja fácil de digerir, há formas de iniciação criativas e interactivas para os miúdos que tiverem pais atentos e interessados. Não só para os miúdos, de resto. Exemplo prático: esta extensão do site do MoMA.

5.12.06

Zé Manel devoto



Na minha modesta opinião, deveríamos troçar apenas daquilo que conhecemos bem.

Galaró em brasa



A companhia terá origem portuguesa, estabeleceu-se na África do Sul e expandiu-se para a Grã-Bretanha. A campanha é assinada pela Percept Gulf e o site da Nando's (também) vale a pena espreitar. Antes de Borat esta cadeia gizou o estereótipo de um país com bigodaças fartas, sotaque fantasioso e fanfarra exótica (se carregarem no botão "Portuguese Cricket Forever" ou nos spots de rádio perceberão porquê) que pouco - arriscarei: nada - tem a ver com a realidade. Mas, tal como no caso de Sacha Baron Cohen, serve para vender o peixe, neste caso, os franguitos. É sempre alentador vermo-nos reduzidos ao mínimo denominador comum saloio - algures entre o Yeti e o Speedy Gonzalez - aos olhos dos ocidentais. Hum, pera lá. Nós também som...

Isto & Aquilo





Se não conhecem o site de Sia Furler é uma pena. Se não conhecem a música dela mais triste é. Podem fazer as duas coisas simultaneamente clicando no link acima. Se a voz vos soa familiar, pode ser daqui.


Colour the Small One, Sia (2004)

Go, Pene!


Na mesma altura em que a Sony Pictures Classics posiciona Penélope Cruz na corrida aos Oscars, Pedro Almodóvar anuncia à imprensa espanhola que a actriz fará parte do elenco do seu próximo projecto. De acordo com o realizador manchego, La Pel Que Habito será uma história de vingança, negra e dura, distinta de todos os filmes anteriores e alheia ao seu universo familiar. A quem perdeu os seus desempenhos em Jamón Jamón, La Niña de Tus Ojos e Non Ti Muovere e acha que Cruz nasceu para o mundo em Volver, aconselha-se uma rápida revisitação da sua filmografia (em língua não-inglesa, é certo, embora ache que ela se safa bem em Gothika e em Blow).

4.12.06

Media Vaca



Sigam a história aqui.

Olha que simpáticos




“Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” (Little Miss Sunshine) é um dos poucos filmes encantadores de 2006. O facto de ter sido um sleeper – êxito surpresa – nas bilheteiras norte-americanas ajudou-o a alcançar uma audiência mundial e a aceitação crítica projectou-o para a ribalta dos prémios. Estamos em período de angariação de votos e bem sei que celebrações como os Globos de Ouro e os Oscars são autênticas feiras, e não apenas das vaidades... Porém, foi com alguma surpresa que descobri, algures na net, este simpático presente que a Fox Searchlight está a enviar aos membros da Academia. Poderá ter o seu charme, mas, na minha opinião, Little Miss Sunshine em versão Toys-“R”-Us quebra a mística da coisa.

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